JENSEN MONTANI - MÁFIA ITALIANA (Vol 2)

11 - FUNERAL.

(Não revisado)

ANASTASIA KARSTH

Aquela manhã foi a mais silenciosa que já presenciei,  Sophia não me deixou sair do quarto em nenhum momento com seu papo de "Eu cuido de tudo". O vestido preto elegante estava em cima da minha cama, esperando que eu vestisse. Nunca imaginei que chegaria a tal ponto da minha vida, saber que tudo o que eu vivi antes de conhecer o Jeremy era apenas uma fantasia de jovem adulta que eu mesma criei em minha cabeça, como se a vida fosse fácil, como se fosse apenas umas simples férias de aniversário. Quando terminei de me vesti eu me olhei no espelho, meus cabelos soltos, o vestido preto abraçava meu corpo, por uma fração de imaginação ou do que você quiser chamar. As mãos grandes dele passava pelo meu ombro, sua respiração em minha nuca afastando os meus cabelos pro lado, seu queixo descansa em meu ombro.

- Você está linda! - Ouvi a voz dele, como um sussurro distante.

Meu coração acelerou, eu podia senti-lo, ouvir sua respiração, sua voz. As mãos dele abraçam a minha cintura, me apertando como se não quisesse me soltar nunca.

- Você é minha vida Anastasia, eu te amo com todas as minhas forças e você sabe disso mais do que ninguém. - Sua voz é em meu ouvido.

Abro meus olhos encarando o espelho, ele estava lá, seus lindos olhos verdes me encarando pelo reflexo, um sorriso sútil se faz em meus lábios.

- Eu sinto tanta sua falta! - Admiti olhando pro seu reflexo.

Ele sorri de lado, aquele mesmo sorrisinho que me fazia arrepiar pois sabia que ele estava pensando malícia. Ele beija meu pescoço e eu volto a fechar os olhos, os seus lábios tocam na minha pele pálida, uma batida na porta me tira daquela fração de imaginação, meu rosto vira pra porta e vejo Sophia parada lá, ela estava vestindo uma blusa elegante de mangas e uma calça alfaiataria preta.

- O carro está pronto! - Admiti com a voz baixa.

Caminhamos pra fora da mansão e dois carros estavam nos esperando, Jensen e Adrien já estavam dentro de um e eu Sophia entramos no outro. O céu da Itália estava cinza, o clima frio, como se até soubesse do que estava acontecendo.

Chegamos ao cemitério e Jensen anda na frente, Sophia não largou meu braço e Adrien anda ao nosso lado com um pelo smoking preto.

- Aqui é onde estão enterrados os meus tios, pais do Jeremy. - Diz Adrien baixinho.

- Eu...não sabia. - Sussurrei baixo.

O vento frio fazia minha pele arrepiar, assim que chegamos num túmulo com o nome Jeremy Montani aquilo me despedaçou. Abracei Sophia de imediato buscando algum conforto, meu choro foi necessitado, forte, as mãos dela acaricia minhas costas. Enterrar o amor da sua vida não é fácil, principalmente quando não tem um corpo sequer naquele caixão.

- Calma Ana! - A voz de Sophia é baixa contra meu pescoço.

Eu não consegui me acalmar, como eu poderia? Jeremy estava em algum lugar do mundo, machucado, ou até morto e a única coisa que eu tenho dele é um caixão vazio com uma lápide escrita o nome dele. Me virei novamente ainda com lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas, observando a lápide com mais cuidado, flores brancas estavam ao redor dela.

- Eu deveria estar no seu lugar, eu faria de tudo pra trocar de lugar com você. - Minha voz sai com soluços e rouca.

Adrien e Sophia me ajudam a se levantar da grama verde e úmida, ela limpa minhas bochechas, Jensen sequer olhou pro túmulo ou pra mim naquele momento. Minutos se passaram e ficamos em silêncio por um tempinho até nós retirarmos do cemitério e entrarmos novamente nos carros, como de costume eu olhei a paisagem inteira pela janela do carro até chegarmos em casa,

Um pedaço de mim se foi quando Jeremy foi sequestrado, e outro também quando vi aquele túmulo, sei que foi difícil mais o necessário para minha saúde mental.

Quando chegamos em casa eu corri subindo as escadas e me trancando no quarto, Sophia vem atrás de mim mais Adrien a impede, me dando espaço pessoal naquele momento.

Tranquei a porta e corri pegando meu celular dentro da minha bolsa, mordi meus lábios com força passando meus dedos pelos contato salvos e o nome de Érika estava lá, eu pensei uma, duas, três vezes e decidi ligar. Chamou, chamou, e chamou mais ninguém atendeu, frustrada joguei o telefone da cama e grunhi de ódio, aquela vadia vai me pagar.

Quando menos esperei uma ligação de um número desconhecido aparece na tela do meu celular, olhei por alguns segundos antes de finalmente atender.

- Cadê ele sua cadela maldita? - Minha voz sai áspera.

- Ah, que saudades da sua voz amiga. - Diz Érika do outro lado da linha, debochada.

- Não me chama de amiga, cadê o Jeremy? - Perguntei novamente.

Andando de um lado pro outro no quarto.

- Morto! - Afirmou Érika.

Meu corpo gelou.

- Está blefando! Você não mataria ele, você quer me punir. - O silêncio reinou na ligação e eu sorrir de lado. - Sabe Érika, eu convivi com os três criminosos mais pesados da Itália e você acha que irei me fazer de coitadinha pra você?. - Me sentei na cama.

- Você é patética! - Diz Érika áspera.

- Você cometeu um grande erro por pegar justo meu noivo, meu homem! É melhor você rezar pra ele estar vivo, porque se faltar ao menos um fio de cabelo dele, eu vou te caçar até no inferno sua puta maldita!. - Minha voz é autoritária e calma, a ligação foi desligada logo depois.

Soltei todo o ar que tinha em meus pulmões, coloquei o celular na cama e fecho meus olhos.

- Puta que pariu! - Falo suspirando, passando a mão pelos cabelos. - Aquela vadia vai descobrir a fúria de um Montani quando menos esperar, se esconda o quanto puder Érika Morgan, eu vou te achar!.