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SINA DEINERT

Mamãe me abraçou.

- Ah, minha querida, eu estava com tanta saudade.

Disse alisando o meu cabelo. Me aninhei mais contra o corpo dela, sentindo os seus braços rodeando-me com mais força e carinho, percebendo o que eu realmente queria acima de tudo nesse momento. Fazia tanto tempo que eu não tinha um momento com a minha mãe sem que tivéssemos pressa, infelizmente hoje também não seria esse dia e eu iria tentar desfrutar o máximo disso.

- Alex querida, você esqueceu sua bolsa.

Afastei-me de mamãe quando uma voz masculina soou ao meu lado na rua. Um homem alto vestido todo de preto, cabelos pintados de rosa e olhos azuis tinha acabado de descer de um carro preto que eu nem tinha percebido que
estava parado ao nosso lado na rua. Eu estava tão focada em me refugiar nos braços de mamãe assim que meus olhos a encontraram na calçada que eu não prestei atenção em mais nada.

- Obrigada Will.

O homem, aparentemente chamado Will, me olhou ao perceber que eu estava olhando ele e ainda estava rodeada pelos braços da minha mãe.

Os seus olhos azuis se movimentaram para minha mãe, depois de novo para meu rosto, ele repetiu o mesmo movimento mais umas quatro vezes até parar com os olhos nos meus e uma expressão de choque se espalhar por todo o seu rosto. Ele suspirou surpreso e colocou a mão na boca recuando com o corpo como se tivesse sido empurrado.

- Ela é a sua filha?

Perguntou ainda com a mão na boca me olhando de cima para baixo em um estado de choque assustador. Eu entendia um pouco o porque da sua surpresa, Mamãe e eu éramos bastante parecidas, com exceção do corpo e o comprimento do cabelo talvez pudéssemos ser confundidas com irmãs. A idade de dona Alex parecia ter congelado no auge dos seus vinte anos quando ela saiu para conquistar o mundo.

- É a própria.

A mão dela acariciou o meu rosto com carinho.

- Por que você não me disse que era ela a pessoa que iria se encontrar? Eu sempre disse que era doido para conhecê-la.

Tirou a mão da boca e lançou um olhar de desapontamento para a minha mãe, que sorriu com um ar inocente em um breve encolher sutil de ombros e levantar de olhos.

- Ok. Eu vou fingir que isso não aconteceu.

O homem virou-se na minha direção e respirou fundo antes de sorrir e estender a mão.

- É um prazer conhecer você, Sina. Eu sou Will, trabalho na agência em que a sua mãe é modelo.

- Ele é o dono, quis dizer.

Mamãe corrigiu. Will balançou a outra mão para ela em sinal de que o que ela falava era uma grande besteira e ela deveria se calar.

Apertei a mão dele e sorri.

- É uma honra conhecer você. Eu não estou muito por dentro dos amigos da minha mãe.

- Ela nem sabia quem você era até agora, Will.

Minha mãe disse revirando os olhos. Ele se virou na direção dela em completo estado de perplexidade e incredulidade. A mão que antes segurava a minha foi parar no peito dele para demonstrar seus sentimentos.

Bad Drug - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora