Capítulo - 26 - O doador

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Na manhã seguinte...

Oto chegou cedo ao hospital, onde Caíque o esperava na entrada. Rapidamente, o médico o conduziu ao centro de coleta de sangue, onde o enfermeiro Wesley os aguardava. Wesley cumprimentou Oto e entregou-lhe um questionário contendo algumas perguntas essenciais para garantir a segurança do procedimento. Oto preencheu o questionário com atenção.

Após terminar, Oto se virou para Caique, com uma expressão séria e lhe fez um pedido:

 — Por favor, não fala para a Brisa que fui eu quem doou o sangue para o Tonho. 

— Claro, eu não falo nada.  — Disse Caique.

Oto agradeceu Caique com um aceno de cabeça. 

Wesley ouvia atentamente a conversa enquanto preparava o material para a coleta de sangue de Oto.  

Caique, entretanto, não pôde evitar sua curiosidade e questionou:

— Mas por quê você não quer que ela saiba? 

— A gente se desentendeu. Tem uns dias que a gente não se fala. — Oto respondeu, com um olhar cabisbaixo.

— Imaginei que tivesse acontecido algo porque não te vi mais por aqui.  — Disse Caíque. 

Então Wesley, se aproximou deles, sinalizando que era hora de começar o procedimento.

— Já está tudo pronto. Podemos começar? — O enfermeiro perguntou. 

— Claro! — Oto respondeu, seguindo Wesley até a cadeira que estava posicionada diante de uma bancada equipada com todo o material necessário para o procedimento, e se ajeitou confortavelmente nela.

Wesley iniciou o processo, e Oto fechou os olhos por um instante, sentindo a picada da agulha em seu braço. Quando abriu os olhos, acompanhou com o olhar, o sangue fluindo da veia, viajando através do tubo transparente, até a bolsa de sangue, que se enchia lentamente com o líquido vermelho. 

Após a coleta estar completa, Wesley removeu a agulha com cuidado e aplicou um curativo no braço de Oto. No entanto, ao se levantar, Oto sentiu uma súbita tontura. Sua visão embasou, e seus lábios adquiriram uma palidez. 

Caique, percebendo o mal-estar de Oto, interveio prontamente. Ele amparou o amigo e o ajudou a se sentar novamente.

— Calma, Oto, é normal sentir tontura após a doação. Seu corpo precisa de um momento para se recuperar — disse o médico, confortando o amigo.

Oto, ainda pálido e um pouco tonto, respirou fundo, tentando se recompor. Wesley observando a cena, se aproximou.

— Aqui está um pouco de água e um lanche. Isso deve ajudar a recuperar as energias — disse o enfermeiro com gentileza.

Oto agradeceu e tomou um gole de água, seguido de mordiscadas no lanche. À medida que saboreava o alimento e hidratava-se, a cor retornou gradualmente a seus lábios, e a sensação de tontura começou a desaparecer por completo.

Wesley se afastou deles e, em seguida deixou a sala carregando a bolsa de sangue com cuidado.  Oto, observando a saída do enfermeiro, não pôde conter sua ansiedade e perguntou: 

— Ele já foi levar o sangue para o fazer a transfusão no Tonho?

— Não, primeiro o sangue vai passar por exames laboratoriais, e assim que liberarem, vai para a transfusão. Dada a urgência do caso, não deve demorar muito. Ainda hoje, o Antônio receberá o sangue que você doou. — explicou Caique. 

 — Que bom, espero que dê tudo certo.  — disse Oto, aliviado, e Caique concordou. 

Minutos depois, Caique notou que Oto tinha se recuperado, e decidiu retomar a conversa que haviam interrompido anteriormente. Com uma expressão de preocupação, ele perguntou a Oto:

Como será o amanhã? | BRISOTOOnde histórias criam vida. Descubra agora