Capítulo 7 - A cidade na Lua

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Caí de joelhos no chão metálico da nave, me sentindo derrotado, não importava o que eu fizesse o painel de controle da nave não respondia, o piloto automático me levava pra longe de Dione que agora era só um pontinho marrom nas janelas traseiras d...

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Caí de joelhos no chão metálico da nave, me sentindo derrotado, não importava o que eu fizesse o painel de controle da nave não respondia, o piloto automático me levava pra longe de Dione que agora era só um pontinho marrom nas janelas traseiras da pequena nave, pra longe de Will, indiferente ao meu desespero. Minha coxa sangrava onde um dos Titãs haviam me cortado, eu começava a me sentir tonto, precisava dar um jeito no sangramento ou eu não chegaria em lugar nenhum, mas o que mais me preocupava era meu braço onde o sangue daquele Infernal tinha tocado minha pele, era alguma reação alérgica, ou talvez o sangue dele era venenoso, meu braço estava quase inteiro em um tom doentio e escuro de roxo, eu não sentia nenhuma dor, parecia amortecido, de certa forma isso era mais preocupante. Me forcei a me levantar, lá fora a vastidão da galáxia parecia quase opressora, nenhuma nave Titã a vista, a essa altura eu começava a ter esperança de que escaparia, ninguém viria atrás de mim.

Eu fui até o pequeno compartimento de carga, o único cômodo da nave além da ponte, comecei a abrir as caixas, se eu tivesse sorte acharia algum kit de primeiros socorros, mas a sorte não estava a meu favor, esses Titãs babacas tinham abastecido a nave com as riquezas extraídas das minas, toda essa fortuna seria inútil na minha situação.

"Ativando hiperdrive em 10, 9, 8" A voz sintética da IA da nave soou.

Mesmo que eu não encontre nada aqui, viajando em hiperespaço por um buraco de minhoca vou chegar em poucos minutos onde devo chegar.

"3, 2, 1"

A nave deu um tranco, lá fora as estrelas viraram um borrão de luz, eu fui atirado pra trás colidindo com rampa traseira, o impacto no metal gelado me fez perder o ar, essa nave não deveria fazer isso, a gravidade artificial devia estar comprometida, escorreguei até o chão, algumas caixas tinham caído esparramando metais valiosos e inúteis por todo o lado, ouvi um som de vidro quebrando e um líquido pegajoso se espalhou pelo lugar. Em um canto uma câmara de suspensão, antes coberta com um pano grosso, estava espatifada no chão, o garoto de pele vermelha vazava de dentro dela.

Me arrastei com dificuldade até ficar o mais longe possível dele, a pressão da velocidade da nave somado a gravidade artificial defeituosa tornava difícil me mover, o Infernal abriu os olhos devagar, confuso, talvez um pouco dopado por ter sido tirado do estado de suspensão de forma tão brusca.

Ele piscou, se levantando de vagar e cambaleando devido a instabilidade da gravidade e então seus olhos que pareciam dois pontinhos luminosos perdidos em meio a esclera negra e o vermelho de sua pele se fixaram em mim.

Eu teria chances contra esse cara?

Antes de eu conseguir pensar em algo ele saltou em cima de mim cravando as presas afiadas no meu braço, dei um grito assustado, tentei me livrar dele mas sua cauda se enrolou em meu braço livre me imobilizando, ele era surpreendentemente forte.

- Me solta porra! - Tentei em vão.

Eu estava prestes a tentar usar meus poderes mesmo temendo perder a consciência devido a minha exaustão quando notei uma coisa, meu braço, onde ele mordia, ia perdendo aquele aspecto doentio e a mordida era firme mas quase gentil, por mais estranho que isso pudesse me parecer, o garoto se afastou, limpando sangue de um canto da boca. Ele havia bebido meu sangue? Não... Ele havia bebido o sangue infectado? Por que?

Cyber Galático - Os Filhos do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora