Casos de Família

Capítulo 7 - Bar

Capítulo 7

Narrador POV

23:47 P.M.

O bar em que as amigas estavam encontrava-se deveras lotado. Lara já havia cantado algumas vezes no mesmo, o que fez com que tivéssemos preferência para sentar. Eu sei, um pouco errado né? Mas é uma fanfic, superem.

Era uma sexta-feira agitada, as ruas de Fortaleza ferviam apesar do horário. O bar era de frente à praia, as amigas bebiam seus drinks enquanto conversavam casualmente, vira e mexe perdiam-se ao olhar para a praia. A água salgada do mar ia e vinha incansavelmente, como sempre fora. Não era possível ouvir som algum vindo da praia, uma vez que as diversas pessoas presentes no ambiente conversavam e gargalhavam, divertiam-se. Um grupo de músicos estava também presente no local, tocando seus instrumentos e fazendo com que a doce voz da vocalista percorresse o ambiente, eles tocavam Cássia Eller.

Lara foi a primeira a notar a baterista, que tocava nitidamente com seu coração e sem pudor algum. Ela tocava de olhos fechados, como se já fizesse aquilo há tanto tempo que as mãos simplesmente se mexiam sozinhas. Era como se nada mais existisse ali, apenas ela e... ela. A bela moça possuía o cabelo não muito curto, ia até os ombros, cacheado, os cachos eram bem abertos. Usava óculos, possuía algumas tatuagens espalhadas pelos locais visíveis do corpo, como na mão direita, uma lua, nos dedos alguns símbolos o qual não era possível identificar e, no braço esquerdo, uma frase. Usava uma camisa branca social, os três primeiros botões abertos, as mangas dobradas até metade do antebraço, um pouco acima da linha do cotovelo, enquanto uma calça preta colada vestiam suas pernas. Em seus pés, um tênis também branco.

Lara olhava a mulher como se estivesse hipnotizada, o que não foi muito confortável para Isadora. Porém, a mulher não se deixou abalar, uma vez que sabia que Lara e ela eram apenas amigas, a mulher poderia se interessar por quem quisesse, compreendia isso.

Isadora e Lara já não estranhavam-se mais, pois as mulheres tinham a ciência de que depois da conversa que combinaram que teriam, tudo se resolveria, era óbvio. Gostavam-se muito para que deixassem que aquilo interferisse entre elas, ainda mais à essa altura. Isadora estava em Fortaleza, finalmente. Elas já haviam conversado por WhatsApp sobre esse momento, o momento em que se encontrariam, mas obviamente não aconteceu conforme o planejado, que nem a história da Bruna KAKAKAKKAAADHJAKAKA.

- E se a Yasmim se assumisse lésbica? Já imaginaram como seria? - Francine as propõe pensar, trazendo alguns risos das meninas. Yasmim para por uns segundos, pensando.

Yasmim ainda não tinha total certeza sobre sua sexualidade, mas ela sabia que algo havia ali. Não poderia afirmar que sentia algo, mas Isadora e Lara a faziam sentir coisas diferentes, as quais a faziam questionar internamente. Ela sorri fraco, dando mais um gole de seu drink.

Isadora tomava sangue de virgem, um drink escolhido por ela obviamente pelo nome duvidoso, mas a mulher havia adorado.

- Acho que vou tatuar o nome desse drink na testa de tão bom, juro pra vocês. - Ela diz, dando mais um gole. Lara franze o cenho.

- Osh, se tu tatuar essa merda vão achar que tu é uma maníaca, não que gosta de drinks. - Lara observa, fazendo Isadora olhá-la, para então assentir com a cabeça, positivamente. Ela concordava.

- Verdade, vai ser a inimiga da carteira assinada. - Isabella diz, gargalhando.

Yasmim mexia em seu celular, no tinder, mais precisamente. A mulher havia marcado um encontro com uma pessoa a qual bateu algum papo, iriam sair no sábado, o dia seguinte. Após digitar algumas coisas, guarda o celular, observando as amigas.

- Lara, tá tudo certo? Você parece meio... distante? - Yasmim pergunta, notando que Lara estava observando o grupo musical mais do que o normal, o que de certa forma também incomodava Yasmim. Yasmim não sabia ao certo o que sentia, mas sabia que sentia algo por Lara, e não sabia lidar com isso.