reflections

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maybe it's a blessing in disguise
i see my reflection in your eyes
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1995
Noite.

BILLY’S POINT OF VIEW

Sabia que precisava ter ficado ali, com sua namorada a apoiando num momento tão difícil; o luto por sua mãe. Mas ainda estava atordoado da noite anterior, sua mente estava embaralhada com tantas informações e novas possibilidades. Não queria admitir, mas estava com medo. E aquele medo se misturava com a sensação maravilhosa de descarregá-lo juntamente de toda raiva que estava sentindo naquele momento. Matar Maureen Prescott não foi o suficiente. No fundo, sempre estivera receoso a respeito. Não queria ter gostado daquilo, mas gostou. Ele gostou e precisava de mais.

Sentia raiva não apenas daquele ambiente em que estivera, não apenas das duas garotas que só pareciam preocupadas com eles. Claro, tudo aquilo somava. Mas seu ódio principal foi a própria namorada insistir tanto num assunto, sentiu-se sobre pressão naquele momento e precisou sair daquele lugar o mais rápido possível para não acabar falando algo que lhes prejudicassem. E talvez parte de seu ódio fosse pelo fato de Stuart. Porra, odiava o jeito com que ele tratava Tatum. Não era como se sentisse ciúmes ou qualquer coisa do tipo.. Mas pra quê tanta melosidade? Pra quê tocar tanto nela? Pra quê a beijar tanto?

É, sempre odiou loiras. E com isso também incluía Stu. Como ele conseguia fingir tão perfeitamente que nada havia acontecido? Billy não conseguia esquecer daquilo. Nem do jeito tão belo com que o sangue saía do corpo de Maureen, quanto o jeito com que Stuart se engasgava com seu pau depois de tudo aquilo. Queria ter ido mais longe. Queria ter seguido o beijando, lhe tocando e tudo mais.. Mas não sabia o que fazer. Era uma experiência nova e não tinha certeza se ia gostar. Bem, era óbvio que Stuart já havia ficado com outros caras, mas Billy não. Stu foi o primeiro dele e muito provavelmente o único. Quer dizer, agora tinha certeza que havia não apenas gostado como também desejava muito mais, mas sentia-se envergonhado. Não era como se estivesse envergonhado de flertar, mas envergonhado de flertar com ele. Era Stuart Fucking Macher, seu melhor amigo desde a infância. Se desse errado, perderia ele. E se desse certo também, Stu não seria seu amigo; seria bem mais que aquilo.

No entanto, fora tirado daqueles pensamentos que rondavam sua mente desde cedo pelo seu pai, que lhe gritou do andar debaixo.

— WILLIAAAM!  – Exclamara de novo.

Revirei meus olhos, enquanto limpava cuidadosamente no banheiro a faca que usara na noite anterior. Me olhei de relance através do meu reflexo, no espelho acima da pia. Suspirei leve. Àquela altura, já não estava mais envergonhado de si mesmo por ter beijado um homem. Por ter beijado o melhor amigo. Ainda estava passando por um turbilhão de emoções, mas estava mais confiante agora. Porque sabia o que queria; Stuart Macher. Só não sabia se poderia tê-lo.

— William, porra!  – Ouvira o mais velho reclamar consigo, abrindo a porta do quarto em que estava com certa brutalidade. 

Olhei para a faca em minhas mãos, em seguida para meu reflexo de novo. Um pequeno sorriso surgiu em meu rosto juntamente de uma ideia maluca em sua mente. Mas pensou melhor, seria muito estranho o pai dele falecer logo agora que a mãe da própria namorada também estava morta. Deixei a faca então dentro de uma gaveta e abri a porta do banheiro, dando de cara com o meu pai furioso bem na minha frente.

— Porra, quê caralhos tu tava fazendo?! - Ele me questionava, indignado. Ergui o olhar até ele, incomodado com aquela situação.

Me And The DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora