5 - PECADOS.

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JEREMY MONTANI

Eu pensei que seria apenas duas noites, duas horas, mais acabou em três meses. Numa sala com pouca iluminação, úmida, fria, será que estou pagando pelos meus pecados?! Bom eu não sou nenhum religioso mais dadas as circunstâncias. Três meses vivendo nesse inferno, sentindo minha pele sendo furada com a ponta de uma chave de fenda quase toda semana, no começo me recusei a comer mas logo sabia que não iria aguentar muito tempo. Às vezes me pego pensando se a minha Anastasia está bem, se ela já encontrou os documentos, se Jensen está a ajudando a superar isso, ou pior, se ela acha que estou morto. Meu terno está tão desbotado e rasgado, não tenho mais sapatos, minha barba estava começando a crescer, já que eu a tirava a cada duas semanas. Não sei quanto tempo eu conseguirei continuar nessa situação, todos os dias fico atento a tais atos, conto todos os seguranças que estão na porta, quantas vezes eles revezam e diminui o número deles, fugir está em minha mente desde que um mês se passou e nada da minha família me encontrar. Numa casa de cabana a dois meios de escapar, ou você pensa com cuidado se mantém calmo e controla suas emoções, ou você morre tentando escapar.

A cabana era velha e isso é um bônus, contar quantas pessoas estão no local, pelas vozes que ecoam pela casa ou se eles usam pessoas diferentes a cada dia, com cargos diferentes. No quarto não a nada além da cama e uma cadeira velha de metal enferrujado, eles me mantém preso a uma parede de tijolos até chegar a noite e assim me prendem a cama para dormir, visitas de Alejandro são constantes então devo presumir que ele fica na cabana também, ou não. A grande porta de metal se abriu e nela Alejandro aparece junto com uma garota mascarada, patético.

- Olá grande amigo! - Diz Alejandro segurando um charuto.

- Oi mamãe, trouxe meu café? - Digo irônico.

Alejandro rir pelo sarcasmo.

- Sabe, eu estou começando a gostar mais de você. - Admiti ele sentando na cama.

- Lógico, eu sou um fofo! - Sorrir piscando pra ele.

- Você deveria segurar mais sua língua. - Diz a mulher mascarada.

- E você deveria parar de ser patética com essa máscara, ghostface agora? - Revirei os olhos.

Ela vem até mim usando suas unhas grandes para furar um ferimento que estava aberto em meu peito pelas chaves de fenda. Eu grito rangendo os dentes.

- Sua vadia desgraçada! - Digo com a mandíbula rígida. - Quando eu sair daqui, irei arrancar sua cabeça.

Digo a fazendo ter mais raiva e a penetrar o ferimento mais fundo. Eu grito.

- Chega! - Diz Alejandro.

A mascarada se afasta de mim, eu respiro fundo sentindo o sangue escorrer pelo meu abdômen.

- Se quiser um pedacinho meu amor, é só pedir! - Digo recuperando o fôlego.

Alejandro se levanta e caminha até mim devagar, ele se abaixa e segura meu queixo para me manter olhando em seus olhos.

- Eu vou mastigar o coração da sua patética e vadiazinha mulher, e vou fazer você assistir tudo de camarote daqui a dois dias! - Diz ele firme, solta a fumaça do charuto em meu rosto.

- Se você tocar nela eu te mato! - Digo travando a mandíbula. - Eu juro por Deus que irei fazer você ter os piores dias da sua vida miserável e desprezada! - Digo.

Ele sorrir com minha fala.

- Não se você estiver morto antes, garoto. - Diz baixo em meu ouvido. - Vou fazer você pagar pelo que fez com minha família!

Ele diz antes de se levantar, um grupo de homens encapuzados adentra no quarto seguindo em minha direção, um deles segura um taco de basebol em mãos. Alejandro de afasta colocando as mãos no bolso enquanto se inicia a sessão de chutes, murro, xingamentos, tudo se repete até minha cabeça ser atingida por algo que me derruba de imediato.

JENSEN MONTANI - MÁFIA ITALIANA (Vol 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora