36 - Fim do caso

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PAOLO CACCINI

— Edy, confirmou com o Aléssio Conti? — Entro em meu mais novo escritório improvisado, dentro da casa da ilha. — Quando ele começará o projeto?

— O engenheiro civil? Sim, senhor. Ele começará amanhã, pois já concluiu toda a pesquisa e a parte teórica.

Sento-me na cadeira marrom de couro, atrás da mesa de madeira maciça.

— Excelente. Isso é pelo meu filho.

— Será significativo para todos. — Senta-se na cadeira em minha frente, apoiando os braços sobre a mesa.

— Especialmente para o meu filho.

— De fato, senhor.

— Irei revisar a proposta que recebi sobre os meus interesses em Seattle.

— Eu posso me retirar? — Levanto os meus olhos até Edy, arqueando a sobrancelha. — O senhor vai precisar de mim? Certo. Me perdoa, senhor.

— Saia. Não vou precisar de você. — Começo a mexer em uns papéis. — Vá fazer o que precisa fazer.

— Tem certeza, senhor?

— Sim. Você não deveria nem estar aqui, deveria estar de férias. — Dou de ombros.

— Isso me ofende — resmunga e se levanta.

Mantenho-me em silêncio, enquanto ele sai do escritório. Já faz alguns dias que estamos na ilha e ainda não tive nenhuma novidade sobre a investigação.

Meu filho ainda não se sente próximo de mim como se sente confortável com Amália, com o avô e até mesmo com o Edy. Por mais que ele mostre interesse em interagir comigo, logo corre para os braços da mãe novamente. Qual é o meu problema? Será que eu realmente sou assustador?

***

— Onde estão todos, senhor Davis? — questiono ao chegar à sala de estar e estranhar o silêncio que se estende pela casa.

Norman Davis afasta os olhos da revista e me encara por alguns segundos antes de responder.

— Estão na piscina. Aqui faz muito calor.

— Piscina? — repito, surpreso. — Henry está lá também?

— Sim. Todos estão lá. Vamos nos juntar a eles? — Levanta uma sobrancelha.

— Não. Eu... tenho alguns assuntos a tratar. — Desvio o olhar dele.

Eu queria passar mais tempo com meu filho e tentar criar algum tipo de vínculo entre nós, mas a ideia de estar em traje de banho com ela me causa um desconforto. Não sou exatamente o tipo de pessoa que se encaixa nesse cenário.

— Se precisar de algo, estarei em meu escritório — acrescento antes de me retirar.

Caminhando pelos corredores da casa, eu me pergunto se Amália e Edy se sentem confortáveis juntos em uma piscina, e ainda próximos de Henry. Isso deve ser confuso para o menino.

Por que diabos isso me incomoda tanto? Respiro fundo, tentando afastar pensamentos desnecessários. Eu devo ter ficado com alguma sequela em minha cabeça.

Entro no escritório, fecho a porta e me sento à mesa. Já fiz tudo que precisava fazer hoje, mas se quiser, terei trabalho para o ano inteiro.

O som da água da piscina e as risadas distantes, que agora podem ser ouvidas, tornam-se um incômodo para mim enquanto tento me concentrar em algo. O que não acontece. Não consigo parar de imaginar as gargalhadas e os momentos felizes. É como se eles estivessem completos.

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