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Sina Deinert
Horas antes...
Eu me sinto estúpida.
Eu encaro o meu rosto. Ele está verde por causa da argila e eu percebo ao que ponto eu cheguei: ansiosa e apelando para produtos de beleza porque vai encontrar um cara.
Bom, honestamente, este é o meu primeiro encontro. Eu deveria ficar nervosa? Faz parte do protocolo ou isso está acontecendo apenas comigo?
Eu sabia que Noah não era um cara comum. A sua reputação deixava isso bem claro. Ele, suas atitudes, sua forte personalidade e sua beleza faziam o resto. Talvez fosse comum eu me sentir tão nervosa assim por ir encontrar ele, afinal um cara como ele deixava qualquer uma com o coração palpitando rápido e forte dentro do peito, e até mesmo as pernas bambeando. Isso era parte do seu protocolo.
- Se componha mulher!
Exclamei para a minha eu no reflexo do espelho do banheiro.
- É apenas um encontro.
Murmurei, e segui murmurando transformando essa frase em um mantra forte e poderoso que ao invés de me tranquilizar, me deixou ainda mais nervosa. Bendito seja Noah!
Fiquei encarando o meu corpo no reflexo do espelho, ou o que o espelho grande e retangular embutido me permitia. As luzes redondas facilitavam bastante a percepção sobre tudo, cada ângulo e detalhe não notado. Eu estava satisfeita com meu corpo, e na verdade sempre estive.
Nunca fui uma garota que se preocupava com a aparência e com o corpo. Se meus peitos eram grandes demais ou pequenos demais, se eu tinha uma bunda grande ou nenhuma. Meu corpo me bastava e se alguém não gostava dele era o gosto dela, eu não me importava com ele.
Mas isso não significa que vestir uma roupa um pouco diferente do que eu estava habituada a usar, me deixava tensa e envergonha. Até porque eu estava indo encontrar alguém que aparentemente não fica um dia sem sair com uma mulher, seja para transar seja para conhecer como aparentemente ele está fazendo comigo.
Bem, eu precisava deixar a máscara agir por uns quinze minutos, e eles não podiam ser os mais longos e torturantes de toda a minha vida. E como eu não tinha mais absolutamente nada para fazer uma vez que: minhas unhas estavam feitas, passei no salão com a minha mãe, meu cabelo estava feito, minha depilação à laser em dia e a roupa separada em cima da cama pronta para entrar no meu corpo. Tudo estava feito mas a hora havia congelado.
Sentada no vaso bufei deslizando os dedos pelo celular, a minha barriga dava leves indícios de fome porém eu me recusaria a comer porque eu tinha que guardar o estômago para onde Noah iria me levar.
Outra coisa que me corroía por dentro. Onde diabos ele iria me levar? Seria uma festa? Uma balada ou boate? Ou até mesmo a sua casa?
As possibilidades eram muitas e isso dava um nó na minha cabeça e uma ansiedade terrível. Respirei fundo para me manter calma e organizar o tumulto dentro do meu corpo que implorava para que as horas corressem e eu estivesse com Noah.
O som da televisão alta no andar debaixo, na sala, indicou que meu pai tinha acordado do seu profundo sono. Ele estava na mesma posição que eu o encontrei de manhã ao sair para a faculdade: sentado na poltrona somente de bermuda e o ronco alto a ressoar pela casa. Seu ronco era a única garantia que eu tinha de que ele estava vivo, e não morto.
Me poupava de precisar certificar e por um deslize acabar acordando a fera insensível que hoje em dia habita dentro do seu corpo descuidado.
Quando finalmente passado os quinze minutos, eu tirei a máscara e entrei no box. Tomei o meu banho apreciando cada momento - Ao mesmo tempo que - desesperada para acabar logo e colocar a roupa, que seria o primeiro presente que a minha mãe me deu.
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Bad Drug - Noart
FanfictionNoah é um dos solteiros mais cobiçado de toda a universidade. Bonito, mau, viciante, tatuado e dono de uma incrível lábia eram uns dos básicos detalhes que o transformavam no desejo de qualquer garota que tivesse a coragem de cruzar o seu caminho co...