capítulo extra

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Eu pretendia deixar Alina cinco minutos sozinha na festa. Porém, ao entrar novamente na festa e ter meus ouvidos invadidos pela música eletrônica alta, minha cabeça rodou. Fiquei repetindo algumas vezes que eu não deveria ter um episódio agora, esse não era o momento. Eu deveria pegar meus irmãos e levar Alina para casa, onde ela estaria segura. 

Minhas palavras ficaram cada vez mais baixas em meus pensamentos, fazendo minhas mãos irem para meus ouvidos, tampando-os e me encolhi dentro de minha jaqueta. 

Contei a respiração, como Lena fazia comigo... Um, dois, três, quatro, cinco... Um, dois, três, quatro, cinco. 

Aos poucos a música não passava de um som normal, e voltei a procurar Ashton. Provavelmente, Callen estaria do lado de fora. Fiquei na sala de estar e olhei ao redor, a fumaça do cigarro fazia meus olhos arderem e deixavam uma neblina, impossibilitando ver meu irmão. Entretanto, ao adentrar mais na sala, observei os jogadores de futebol ao redor da sala. Foi quando eu vi Ashton, ele estava pressionando uma garota na parede enquanto ela tinha seus braços ao redor do pescoço de meu irmão. Se não me engano, era ela quem trabalhava com Alina e que estudou na mesma escola que a gente. Ashton parecia estar devorando-a. 

Passei as mãos no meu cabelo e fui interromper, pigarreei, mas não deu para ouvir por causa da música alta, então, eu gritei: 

— Ashton! — Ele pulou, pegando a menina nos braços e cobrindo o corpo dela com o seu, quando seus olhos focaram em mim, ele relaxou. 

— Nunca. Mais. Faça. Isso. — Falou, dando ênfase em cada palavra. Desde que éramos mais novos, Ashton odiava sustos, e conforme foi crescendo, não mudou. Ao contrário, ficava cada vez mais nervoso quando o assustavam, mesmo que fosse sem querer, como eu havia feito agora. Não sabia o que ele tinha passado, quero dizer, sabia de algumas coisas que ele havia me contado nos momentos de fraqueza, embora ele nunca tenha contado algo concreto, mas sabia que eu estava ali caso ele precisasse. 

Levantei minhas mãos dando um passo para trás. 

— Estamos indo embora. 

— E o que eu tenho a ver com isso? — Arqueou uma sobrancelha. Eu odiava quando ele fazia isso. Havia aprendido algumas coisas para saber lidar com as pessoas, uma dessas coisas era ler alguém. A sobrancelha erguida mostrava sinal de teimosia e ironia. 

— Não vou te deixar sozinho, porra. Você já bebeu, então entre naquele carro ou eu vou te arrastar. — Exclamei, ficando irritado. Só queria sair dessa festa, não ouvir mais essa música alta, levar Alina para o dormitório e finalmente dormir. Os cantos dos lábios de Ashton se ergueram, antes de ele virar e falar alguma coisa no ouvido da garota, por conta da música alta, não consegui escutar, mas a garota revirou os olhos e saiu, sem nem mesmo olhar para trás. 

— Perdi minha foda da noite. — Ashton fazia uma feição triste que podia convencer qualquer um de que ele estava realmente triste. Dei um tapa na nuca dele e voltei a andar entre o mar de pessoa que estavam naquela casa, a casa era grande, porém o andar de cima era proibido, então a aglomeração de pessoas dava a impressão de que a casa fosse explodir. — Ei, está tudo bem? — A mão de Ash encostou no meu ombro. Só balancei a cabeça, não querendo que ele se preocupasse comigo. 

E quando entramos na cozinha, o mesmo lugar onde deixei Olívia e Alina, eu não podia acreditar no que estava vendo. 

— Assim não, Ali. Você tem que mexer só a bunda, não as costas, assim ó — Olívia estava com as mãos nos joelhos, e embora tivesse música eletrônica tocando ao fundo, era como se ela estivesse escutando outra música. A sua bunda fez um movimento e Alina olhava com curiosidade, logo tentando imitá-la. Tentei desviar o olhar, mas quando Alina empinou e fez uma espécie de quadrado com a bunda, percebi que meus olhos estavam focados nela. 

BAD BOY, GOOD LIPS #1Onde histórias criam vida. Descubra agora