Ryujin a observa se afastar. E quase desfalece antes de perceber que não está respirando.Será que ela sabe? Yeji sabe que ficou
com o coração de Han Soo Hee Foi por isso que ela veio?Ou veio para dar uma bronca nela por não ter ligado? Mereço uma bronca.
Não ligar para Yeji tinha sido um ato egoísta.
Claro que Soo Hee tinha dito para ela não ligar, mas Ryujin já tinha decidido fazer isso quando Han chegou em casa aquela noite.
Sem dúvida, Ryujin a magoara.
Magoara uma garota que estava morrendo.
Será que existe algo mais egoísta do que isso?
E provavelmente magoou outra vez agora.
Fechando a porta assim tão rápido, como se sentisse vergonha por ela estar ali. Mas ela entrou em pânico.
O pai tinha sido contra doar os órgãos de Han Soo Hee. E pela primeira vez, depois de uma eternidade, ele finalmente parecia estar lutando contra a depressão.
Será que descobrir que Yeji está com o coração de Han Soo Hee vai devastá-lo outra vez?
Ryujin não sabe, mas não quer arriscar.
Observa o carro de Yeji até ele virar a esquina.
Parada ali, sente o coração tentando se esquivar dos golpes da culpa.
É errado querer que Yeji saiba que está com o coração de uma mulher incrível no peito?
E errado que, a partir do momento em que abriu a porta, tenha pensado sem parar no beijo que trocaram e imaginado como seria bom beijá-la novamente?
- Ryujin? - A voz do pai a faz se virar.
Ele está de pé na porta, calmamente, com um cachorrinho inquieto no colo. - O que você está fazendo?
- Apenas dando instruções para alguém que estava perdido. - Numa escala de zero a dez, em que zero significa uma mentira ruim é dez significa uma mentira absurdamente ridícula, ela calcula que a dela deve estar entre 19 ou 20.
Mentir nunca foi sua especialidade. Até recentemente. Agora ela está fazendo disso um hábito.
Ela não contou o pai sobre sua campanha para provar que a morte de Han Soo Hee não foi suicídio. Começa a subir a calçada, arrastando junto sua culpa.
- Consegui ensiná-la a sentar - o pai diz.
- Isso é muito bom! - Ela entra na casa e fecha a porta.
O pai coloca Hongsam no chão. A filhotinha agacha bem na frente deles e, com orgulho, começa a fazer xixi no tapete bege.
O pai ri. E ela pode jurar que aquele é o som mais agradável que ela já ouviu. Ela bem que queria ouvi-la mais vezes.
Seu pensamento divaga e ela pensa em Yeji e no modo como ela riu no dia em que ela a ajudou a estudar.
Como uma garota que achava que ia morrer podia rir daquele jeito?
Ryujin pega algumas toalhas de papel, se agacha ao lado da cachorra, aponta a mancha no tapete e diz a Hongsam um firme "não".
Então, pega a cachorrinha e vai para o quintal.
O pai vai atrás dele. Enquanto caminha para fora, ela levanta queixo e tenta evitar que a cachorra lhe dê uma lambida na boca. O pai ri.Eles adotaram a cadelinha no Natal. Seu outro cachorro, Sun, também um labrador amarelo, morreu antes de a mãe falecer.
Ryujin tem certeza de que adotar o filhote foi ideia do tio Jackson. Ele vem visitá-los quase todos os finais de semana agora. Ela também tem certeza de que o tio está por trás da melhora do pai. Cerca de um mês atrás ouviu os dois conversando na cozinha. Ou melhor, ouviu o tio falando e o pai chorando
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This Heart of Mine. - ryeji version.
Romance{(de acordo com o livro "Eu e esse meu coração")} Hwang Yeji, de 17 anos, não tem coração. O que a mantém viva é um coração artificial que ela carrega dentro de uma mochila. Como seu tipo sanguíneo raro, um transplante se torna distante. De repente...