Como será o amanhã? | BRISOTO

Capítulo - 24 - Apenas mais uma

Brisa, com os braços cruzados e uma expressão séria, encarou Oto por um momento. A tensão no ambiente era grande, mas finalmente, ela concordou em ouvir o que ele tinha a dizer.

— Tá bom, tu quer falar, então fale, que eu tô ouvindo, mas fale logo porque eu quero ir ver meu filho. — Ela falou com um toque de impaciência.

Oto sentiu um alívio quando Brisa finalmente concordou em deixá-lo falar. Ele olhou nos olhos dela com um olhar sério, enquanto tentava encontrar as palavras certas para explicar o que havia acontecido na noite anterior.

— Brisa... — ele começou com uma voz calma, mas carregada de tensão. — Não aconteceu nada entre mim e a Leonor...

Ele suspirou profundamente antes de continuar: 

— Eu estava aqui em casa, sozinho, esperando você chegar e ela apareceu. Eu nem ia deixar ela entrar, mas ela entrou mesmo assim, se jogou na minha e cama e ficou se insinuando para mim, mas não aconteceu nada, eu juro...

Brisa olhou para Oto enquanto balançava a cabeça negativamente. Oto percebendo a dificuldade dela em acreditar, prosseguiu:

— Eu juro, Brisa, nada aconteceu! Eu pedi a ela para ir embora imediatamente. Fui claro que não queria nada com ela. A Leonor e eu não somos nem nunca fomos namorados, a gente fica... quer dizer, ficava de vez em quando, mas isso não vai mais acontecer.

Brisa, mantendo sua expressão séria, respondeu:

— Eu sei que ela não é tua namorada, ela me disse. 

— Ela te contou que aquela história foi só um brincadeira? — Oto perguntou em meio a um suspiro de alivio. 

Brisa assentiu com a cabeça e falou: 

— Contou... contou também várias outras coisas ao teu respeito. Uma delas foi que tu troca de mulher igual troca de roupa, mas isso eu já sabia. Tu mesmo me falou que é mulherengo, que namora várias.  

Nesse instante, a calma que Oto tentava manter deu lugar à impaciência que começava a transparecer. Ele se afastou ligeiramente de Brisa, como se tentasse conter a frustração que crescia dentro dele.  

— Lá vem você falar sobre isso outra vez... — Ele disse, com a voz carregada de irritação. 

No entanto, Brisa estava determinada a discutir esse assunto que a deixava insegura. Seus olhos seguiram Oto enquanto ele se afastava, e ela falou com uma mistura de desconfiança e mágoa:

— E tu quer que eu fale sobre o que depois de tudo que eu ouvi da Leonor? Aliás, não foi só dela, o Caique disse praticamente a mesma coisa sobre tu. 

Oto, cada vez mais irritado, falou com a voz alterada:

— Eu sempre fiquei com várias mesmo, e daí? — Oto deu de ombros. — Eu era solteiro. Não vejo absolutamente nada de errado nisso. Problema teria se eu iludisse alguém, mas nunca fiz promessas vazias para nenhuma delas; sempre deixei claro que era apenas uma relação casual.

A tensão entre eles estava claramente crescendo, e as palavras de Leonor, que haviam sido proferidas anteriormente, ecoavam na mente de Brisa, alimentando suas inseguranças.

— E tu não vê problema em sumir depois que consegue o que quer? Era isso que tu tava planejando fazer comigo? — Brisa questionou, olhando diretamente nos olhos de Oto.

 Oto, surpreso e desorientado pelas acusações repentinas, mal conseguia articular uma resposta.

— O quê? — murmurou ele, com a voz trêmula. 

— Não se faça de besta que tu entendeu o que eu disse. — Brisa respondeu, com seu olhar penetrante. — Foi por isso que tu insistiu tanto para eu vir até aqui? Tu queria colocar teu plano em prática?