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Noah Urrea


Ela está sorrindo.

Ela e esse sorriso está iluminado tudo. Ele também está amenizando o clima de antes. Ele está transformando tudo e eu me sinto bem por ter escolhido esse lugar, e por ter pedido a ajuda de Josh é claro, tenho que admitir que sem ele eu teria ficado perdido.

Encontros não são a minha praia. Eram desnecessários na verdade. Eu era direto e raramente tinha paciência para enrolação por mais que um dia. Até porque, eu não queria uma noite de amor, confissões e café da manhã. O que eu queria era apenas sexo.

Ironicamente, aqui estava eu em um "encontro" com a luz mais brilhante de toda a minha vida. Sendo bem sincera a única, Josh era mais um idiota. Que estava sempre ao meu lado, ainda sim um idiota. Tão ruim quanto eu. Por isso nos dávamos tão bem e viramos melhores amigos.

Eu preferia encarar hoje como uma boa ação. Deixar uma garota como Sina passar o aniversário em branco era quase como deixar de respirar. Eu não podia deixar passar assim sem fazer algo. Era uma obrigação da qual eu não sabia bem porque havia se tornando uma.

A garçonete deixou nossos pedidos na mesa e se retirou. Não deixei de reparar que o seu olhar se prendeu em mim por mais tempo que o normal, e eu simplesmente a ignorei.

Hoje, ninguém era mais importante que Sina. Garota nenhuma importava, só ela.

- O que achou?

Perguntei. Querendo uma confirmação sobre o que ela realmente estava achando sobre o lugar. Os seus olhos brilhavam e eu queria tomar a sua boca nesse momento, para saber como seria e saber se haveria algo de diferente quando isso acontecesse. E se o brilho por alguma razão continuaria ali.

O seu rosto de boneca se virou em direção ao local, seus olhos percorreram mais uma vez cada perímetro da lanchonete até o palco e descendo para as demais mesas e todos que as ocupavam. Estava bastante frequentado.

- Eu gostei, é divertido. - os olhos dela param em duas garotas cantando no palco quando a palavra "divertido" deixa sua boca. Eu ri concordando.

- Aqui é um bom lugar. - murmurei pegando algumas batatas do meu lanche. Tínhamos pedido um combo, Sina tentou dividir a conta a todo custo e eu simplesmente a ignorei depois que disse não umas dez vezes.

Eu queria fazer tudo. Até pagar a conta.

- Você costuma vir aqui?

Ela perguntou, dando uma mordida no hambúrguer dela e enfiando algumas batatas logo depois. Eu pensei um pouco na pergunta dela.

- Eu costumava...na época que me mudei, depois, passei a frequentar lugares menos...pacíficos.

Penso nas festas pesadas. Penso nos shows. Penso nos jogos que eu participava vez o outra quando estava sem nada de interessante para fazer. Penso nas garotas. Penso em muitos dos outros lugares nada tranquilos como esta lanchonete, e apesar de adorar frequentar eles e esquecer de tudo da minha vida lá, não sinto orgulho.

Eram ambientes que pessoas vazias - ou quase todas - procuravam para ocupar um espaço de merda que nada, e ninguém conseguia ocupar, era uma fuga. Eu não me orgulhava desses lugares, mas, continuava a frequenta-los porque eram as únicas coisas que eu gostava de fazer. As festas de fraternidades também estavam nesse bolo, mas, elas eram festas comuns comparadas a outros lugares nos quais frequentei.

- Eu posso ter uma noção...- ela se calou pensativa, e deu mais uma mordida no seu hambúrguer.

Comemos em silêncio durante um certo tempo. Até que eu me lembrei de que não sabia qual era a sua casa na rua onde a busquei.

Bad Drug - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora