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No momento em que o Audi capotou, Kurt bateu o pé no freio, guinchando o Camaro e afundando no cascalho

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No momento em que o Audi capotou, Kurt bateu o pé no freio, guinchando o Camaro e afundando no cascalho. Uma nuvem de poeira subiu, e ele quase foi arremessado através do parabrisa pela inércia. O Charger e o Mitsubishi passaram direto por ele, zunindo, sem interesse agora que ele estava parado. Eles não precisavam fazer mais nenhum esforço; sua derrota já estava declarada a partir do momento que ele freou. Era um fato frustrante, mas era a última coisa em que Kurt podia pensar.

Com a marcha ré engatada, ele voltou até Iggy o mais rápido possível. Nem ao menos puxou o freio de mão antes de pular do carro. Apenas escancarou a porta e saiu correndo na direção do Audi virado do avesso.

— Iggy! Iggy! — Kurt chamou aos gritos e pulou a valeta.

O alarme do Audi tinha disparado, e o limpador de para-brisa acionou sozinho. Os faróis apagaram, tornando mais escuro ali, difícil de ver através da nuvem de fumaça que escapava do capô. Ainda assim, conseguiu perceber que nada se mexia dentro do Audi. Sem nenhum tipo de resposta, ele permitiu a adrenalina do momento tomar frente de suas ações. Kurt agradeceu por estar usando um coturno de inverno e quebrou o vidro do carro com a força dos calcanhares. Assim que forçou uma passagem suficientemente grande a se abrir, ele se enfiou lá dentro e arrastou Iggy para fora do carro fumegante com o máximo de cuidado que a situação permitia.

Quando Kurt o deitou no asfalto, Iggy tinha o pescoço assustadoramente mole e a respiração frágil. Parecido como um personagem de filme de terror. Havia arranhões ao longo da pele e sangue escorrendo do meio do cabelo loiro, pingando pela frente do rosto. Era provável que suas roupas escondessem mais estragos, o que não poupava Kurt de se sentir desesperado.

— Iggy, responde alguma coisa! Você consegue me entender? — Kurt perguntou aflito, ajoelhado e segurando a cabeça de Iggy em um ângulo confortável entre as mãos trêmulas.

Ele sentiu um palpitar desregulado ao perceber Iggy piscar, sonolento. Mas isso foi tudo. Iggy não conseguia dizer nada. Sua boca entreaberta apenas emitia um som gutural, indicando que talvez ele pudesse estar engasgando com o próprio sangue. Kurt o virou um pouco de lado para que não engasgasse e pudesse cuspir aquilo para fora.

— Eu preciso te tirar daqui. Preciso te levar para um hospital, Iggy. Não existe outro jeito — Kurt explicou suando frio, na tentativa de justificar para Iggy e para ele mesmo o que iria fazer.

Aquela era uma das primeiras e mais importantes regras dos rachas: Não envolver o serviço de emergência, nem a polícia. Mas não havia ninguém ali para impedi-lo, então Kurt abriu a porta de trás do Camaro e carregou Iggy para dentro, abandonando o Audi arruinado para trás.

 Mas não havia ninguém ali para impedi-lo, então Kurt abriu a porta de trás do Camaro e carregou Iggy para dentro, abandonando o Audi arruinado para trás

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Colisão [2ª edição 2024]Onde histórias criam vida. Descubra agora