Capítulo 21 - Declaração

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Capítulo 21

Lara POV

Estava na varanda com Francine, conversando banalidades. Já estávamos prontas para o rolê de hoje à noite, mas eu estava com sede, então decido ir até a cozinha para pegar uma água. 

Saio pela porta e vou em direção à cozinha, até que vejo a porta de entrada aberta e uma Dani parada com as mãos entrelaçadas em frente ao corpo, segurava um envelope. Quando ela me vê, sorri. Sorrio de volta e caminho até ela.

- Oi, gatinha! Como você está? - Pergunto para ela quando chego perto o suficiente. Vejo-a alargar mais o sorriso.

- Oi, Lara. Eu estou ótima, e você? - Ela diz, levemente tímida. 

- Estou ótima também. Então, o que te traz aqui? - Questiono curiosa por sua aparição repentina.

- Ah, é que eu queria te entregar uma coisa. - Estende o envelope para mim. - É o pagamento pelo show de hoje mais cedo, obrigada de verdade por ter participado. Foi muito importante para mim, não sei o que teríamos feito sem você. - Sorrio para ela, pegando o envelope de sua mão, agradecendo-a. Em seguida, dou-lhe um abraço e um beijo no rosto. Dani se vai após nossa despedida.

Olha só, me dando dinheiro em cédulas e num envelope? Assim como faziam os Incas...

Eu saí do apartamento bem cedo hoje, Dani havia arrumado uma banda, mas a vocalista estava doente. Ela precisava de alguém para cantar no lugar e, bom, eu aceitei o convite de bom grado. Após alguns ensaios de última hora pela manhã, fizemos a apresentação em um bar. Foi espetacular, admito, mesmo que tenha sido durante o dia.

 Fecho a porta atrás de mim ainda sorridente e me viro, dando de cara com Isadora. O sorriso em meus lábios morre aos poucos. 

Ela estava me espionando? Por quê estava parada me olhando interagir com Dani?

- O que foi? Tá olhando o quê? - Pergunto de forma grosseira, deixando meus sentimentos me dominarem. Vejo-a fechar os olhos, parecia pura reprovação. Ela não se dá o trabalho de me responder, apenas se vira e vai em direção à varanda, deixando-me para trás.

Assim que ela chega na porta da varanda, Francine sai pela mesma, retirando-se.

Vejo-as terem um diálogo rápido, sorriam uma para a outra. Francine se vai e Isadora se senta em uma das cadeiras na varanda. A porta de vidro deixava visível ela sentada olhando para a rua. Respiro fundo tomando coragem para fazer o que precisava ser feito. Precisávamos conversar.

Francine passa por mim e sorri, pergunta se quero fumar com elas, mas respondo que não. Ela assente e vai até o quarto.

Quando Francine desaparece, caminho até onde Isadora estava, sentando-me ao seu lado, em outra cadeira.

- Caraio Francine, pior que foi rápida. - Ela diz sem me olhar, achando que era Francine. 

- A gente pode conversar? - Pergunto para ela. Ela me olha assim que vê que não era Francine. Respira fundo, olhando de volta para a rua.

- Podemos. - Ela diz sem me olhar.

- Olhe pra mim, por favor. - Suplico, vendo-a direcionar seu olhar para mim, atendendo ao meu pedido. Sorrio, mansa. - Melhor assim.

- Então, o que é? - Pergunta sem rodeios. 

- Olha, a gente tá numa situação muito estranha. Eu só… não quero que isso continue. - Digo, rodando meu anel do dedo indicador.

- Ah, então agora você percebe o quanto está estranho? - Ela me pergunta, cruzando os braços com as sobrancelhas levantadas. Suspiro.

- O que quer dizer com isso? - Indago, sem entender sua frase.

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