Bad Drug - Noart

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Noah Urrea

Hoje, ela usa preto. E eu não poderia estar ainda mais encantado.

Olhei Josh conversando com uma garota e deixei ele para trás, indo atrás da minha garota quente como o inferno. O tempo estava nublado, ela usava uma camiseta preta comum e simples, assim como a calça. E eu não sabia como alguém conseguia ser tão bonita, e chamar tanta atenção com uma roupa tão banal quanto camiseta e jeans.

- Oi, boneca.

Eu murmurei, começando a acompanhar o ritmo calmo dela.

- Oi, Noah.

Me respondeu, virando um pouco o rosto na direção do meu para que os seus olhos encontrassem os meus. A encarei um pouco surpreso, porque o dia não era a única coisa que estava triste e nublado. Os seus olhos magníficos também. Ela sorriu de canto mas ele não chegou aos olhos como eu esperava que chegasse assim como na primeira vez em que conversamos.

- Eu não te vi ontem. - murmurei, querendo mudar o foco que eu tinha na cabeça.

O olhar dela seguiu para a frente e o caminho que estávamos percorrendo.

- Eu tive um compromisso. Você ficou me procurando?

- Você me disse que conversávamos depois, lembra? - ela riu e eu senti que estava escutando uma música.

- Ah, é. Estamos fazendo isso agora. - me respondeu, colocando uma mecha do cabelo para trás da orelha, ainda havia algumas ondulações, hoje, naturais e ainda mais belas.

- Eu não quero uma meia conversa em passos apressados, boneca.

Falei, sério.

Os olhos dela me encontraram outra vez.

- Eu quero sentar, olhar para você e conversar. Mesmo que seja pela porra de um telefone.

Ela parou de andar, e eu fiz o mesmo.

Havia graça rondando os seus olhos e eu me senti orgulhoso por conseguir fazer a tristeza deixar os seus olhos.

- Que belo presente de aniversário. - ela disse consigo mesma.

- Hoje é seu aniversário boneca?

Perguntei claramente surpreso e chocado por ela dizer isso com tanto descaso. Porra, é o seu aniversário e ela não está fazendo absolutamente nada de diferente nele?

- É sim. - murmurou ela, me olhando constrangida.

- Ótimo! Vamos comemorar.

Falei, sorrindo para o rosto vermelho na minha frente.

- Eu não vou fazer nada. - Ousou dizer. A encarei surpreso e ofendido.

Eu não costumava fazer muita questão das coisas. Mas, me lembro do quanto a minha avó fazia questão de comemorar os aniversários e fazia de tudo para tornar ele inesquecível. Ela dizia que nenhum aniversário deveria passar em branco, e por mais que eu esteja pouco me fodendo para o meu e de todos os outros com exceção do de Josh, eu não podia olhar para essa boneca e deixar que ela torne esse dia especial uma memória vazia e sem graça como o tempo e os meus últimos aniversários, nos quais eu passei fodendo alguma vadia e enchendo meu corpo vazio com bebida.

E bem, quando eu fazia questão de algo eu sempre conseguia.

- Você tem que fazer algo. - afirmei.

- Tenho? É só mais uma data.