Capítulo 2

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Ludmilla POV

Vou até a casa da Dayane para lhe dar uma carona até o hospital, bato na porta e ela logo me atende, só que não estava arrumada pra sair ainda.

-O que está fazendo aqui Ludmilla?

-Vim te buscar pra gente ir trabalhar!

-Não lembra que eu te falei ontem que eu não iria trabalhar, hoje eu estou te folga.

-Ah sério, é que ontem eu bebi tanto vinho que eu devo ter me esquecido.

-Bem isso, e pra falar a verdade eu tô entrevistando a Brunna por causa do meu livro.

-A Brunna tá aí!! –Falo em um tom animado e me surpreendo comigo mesma. –Quer dizer....é...

-Sim a Brunna está aqui e se me der licença, eu tenho que voltar.

-Será que eu posso, ficar um pouquinho? –Peço com uma carinha pidona.

-Uhnn tá interessada é?

-Dayane é interesse médico, tá bom.

-Ok, ok, se é o que você diz, pode ir entrando aí amiga. –Ela abre a porta me dando passagem.

Vamos em direção a sua sala e vejo Brunna de costas sentada a mesa de Dayane, o lugar vazio onde minha amiga estava sentada tinha um notebook aberto.

-Uhunn!! –Dayane limpa a garganta. –Brunna queria te apresentar uma pessoa.

Ela se levanta da mesa se virando para nós sorrindo simpática, Brunna está com uma camiseta preta e uma calça jeans com suspensórios deixando seu look um pouco jovial. Não pude segurar meu interesse em conhecê-la.

-Brunna... essa é minha melhor amiga, Ludmilla Oliveira, é Cirurgiã Cardíaca lá do hospital. –Dayane me apresenta.

–Cirurgiã Cardíaca....-Fala ela e lança sua mão para me cumprimentar. -....então vou atrás de você quando tiver problemas em meu coração.

Alguma coisa me diz que ela falou essa frase com duplo sentido. Penso.

-Prazer Ludmilla, sou Brunna Gonçalves, não tenho um trabalho tão nobre quanto seu, mas se um dia precisar reformar sua casa, pode me chamar.

-Que isso, todos os trabalhos são nobres. –Falo sorrindo e olhando mais intensamente para ela.

Devo confessar que Brunna tem uma aparência atraente, envolvente, quem olha de fora não percebe o seu "distúrbio genético". Me perdi um pouco olhando pra ela, mas depois voltei a mim quando ouvi a voz de Dayane.

-Brunna tem uma empreiteira Ludmilla, especializada em construção e reformas, não é isso? –Dayane pergunta.

-Sim, deixa eu pegar meu cartão para vocês, pra falar a verdade a empreiteira é do meu pai, mas ele falou que vai deixar tudo para os filhos mesmo. –Ela pega o cartão do bolso entregando um para Dayane e quando vai entregar um pra mim percebo ela demorar um pouco segurando minha mão.

-Obrigada Brunna. –Engulo em seco. –Bom, agora eu tenho que ir, eu só vim ver como Dayane está, tenho que ir pro hospital, tenho algumas consultas para atender. –Me explico.

-Ah, ok, prazer em conhecê-la Ludmilla.

-Prazer, tchau Brunna. –Me despeço.

Dayane me acompanha até a porta de saída da sua casa.

-Pronto, satisfeita agora Ludmilla, conheceu a pessoa por que você está tão interessada.

-Não é assim Dayane, eu só estava curiosa.

-E o que achou?

-Devo admitir que achei ela linda....assim olhando mais de perto. –Falei colocando um mexa de cabelo atrás da orelha nervosa.

-E...

-Foi só impressão minha ou ela estava dando em cima de mim? –Eu perguntei.

-Sim, só que você também estava. –Ela fala convicta.

-Eu....lógico que não! -Digo na defensiva.

-Ludmilla, você estava olhando pra ela de cima a baixo, até mordeu seu lábio, ela reparou amiga.

-Você acha, não quero dar a impressão errada.

-Pode ficar tranquila, você deu a impressão certa. –Dayane dá dois tapinhas em meu ombro

Volto para hospital e vou logo para minha rotina de atendimentos, hoje não teria nenhuma cirurgia marcada. Então o dia seria mais tranquilo. Não pude deixar de pensar em Brunna, não sei, é uma mistura de curiosidade com interesse.

Será que Dayane tem razão, será que eu estou me interessando por ela? Mas eu sempre namorei homens, não estou entendendo essa minha obsessão em específico por ela.

Calma Ludmilla, você é médica, e leve isso pelo lado racional, você está carente, só ficou com 2 pessoas desde a partida do seu noivo, deve ser só hormônios.

Vejo o meu celular vibrar em cima da mesa, é uma mensagem da Dayane.

[Mensagem]

-Lud, esqueci de te falar, ela só tem 22 aninhos viu amiga, tá cheirando a leite ainda hahhahahaha

-Mais um motivo pra não dar certo né Dayane, eu já tenho 31 anos.

-Uiiii, já tá comparando as idades.....olha tenho que te falar uma coisa?

-O quê?

-Brunna me pediu o seu celular, e eu dei o número Ludmilla?

-Dayaneeee!!!

-Ludmilla, eu nem sei se ela vai te ligar, mas se ela ligar e você não quiser, é só dizer não ué...ou fala que você já está comprometida, mas a oportunidade de você ao menos conhecê-la, eu te dei.

Encerramos as mensagens e continuo pensativa pela maior parte do dia.

Saio do meu turno do hospital chegando lá pelas 22:00 horas em casa, entro em o meu apartamento, onde ultimamente moro sozinha, desde que meu ex-noivo decidiu ir para Londres, e enquanto coloco um congelado em meu micro-ondas, tomo um banho.É um pouco chato, jantar sozinha, mas a gente acaba se acostumando, e sempre que posso convido Dayane e seu marido, que também é médico, pra comer aqui comigo entre os nossos turnos.

Tiro minha lasanha do micro-ondas comendo de frente pra TV, meu celular toca mas estou tão concentrada no que estou assistindo que nem olho na tela pra ver quem é.

-Fala Dayane!!

-Olá. –Ouço uma voz diferente no celular. –Não é a Dayane, é a Brunna, lembra? Nos conhecemos hoje de manhã. –Fala com sua voz melodiosa.

-Ah Brunna, lembro...lembro sim. –Respondo me ajeitando no sofá.

-Desculpa a minha intromissão em te ligar, já que você não me deu o seu número, mas  eu pedi ele para a sua amiga...é que eu queria te pedir uma coisa.

-Tudo bem. –Falo um pouco nervosa. -Pode pedir.

-É que eu queria te pedir...-Ela hesita um pouco. -...assim, se você qualquer dia, gostaria te tomar um café comigo, médicos precisam de cafeína pra se manter acordados entre um turno e outro, não é? –Ela fala me fazendo sorrir.

-Bom... não sei, amanhã terei um turno pesado de 36 horas, vou ter um pausa de 2 horas na parte da tarde, poderia ser nesse horário?

-Claro!!! –Ela diz prontamente.

-Você pode passar no hospital lá pelas 17:00, caso eu estiver atendendo, é só você pedir para me chamar na recepção. –Falo não acreditando que estou mesmo marcando um "encontro" com Brunna

-Ok Ludmilla, estarei lá.

-Bom, então boa noite Brunna.

-Boa Noite Ludmilla. –Ela responde com uma voz suave.

Desligo o telefone respirando fundo.

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