Capítulo 7

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Hoje terei que ir após a escola na casa de May, pra cuidar de sua irmã. Mas o problema não é esse, e sim quem vai estar lá.

Acabei de sair da aula e me esbarrei em uma menina, por isso quase caí no chão. As pessoas ao redor riram mas eu não liguei, peguei o meu skate e sai andando pelas ruas. Cheguei na casa de May depois de dez minutos, e lá estava ela e sua irmã me esperando. Ela estava agachada conversando com a mais nova, que a encarava e concordava com o que dizia.

— Se comporte, tá? Te amo — disse beijando o topo de sua cabeça e me abraçando. — Obrigada, S.

— De nada, M. Até depois — falei acenando pra ela que estava indo com seu pai para o consultório. — Ahn... Mavie, vamos entrar?

— Sim! — disse ela saltitando abrindo a porta para mim.

— Obrigada. — Entrei e fechei a porta após ela ir correndo até o sofá e se jogar nele. — Quer fazer alguma coisa?

— Primeiro, eu vou te entrevistar — disse astuta e eu me surpreendi.

— O.k., comece, então...

— Qual é o seu nome? — perguntou fingindo anotar em um caderno invisível.

— Selena Johnson — disse e ela sorriu continuando a "escrever".

— Que nome lindo! — Sorriu e eu agradeci. — Quantos anos você tem?

— 16, quase 17 — falei e ela me olhou.

— Nossa, que velha. Você parece ser mais nova — disse inclinando a cabeça me analisando.

— Obrigada...? — questionei confusa.

— Cor favorita?

— Ah, nunca parei para pensar nisso, mas acho que vermelho ou preto — disse e ela riu.

— A minha é verde, igual as árvores — disse ela e eu sorri. — Última pergunta, tem namorado?

— Ei, que pergunta é essa? — brinquei e ela riu travessa. — Sim, eu tenho. O nome dele é Patrick, e ele é um amor.

— Queria ter um namorado... — disse ela frustrada e eu peguei em suas mãos.

— Amor, você só tem 8 anos. Não é idade para namorar. Quando tiver a minha idade, com certeza vai ter um cara super gatinho querendo você! Aproveita bastante a sua infância — disse e ela sorriu.

— Tá bom... Quer ir fuçar as coisas dos meus primos? — perguntou mudando totalmente de assunto se levantando só sofá.

— Não é meio errado?

— Eu moro aqui há muito tempo, mas nunca fui lá, então é meu direito — disse autoritária e eu me surpreendi de novo com o quanto ela é inteligente. — Vamos.

Pegou na minha mão e correu até o quarto de Tom, abrindo a porta rapidamente e pulando em sua cama. Fiquei com um pouco de receio de estar ali, mas não posso negar o pedido da criança que estou cuidando. Seu quarto estava bem bagunçado, com roupas e bonés jogados pelo chão, sem contar as inúmeras revistas de edição limitada. Havia alguns posters de sua banda — inclusive nunca ouvi as músicas — na parede ao lado do armário e mais bonés espalhados por todo o quarto.

— Uau — disse ela boquiaberta.

— Como que ele consegue andar aqui? — perguntei evitando pisar em mais camisas que pareciam lençóis. Sem querer, acabei sujando uma de suas camisetas com o barro do meu tênis, porque pisei na grama da casa deles sem querer e estava molhada.

— Não sei, mas ele já vai voltar — afirmou.

— Mavie, sem querer eu fiz isso... — apontei para uma camisa branca que estava marrom agora. Ela arregalou os olhos e me olhou espantada.

Stop Loving Me - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora