Capítulo 2 - O Pirata e o Herói

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Acordei assustado, quase caindo da cama, meu coração estava disparado, tentei acalmar minha respiração

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Acordei assustado, quase caindo da cama, meu coração estava disparado, tentei acalmar minha respiração.

Foi um pesadelo... - falei pra mim mesmo, meio que pra tentar me convencer de que nada do que aconteceu era real, mas não importa o quanto eu vivesse em negação, eu sabia que não eram simples pesadelos, eram lembranças, lembranças que eu lutava pra deixar pra trás mas insistiam em voltar pra me atormentar toda noite. Levantei da cama, as luzes automáticas da nave se acenderam, oscilando por um instante, abri o frigobar, vazio, merda.

Vesti minhas roupas e olhei no espelho, meu cabelo parecia um ninho, minha barba estava pior, minha pele verde parecia sem vida, olheiras roxas me deixavam com cara de doente, não me importei, saí pra ponte da nave, o pôr do sol visto da órbita do planeta era uma visão memorável, a luz alaranjada atravessava os vidros colorindo o ambiente, L-bot como sempre estava consertando alguma coisa, a nave sempre precisava de reparos, era um milagre ela ainda estar inteira, e esse milagre se chamava L-bot, um droid humanoide tão prestativo quanto intrometido.

- Niels, finalmente acordou, achei que estava morto. - Me olhou com aquela cara de lata, sua voz soava sintética - Você está horrível. Teve outro pesadelo? Vai pegar um contrato, estamos ficando sem crédito e a nave precisa de peças novas. - Ele usava uma camisa vermelha larga com um grande X amarelo no meio, um boné branco florido virado pra trás, calça moletom cinza, meias amarelas com estampa de pintinho e all star branco.

- Pra um robô que deveria me servir você é muito mandão, e sincero demais, e bem vestido demais, pra que que você precisa de roupas? - abri a geladeira, vazia - Você bebeu toda minha cerveja e comeu minha pizza.

- Você sabe que eu não sou capaz de ingerir alimentos. Eu gosto de roupas, você usa roupas e eu não reclamo. Não sou seu servo Niels! Você não encheu a geladeira de cerveja ontem? Alguém da sua idade não deveria beber tanto, está ficando acabado. - tentei protestar mas ele me atropelou com a enxurrada de palavras - Aqui está a lista de peças que precisamos, não roube!

Ele sabia ser irritante. As vezes eu me perdia no que ele falava, tinha algum bug que fazia ele misturar os assuntos e a ordem do que ele queria falar, e ele gostava de falar, falava o tempo todo, era uma tortura.

- Eu não vou roubar peças - revirei os olhos.

- Não roube créditos pra comprar peças - Uma voz sintética devia ser capaz de falar em tom tão acusador? - Porque estamos orbitando esse planeta? Achei que você não gostava daqui por ser parecido com Luyten - Senti meu estômago revirar com a menção desse nome, ele percebeu - Desculpe...

- Acontece que eu já peguei um contrato na Guilda - falei apressado cortando ele - Estamos aqui pra coletar um pacote e entregar pra um cliente no Santuário, molezinha, dinheiro fácil do jeito que eu gosto. - Peguei meu par de pistolas magi-tech e coloquei nos coldres do cinto, com um pensamento meu elmo de nanotecnologia se materializou ao redor da minha cabeça, esses micro robozinhos ficavam armazenados nos meus alargadores. - Volto em uma hora, não exploda a nave. - Ele mostrou o dedo do meio, robô abusado.

Cyber Galático - Os Filhos do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora