31 - Seguros

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AMÁLIA DAVIS

— Venha, querida. Vamos entrar. — Dona Lúcia me guia para dentro. Deixamos o alvoroço para trás.

Enzo foi embora depois de conversar com os policiais. Sinto medo de que ele seja prejudicado pelos Caccini só por ser meu amigo.

— Isso é assustador demais. — Sento-me no sofá, com o peito apertado. — O carro explodiu. Eu estava olhando para o motorista, que havia acabado de sair do veículo, e aí... Boom! Ele quase morreu na minha frente! — Trêmula, enxugo as lágrimas que rolam pelo meu rosto. Lágrimas essas que eu estava segurando diante de todos para me fazer de forte.

Ela me olha com compaixão e se senta ao meu lado, no sofá. Gentilmente, coloca uma mão em meu ombro, oferecendo-me conforto.

— Vai ficar tudo bem. Pelo menos você não está mais sozinha, está com um aliado importante. — Encosta a cabeça em meu ombro. — Pobre rapaz. Viu como ele parecia perdido?

— Eu não deveria ter me metido com essa gente. Já imaginou que eu poderia estar naquele carro? O que seria do meu filho sem uma mãe? — Minhas lágrimas ficaram mais intensas quando ouvi o que eu mesma disse. — Eu nunca deveria ter aceitado isso. Não deveria ter sido inseminada e trazido ao mundo uma criança para sofrer tanto.

— Não fala isso, Amália! Por Deus! — repreende-me.

— E se matarem o Paolo? Se matarem ele, um homem com tantos recursos, o que farão com o meu Henry? — Choro com mais vontade.

— Tenha pensamentos positivos — ela pede com uma voz chorosa.

Estou sem chão, mas sei que é hora de ficar firme. São exatamente nestes momentos que eu preciso ser forte de verdade.

— Isso: agir mais e chorar menos. — Levanto-me de maneira abrupta e determinada. — Eu irei matá-lo, dona Lúcia.

— O que disse?

— O seu Ricardo. Antes ele do que eu ou o meu filho.

— Que besteira está falando? Você mesma disse que não foi o velho que explodiu o carro do Paolo. Talvez tenha sido a mesma pessoa que...

Sem dar ouvidos ao que ela diz, saio com passos rápidos da sala, indo em direção ao quarto para pegar a minha bolsa, deixando-a falando sozinha. Preciso reagir.

Ligo para o meu pai por chamada de vídeo.

Amália? — ele atende rapidamente, como eu o instruí a fazer para me manter calma.

Sinto-me aliviada com o semblante tranquilo dele, porém preciso perguntar.

— E o Henry? Onde ele está?

Mamãe! — Meu pequeno pingo de gente pula para a frente da câmera, com a boca sorridente lambuzada de macarronada. Seus olhos inocentes brilham de alegria por ele me ver.

Meu coração se alivia por eu o ver bem e feliz, chamando por mim. As lágrimas continuam rolando em minha face, mas agora de alegria e alívio.

— Meu amor, a mamãe te ama muito, está bem? — Aproximo-me da tela para lhe dar um beijo.

Estamos bem, Amália. O que houve? — papai questiona, com preocupação.

— Nada, só fiquei preocupada. Cuide bem dele, pai. Em breve estarei aí.

Tranquilize-se. Você sabe que eu cuido bem dele tanto quanto sempre cuidei de você. — Sorri, transmitindo-me confiança.

— Eu sei, pai. Amo vocês.

Um Filho Para O CEO Adormecido Onde histórias criam vida. Descubra agora