Capítulo 6

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— Puta merda — murmurei para mim mesma só conseguindo ler "A israihót 0d ~•Ipm/smo" e outras "palavras" assim.

— O que foi, Selena? Está com tanto ódio assim? — sussurrou Tom se inclinando um pouco para trás.

— Não, eu só não estou conseguindo ler — disse cerrando os olhos identificando a primeira palavra, que era "história".

— Quer o meu caderno?

— Não precisa, eu consigo. — Cerrei os olhos novamente ainda não conseguindo entender todo o resto.

— Selena, você claramente não está conseguindo ler — disse ele me olhando bem nos olhos.

— Eu estou conseguindo, sim! — falei tentando o convencer para evitar conversar com ele.

— Então o que está escrito ali? — perguntou apontando para alguns outros símbolos.

— É... Colônia? — perguntei tentando chutar e ele desmanchou o sorrisinho que estava no rosto.

— Está escrito "monarquia", Selena. Você não está conseguindo ler — disse certo e eu bufei irritada. Por que eu não consigo ler, uma coisa básica?

— Eu só me confundi... — disse tentando disfarçar e escrevendo qualquer coisa no caderno.

— Vou ignorar isso e ignorar que te odeio por enquanto. Eu dito para você o que está escrito — disse se virando para frente e olhando seu caderno.

— Ah... — falei após ele se virar para o lado levemente e encostar as costas na parede.

— A história do Imperialismo — disse e eu fui copiando. — começou quando... — foi dizendo e eu estava o acompanhando, até que finalmente terminei de copiar e percebi que eu realmente não estava conseguindo enxergar mesmo, tudo estava embaralhado e com rabiscos. Minha letra deve ter ficado horrível, mas quem se importa? O professor só precisa visitar e foda-se depois, eu sempre passo de ano de qualquer jeito.

— Obrigada, Tom. De verdade. Eu preciso ir no médico ver o que está acontecendo, porque não é possível que eu seja tão cega assim — reclamei guardando o meu material porque só faltava 1 minuto para a aula acabar.

— Precisa ir mesmo. Ei, já que infelizmente vamos para o mesmo lugar, vem comigo, daí a gente já vai no médico — disse após sairmos da sala e eu fiquei meio apreensiva.

— Desde quando você se importa comigo? — perguntei guardando alguns livros no meu armário enquanto ele me seguia.

— Eu não me importo — disse dando de ombros e encostando as costas na parede.

— Ah, então por que quer me levar no médico? — perguntei o refutando.

— Porque eu só estou sendo legal alguma vez na vida. — Ou não.

— Mas eu vim de skate, você veio como?

— Andando ué, tenho pernas para isso — disse saindo da escola e colocando a mochila nas costas. Dei a minha mochila para Tom que ficou confuso, mas depois segurou a mochila com as mãos me observando subir no skate e andar sobre ele olhando para frente.

— Se você cair, eu vou rir muito — disse ele já rindo escandalosamente.

— Mas eu não vou cair, eu nunca caí — retruquei e ele me encarou surpreso.

— Tá bom, então. Se você está dizendo... — disse erguendo as mãos para o alto se rendendo e olhando para o chão. Percebi um sorrisinho em seu rosto e acelerei um pouco mais o skate, fazendo-o ter que correr um pouco para me alcançar. Virei na esquina lembrando do caminho do oftalmologista e segui pedalando olhando para trás vendo Tom correr mais rápido e conseguir me alcançar.

Stop Loving Me - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora