Capítulo 5 - Desavença Familiar

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Yasmim POV

Fortaleza, CE. 26/12/2022

15:18 P.M.

Meus cabelos voavam com o vento, fecho os olhos sentindo-o bater em meu rosto, tirando um pouco daquele calor. Coloco meus óculos de sol no rosto, guardando o outro na bolsa em seguida. As meninas estavam sentadas na mesa junto comigo, já haviam acabado com as porções que havíamos pedido e apenas bebericavam suas bebidas.

Meu pai respondeu minha mensagem de que precisávamos conversar ontem, no mesmo minuto, pra ser mais exata.

Yasmim🌸: Precisamos conversar. [09:47]

Pai: É, precisamos mesmo, Yasmim! [09:47]

Pai: Com quem você está agora? [09:48]

Pai: Por quê demorou tanto tempo para me responder? [09:48]

Yasmim🌸: Na verdade, não pretendo conversar por mensagem. Espero que amanhã possamos conversar pessoalmente antes de você ir embora. [09:48]

Pai: Antes de EU ir embora ou antes de NÓS irmos embora?! [09:48]

Pai: Me encontre no hotel o qual ficamos hospedados da última vez. O Beach Class. [09:49]

Não respondi desde então, não tive coragem, muito menos de ir conversar com ele, na verdade não sei nem se pretendo o fazer.

Meus pensamentos são interrompidos pela garçonete.

- Olá, com licença, me desculpe interromper... - A garçonete inicia, respondemos alguns "que isso, imagina, tudo bem" - Então, qual de vocês é a Yasmim Fernanda? - Ela indaga, olhando para nós com expectativa. Me manifesto, levantando a mão e murmurando um "eu". A garçonete me olha e sorri. - Você é parente do senhor Rodrigo Ghisleni? - Ela questiona. Gelei com sua pergunta, dos pés à cabeça. Não sei se consegui disfarçar.

- S-Sim, uh, ele é meu pai. - Respondo a garçonete, me martirizando internamente por ter gaguejado, mas ela sorri mais uma vez. - Do que se trata? - Questiono, queria muito saber por quê diabos a garçonete estava perguntando sobre mim e mencionando o nome do meu pai.

- Bom, senhorita Yasmim, é que ele está ali atrás, em outra mesa. - Ela aponta. Isadora olha na direção que ela apontava, não tive coragem de olhar. Permaneço olhando a garçonete e sorrindo amarelo. - Ele pediu para que eu lhe chamasse para que vocês pudessem conversar. Segundo ele, é algo sério. - Dá ênfase na última parte. Fecho os olhos, controlando a respiração.

- Tudo bem, obrigada, daqui a pouco vou lá conversar com ele. - Respondo a garçonete, que sorri para mim em seguida para as meninas, se retirando em seguida.

- Caralho Yasmim? Teu pai é um stalker, é? - Lara pergunta, incrédula.

- Nem eu sabia disso. - Digo, dessa vez mostrando meu pânico.

- Você vai lá? - Isadora pergunta, bebericando de sua long neck com um canudinho. Essa foi a coisa menos lésbica que já a vi fazer, diga-se de passagem. Torço o rosto com sua pergunta, não era algo que me agradava.

- Acho que ela não tem muita escolha, na verdade. - Francine observa enquanto olhava para a mesa de trás, provavelmente vendo meu pai e a vadia Elaine.
Reviro os olhos.

Respiro uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Bebo um pouco de meu refrigerante, como se o açúcar fosse me ajudar de alguma forma. Tomo coragem e olho para trás.

Nossos olhares se encontram. Meu pai me olhava simplesmente possesso, dava para ver na expressão dele de poucos amigos. Não parecia nada bem. Elaine, por outro lado, não me olhava, ela mexia no celular, mas isso não a impedia de também portar uma expressão de CU no rosto. Não consigo conter revirar os olhos mais uma vez.

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