Capítulo Quinze

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Narração em terceira pessoa

Logo anoiteceu e todos foram chamados para o jantar, assim como todos os dias, Samuel sai da cela junto com Victor, e após pegar as suas refeições se sentam em uma mesa vazia.

O diretor aparece de surpresa no refeitório.

- pessoal, já faz alguns dias que eu estou querendo proporcionar alguma atividade diferente para vocês. Portanto, hoje nós vamos ter uma noite de filmes - disse o diretor chamando a atenção de todos que comemoraram

Samuel não sabia que existiam presídios como aquele, ele achava que isso era coisas de filmes.

- sim, antes que você me pergunte, o diretor as vezes planeja alguma atividade noturna, ele fala que é ruim ficar sem fazer nada - disse Victor lendo os pensamentos de Samuel

- mas os detentos não fazem bagunças nem nada do tipo ? - perguntou Samuel encarando o maior

- na verdade não, por incrível que pareça o pessoal daqui é bem civilizado - falou Victor dando um leve gargalhada

Todos terminaram de comer e logo em seguida seguiram para o local onde seria o filme. Victor sabia que aquele era a hora em que o pessoal vendia as suas mercadorias.

- muquinha, se você quer mesmo se vingar do Donald a hora é essa. O pessoal aproveita enquanto os policiais estão ocupados montado os equipamentos para poder vender essas coisas por aí

- mas eu não estou com nenhum centavo - disse o garoto encarando o homem

Victor tira de seus bolso algumas notas, ele tinha aquelas notas guardadas desde que seu pai foi no presídio lhe visitar, segundo ele, era para uma hora de precisão.

- como sabia ?- perguntou Samuel encarando Victor

- apenas sabia que teriamos que fazer essas coisas agora a noite

Os dois se levantaram de onde estava sentado e logo começaram a caminhar em direção a um dos blocos de celas. Samuel entrou em uma das celas e logo percebeu que era ali onde conseguiria tudo para seu plano.

- o que querem aqui ? - perguntou um dos homens que ali estava

- comprar mercadorias, não é o que estão vendendo ? - perguntou Victor encarando o homem

- não vendemos fiado - alertou o homem

- quem falou em comprar fiado - disse Victor se aproximando do homem que estava sentado no vaso sanitário

Victor pegou alguns pinos de cocaina, e alguns baseados, ele entregou o dinheiro para o homem e em seguida saíram da cela.

- imagino que vamos ter que colocar isso hoje na cela ?- perguntou Samuel constatando o óbvio

- se você querer que os policiais encontrem amanhã pela manhã, sim, devemos colocar hoje - falou Victor sorrindo para o menor

Os dois subiram as escadas, e logo Samuel entrou na sua antiga cela, Victor colocou os pinos embaixo do trânsito, para a sorte dele havia um buraco no colchão, ali ele colocou os baseados. E assim saíram dali sem deixar nenhum rastro.

Desceram as escadas e deram de cara com Robert.

- onde estavam ?- perguntou o policial cruzando os braços

- estávamos......er....- gaguejou Samuel

- não vai querer mesmo saber o que estávamos fazendo Robert vai por mim - disse Victor encarando o policial

- er...Bom, prossigam para o local do filme- disse Robert acompanhado os dois

O filme logo começou e todos estavam extremamente concentrados na tela, assim que finalizou todos seguiram para a suas respectivas celas. Como todos os dias Samuel se deitou com Victor, e ouvindo as batidas do coração do maior acabou adormecendo.

Ao amanhecer, Samuel abre seus olhos, e em seguida esfrega os mesmo, Victor já estava acordado, o homem estava pensando se fizeram a coisa certa em ter colocado as drogas na cela de Donald.

- bom dia - falou Samuel dando um selinho no homem

-bom dia - disse Victor sorrindo

- no que tanto pensa ? - perguntou Samuel curioso

- estava aqui pensando se fizemos certo colocar as drogas na cela do Donald

- claro que fizemos certo, assim ele para de pegar no meu pé por um tempo - falou Samuel sorrindo

Nesse momento Robert aparece e bate o seu cassetete no ferro da porta da cela.

- se apressem para o café - falou o policial abrindo a porta

Samuel se levantou e deu uma leve espreguiçada, e em seguida Victor fez a mesma coisa, e logo os dois saíram. Seguiram para o refeitório, e se sentaram em uma mesa vazia, Victor estava pensativo e Samuel havia percebido.

- Vicky, não fica pensando nessas coisas, o que nós fizemos está feito, não dá para voltar atrás agora - disse Samuel encarando o homem

- não estou pensando nisso, estava pensando em como vai ser isso aqui sem você - disse o maior olhando para os quatro cantos do local

- vai ser exatamente como era antes de eu estar aqui - falou Samuel dando um meio sorriso

- se cuide bem quando estiver lá fora, o mundo é cruel - falou Victor segurando na mão de Samuel que estava em cima da mesa

- nada vai me acontecer, eu vou me cuidar bem - disse o garoto dando um meio sorriso

Os dois logo avistaram Donald saindo do refeitório escoltado por Marcelo, e no mesmo momento Robert estava passando ali perto, Samuel chamou o homem com a mão que prontamente se aproximou.

- o que aconteceu ?- perguntou curioso

- parece que os policiais encontraram pinos de cocaina e baseados na cela do Donald- explicou Robert encarando o menor

- e o que vai acontecer com ele ?- perguntou Samuel ainda mais curioso

- o que acontece com todos que são pegos com drogas, ele vai passar alguns meses na solitária - disse Robert vendo o garoto sorrir abertamente

- por que eu acho que tem dedo de vocês dois nisso ?- perguntou Robert desconfiado

- na verdade não tem, o Samuel só está contente por estar livre do Donald - disse Victor tomando a palavra por Samuel

- bom garotos, eu vou me juntar aos outros policiais, e por favor, peço que mantenha segredo, esse assunto e de extremo sigilo - falou Robert encarando Samuel

- não vou contar para ninguém - disse o garoto dando um sorriso alegre

O policial se retirou e se juntou aos outros policiais que ainda estavam ali. Na sala do diretor Donald estava tentando explicar que não sabia de onde tinha vindo as drogas.

- senhor diretor, eu lhe disse, não sei de onde saiu isso, não tenho dinheiro para comprar essas coisas - falou ele encarando o homem atrás da mesa

- Donald, sendo sua ou não estavam na sua cela, e por isso você vai passar dois meses na solitária

- por favor senhor diretor, eu sou inocente - disse Donald quase implorando

- se encontrarmos o culpado, você será livre da solitária, caso contrário permanecerá lá. Pode levá-lo policial- falou encarando Marcelo que estava ali de braços cruzados.

Donald não sabia quem tinha feito aquilo com ele, mas ele estava disposto a descobrir e fazer a pessoa pagar com cada moeda.

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