42 - Plano

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AMÁLIA DAVIS

Abraço o Henry, agradecendo a Deus por tudo estar bem. Que continue assim. Acho que já sofri pelas próximas três vidas. Ninguém merece passar pelas situações que passei.

É bom estar de volta. Ainda não me acostumei com a ideia de que temos a nossa casa, e menos ainda com o fato de que a recuperamos sem nenhum esforço. Mas é um sentimento bom sim... É bom estar de volta.

É madrugada. A noite está tranquila e todos estão dormindo. Henry dorme ao meu lado. Sua respiração suave é um conforto, uma música para os meus ouvidos.

Durante o jantar, dona Lúcia nos acompanhou e nos contou detalhes de como tudo aconteceu na reconstrução da casa. Foi um tumulto, foi muito rápido, e ela se sentiu uma mestra de obras, sempre orientando onde tudo ficaria. Claro. Além de nós, ninguém conhecia a casa melhor do que ela. Ela me falou sobre as dezenas de ligações do Paolo para saber se estava tudo indo como o planejado.

Remexo-me na cama ao me lembrar dele e abro um sorriso, no escuro do quarto, imaginando aquele par de olhos intensos me encarando agora. Eu já pensava muito nele quando ele era apenas um corpo adormecido, mas acordado é um furacão que desperta emoções intensas em mim.

Tem homens vigiando a nossa casa às espreitas. Conversei com Paolo sobre isso, e sim, é a mando dele. É algo que me incomoda, entretanto, não posso mudar o fato de que Henry possui um sobrenome importante. Assim como era antes de Paolo acordar, agora também há homens rodeando para vigiar o nosso filho. Agora isso parece mais assustador, contudo, a lembrança de Paolo me pedindo para confiar nele me faz descansar os olhos e adormecer tranquila.

PAOLO CACCINI

Deixo a água escorrer pelo meu rosto e a aprecio com os olhos fechados. São 6 horas da manhã e acabei de retornar de uma corrida. Eu estava suado e disposto a correr mais, só que era hora de parar. Notei alguns repórteres me fotografando. Até imagino a notícia que sairá nos jornais: "Herdeiro Caccini faz caminhada matinal para tentar controlar a mente" ou "Herdeiro Caccini corre pela manhã, desorientado por ter sido substituído na Caccini Global". Eles são meus aliados só quando convém. Dane-se. Pelo menos, se eu não for o centro das atenções, irão me deixar em paz.

Ao sair do banho, entro em meu closet e escolho o terno para o dia. Edy chegará em alguns minutos e irá me acompanhar até o escritório de Lorenzo. Estou cansado só de saber que nos encontraremos. É o mesmo sempre.

***

— O que você acha? — pergunto ao Edy, que olha demoradamente para o quarto decorado do Henry, que foi adaptado há alguns dias, quando ainda estávamos viajando.

Móveis minuciosamente planejados, em madeira maciça, com detalhes em branco, amarelo e azul-claro. Uma sensação de doçura e diversão, assim como o Henry é.

— Fui eu que sugeri esse modelo ao senhor. Com certeza, eu gosto. — Edy faz um gesto de "joia".

— O que você quer dizer com isso? Que estamos perdendo tempo aqui olhando o quarto do meu filho?

— Não, senhor Paolo. De onde tirou isso?

— Certo. Vamos, então. — Dou de ombros e ando até a porta de saída. Edy me segue.

***

— Com licença. Vim conversar com o Lorenzo — aviso à secretária, que me olha, espantada. Talvez esteja surpresa com o fato de que estou sendo mais gentil desta vez. — Ele está me esperando.

— Certo. Estou sabendo, senhor Caccini. Por favor, entrem — ela se refere a mim e ao Edy, que está nas minhas costas.

Nós seguimos até a porta de Lorenzo e o meu corpo já vai reagindo à tensão que é estar aqui.

Um Filho Para O CEO Adormecido Onde histórias criam vida. Descubra agora