Capítulo 17

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Ludmilla POV

-Ludmillaaaa! –John me chama já arrumado para ir trabalhar. –Desculpe não poder tomar café com você novamente, é que você sabe, sou Diretor do Hospital, tenho que estar lá sempre cedo.

-Tudo bem, eu entendo. –Falo compreensiva.

-Linda... –Ele diz pegando em meu queixo. -...tem certeza que não quer trabalhar no hospital de meus pais, tenho certeza que ninguém vai achar que você está lá por ser minha noiva, todos conhecem o seu talento e profissionalismo como médica, isso é inquestionável.

-Obrigado pelo convite, mas prefiro assim mesmo John, confesso que não gosto de misturar muito as coisas.

-Okay então, mas caso mude de ideia.

Ele me dá um beijo e vai embora do meu apartamento e eu tomo meu café sozinha, odeio comer sozinha.

Saio de casa e vou para o Hospital,hoje seria um dia longo de plantão, atendo minhas consultas, ajudo alguns residentes, cochilo um pouco e quando chega à noite vou trabalhar no pronto-socorro, atendo uma pessoa ferida a bala e outra que caiu de moto, depois de um tempo, sentada esperando novos pacientes, percebo uma pessoachegando na maca e os paramédicos a empurram rápido e a colocam em uma cabine ao lado da minha e o que me chama  atenção é que a mulher que estava lá parecia muita com Brunna, o mesmo jeito do cabelo, a mesma origem latina, levanto rápido preocupada com o coração na boca e abro a cortina do médico ao meu lado.

E percebo que a moça não era a Brunna, apesar de se parecer muito com ela.

-Tudo bem Doutora Ludmilla? –O médico pergunta estranhando minha atitude.

-Me desculpe. –Eu peço. – Eu pensei que fosse uma conhecida minha, desculpe novamente. –Falo e fecho de novo a cortina.

Eu estaria mentindo se falasse que das 24 horas do meu dia, de vez em quando eu não me pego pensando em Brunna, onde ela estaria agora, o que estaria fazendo, com quem estaria, se estaria sentindo minha falta. Eu pensei que com o passar do tempo seria mais fácil lidar com essa situação e eu iria acabar me acostumando a isso, mas acho que não.

Vou até a sala de Dayane que está concentrada em seu computador.

-Oi Ludmilla, tudo bem?

-Tudo, só um pouco cansada.

-Vai pra casa amiga, sei que esse horário já acabou o seu plantão.

-Eu vou, eu só passei aqui pra conversar um pouco contigo.

-Tá tudo certo? –Ele me pergunta preocupada.

-T-tá. –Respondo meio evasiva querendo disfarçar meus sentimentos. –Como anda o seu livro?

-Anda bem, como eu já te falei antes, eu já mandei pra editora, e dentro de pouco tempo vou lançá-lo. –Ela responde desconfiada.

-Que bom. –Respondo sem prestar muita atenção.

-Ludmilla, eu te conheço, fala logo o que você veio fazer aqui, perguntar sobre meu livro que não é.

-Não, nada a ver, pra falar a verdade eu já estou indo embora. –Digo me levantando.

-Amiga, sério, pode perguntar. –Ela fala séria.

-É que.......v-você tem notícias de Brunna? –Pergunto envergonhada.

Ela suspira pesado e olha pra mim por um tempo que parecia uma eternidade.

-Estou atendendo Brunna agora em outra clínica que trabalho, ela disse que seria melhor pra ela ir até lá,já que não queria acabar encontrando com você.

-Ah........Entendo. –Falo com um nó na garganta.

-Só que já faz um tempo que não a vejo, na nossa última consulta, ela falou que iria tirar férias por um tempo indeterminado, acho até que iria viajar.

-Viajar?

-Sim.

-Obrigada Dayane. –Saio rápido de sua sala antes que chore na sua frente

Meu Deus, eu preciso tirar Brunna de minha cabeça.

Saio do hospital e vou para minha casa, John não havia chegado ainda, tomo banho trocando de roupa e visto uma calça de moletom que Brunna esqueceu aqui. Vou a geladeira pegando um congelado e coloco no micro-ondas, essa seria minha janta de hoje.

Assim que termino de jantar vou para minha cama assistir TV e em pouco tempo John chega, nos cumprimentamos com um selinho e eu pergunto como foi seu dia.

-Foi ótimo Ludmilla, bem corrido mais foi ótimo. –Ele responde.

-Comprei um presente pra você, acho que vai ser útil, agora que você é diretor. –Digo lhe estendo um embrulho.

-Um jogo de gravatas!!! –Ele fala abrindo o pacote. –É, realmente isso será bem útil. –Diz ele sorrindo estendendo as gravatas em seu pescoço em frente ao espelho.

-Gostou?

-Adorei, obrigado meu amor. –Disse me dando um beijo.

John se levanta indo até o banheiro tomar banho.

-Vai jantar John? –Pergunto da porta do banheiro enquanto ele está no chuveiro.

-Não, já jantei lá no hospital, eu sabia que ia sair tarde hoje, já que eu tenho que me inteirar sobre tudo lá dentro.

Meu noivo sai só de cueca do banheiro e até que ele continua com o corpo em forma, apesar de ter uma barriguinha saliente.

-O que foi Ludmilla? –Ele diz se deitando na cama.

-Nada, só estou olhando pra essa sua barriguinha saliente aí? –Digo rindo.

-Você sempre gostou da minha barriguinha saliente? –Ele diz rindo e me beijando.

-Eu não lembro disso não. –Brinco com ele enquanto nos beijamos já deitados na cama.

-É que você se acostumou mal com Brunna. –Diz ele cortando todo clima que tinha entre a gente, pelo menos para mim.

-Sério John, sério que você vai tocar no nome da Brunna justo agora. –Falo nervosa.

-Me desculpe, foi ato falho meu. –Ele diz culpado tentando me abraçar novamente.

-Não, agora cortou o clima, cortou totalmente o clima.

-Me perdoe, e-eu fui um idiota, tá bom......mas Ludmilla, desde que nós nos reconciliamos, ainda não fizemos amor e eu entendo seu tempo, não quero te apressar em nada, mas eu pensei que hoje finalmente nós iriamos nos entender, você está feliz, mais tranquila desde o rompimento, comprou até um presente pra mim. –Ele fala e acaricia meu rosto

Balanço a cabeça confirmando.

Voltamos a nos beijar e dessa vez ele não fala mais sobre a Brunna, pra falar a verdade não falamos mais nada, só ficamos ali aproveitando um ao outro, o corpo que eu conhecia havia 5 anos.

-John, a camisinha. –Peço a ele.

-Nos conhecemos a tanto tempo que eu achei que não seria necessário.

-Sim, mas ficamos um bom tempo sem fazer, então eu acho que é mais seguro, tanto pra você quanto pra mim, nem parece que você é médico.

-Okay. –Ele concorda e pega em sua mochila que deixou aqui já que está passando uns dias aqui em casa.

O beijo e depois de um pequeno estranhamento no início, nossos corpos voltam a se entender depois de tanto tempo sem tanta proximidade, fazemos sexo e confesso que o sexo com John é bom, mas fica meio inevitável não fazer nenhum tipo de comparação com o sexo com Brunna, ainda mais sendo tão recente nossa separação.

Me volto para conversar com ele após fazermos amor, mas ele já havia pegado no sono.

-Boa noite John. –Digo pensativa tentando dormir também.

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