Capítulo 11 - Encontro

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Capítulo 11

Isadora POV

19:23 P.M.

A noite se fez presente e eu estava no local do date, esperando a mulher do tinder no bar que combinamos. Soube que Yasmim também tinha um encontro hoje, fiquei curiosa pra saber com quem, ela não nos contou nada sobre. 

Nós marcamos o encontro no mesmo bar do dia que a Srta. Intensa me ameaçou com a faca. Espero não trombar ela aqui hoje de novo. Acho que não, não tá com a porra.

Eu me encontrava escorada no balcão, falando com a atendente. Pego uma long neck pra começar a noite e ando até minha mesa. Olho no relógio, a mulher não estava atrasada, eu que estava levemente adiantada. Observo o ambiente ao meu redor, hoje estava mais calmo porque não era um fim de semana, haviam poucas pessoas no bar.

Me aproximo de minha mesa quando um cara esbarra em mim. Usava um boné preto tampando parcialmente o rosto, não pude ver direito.

- Desculpe. - Murmuro, mas o homem sai apressado em direção à praia, sequer olha pra trás. - Filho da puta mal educado. - Outro murmúrio, me sento em seguida. 

Uma banda tocava um mpb que eu não soube distinguir pois não sou tão provida assim dessa cultura brasileira, mas me permiti aproveitar. Batia os pés no ritmo da música e mexia no celular para passar o tempo.

- Olá, você é a Isadora, certo? - A mulher pergunta, subo meu olhar para encará-la. Suspiro inevitavelmente. Que linda, puta que pariu.

- Sim, sou eu mesma. - Me levanto atrapalhadamente, cumprimentando-a com um beijo no rosto. - Você é a Sarah, certo? - Pergunto sabendo a resposta. Ela assente com a cabeça e se junta a mim na mesa. Sorrio para ela. 

[...]

21:12 P.M.

Vários e vários drinks se passaram, conversamos sobre muitas coisas. O nome dela era Sarah, tinha 21 anos, era lésbica, já teve 2 relacionamentos, não trabalhava e nem fazia faculdade, o que já nos dá a entender que é burguesa se não precisa fazer nada disso e mesmo assim está aqui no bar num dia de semana. Ela morava com os pais, não tinha irmãos e não gostava de mentiras. Não sei porque essa última era tão relevante, mas ela deixou bem claro.

Ela tinha o cabelo não muito curto, mas também não muito longo, a lateral estava raspada. Alguns piercings no rosto como no nariz, na sobrancelha e… pasmem, no lábio. Que delícia. Tinha no mamilo também, mas isso eu só soube depois dela contar. Possuía tatuagens nos braços, eram desenhos aleatórios. Usava uma camiseta grande oversize branca, uma calça jeans azul larga com bolsos laterais e um coturno preto. Toda esquisita, me amarro.

- Então você não é daqui? É de onde? - A mulher questiona, rodando o canudo de seu copo com o dedo indicador, a outra mão servia de apoio para seu rosto.

Sua expressão já era nitidamente alterada, mas isso não era ruim. Ela era uma moça legal, inteligente, gentil e linda, diga-se de passagem.

Nego com a cabeça, após mais um gole de meu drink.

- Não, não sou daqui. - Sorrio. - Mas vou te confessar, sou do cu do mundo, sinceramente. - Rio com minha expressão, esse que é o foda de estar bêbada. Bêbada não, alterada… - Naviraí é o nome da cidade, Novarão para os íntimos. Fica no Mato Grosso do Sul. - Explico. 

Ela assente com a cabeça, sorrindo com o canudo nos lábios. Que que isso meu deus

- Mas e você, é de onde? - Pergunto a ela, que parece pensar um pouco. 

- Eu sou de Gurupi. - Abro a boca em surpresa. - Você conhece? - Ela me pergunta, franzindo o cenho levemente.

- S-sim, é… minha amiga morava lá, ela mora em Palmas agora. - Digo me referindo à Yasmim. Ela coça a cabeça e assente. Droga, será que ela pensou algo que não devia? Não devia ter gaguejado.

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