Com um sobressalto, o Oráculo acordou de sua visão. Sua respiração estava irregular, seu coração estava com batimentos erráticos, suas mãos tremiam. As pessoas ao redor foram acudi-lo, mas ele as dispensou, assegurando que tudo estava bem. Mesmo assim, preocupados, os outros acharam melhor chamar Anala, o que era exatamente o que ele não queria no momento, já que precisava colocar seus pensamentos em ordem antes de qualquer coisa.
O Oráculo colocou as mãos sobre os olhos, tentando se concentrar e lembrar das visões anteriores e como se encaixavam nesta recente. Aestus, Orkan, Spes, Hadria e Lithor estavam finalmente juntos, em segurança, reunidos em Dunascas. A jornada dos Guerreiros do Destino estava em curso, com seus percalços de sempre, mas em constante movimento, confirmando o que já havia previsto tantos anos atrás. A próxima parte da visão, no entanto, era o que o havia deixado irrequieto e ansioso.
Por mais que ele devesse estar preparado para tudo, essa nova informação o pegou de surpresa. Era a continuação da visão que tinha tido em um passado distante. Tentando se acalmar, o Oráculo percebeu quão irônica era essa situação. Pequenos acontecimentos mudavam drasticamente o futuro longínquo que, neste caso, não parecia estar tão distante assim.
Enquanto ainda colocava seus pensamentos e lembranças em ordem, Anala entrou no aposento, com urgência nos passos e preocupação no rosto. Ela correu na direção do Oráculo, ajoelhando-se ao seu lado e tomando uma de suas mãos. Seu toque era quente e agradável, mesmo com seus dedos calejados e sua pele seca.
— Você está bem? Me chamaram, falando que você estava nervoso, passando mal, — a mulher disse, com sua voz, geralmente autoritária, tomando um tom preocupado.
O Oráculo só abanou sua mão livre, dando uma risada fraca, seguida de uma tosse seca. Anala verificou a temperatura do Oráculo, colocando sua mão na testa dele, mas tudo parecia normal. Ela não sabia o que poderia fazer, então decidiu ir atrás de um Mago da Luz para ajudá-la. Quando ela colocou sua mão na maçaneta para abrir a porta e sair, o Oráculo falou:
— Anala, eles estão vindo. Os Guerreiros do Destino estão finalmente vindo pra cá.
A mulher ficou estática. Sua boca ficou seca, entreaberta, deixando à mostra seus dentes serrilhados. Seus olhos arregalados deixavam à mostra sua íris típica de Reptoides. Ela se virou lentamente, olhando para seu avô.
— As previsões estão se tornando realidade. As engrenagens estão rodando, Anala.
A grande mulher corria pelo gramado com o desespero estampado em sua face. Ela estava usando um vestido verde simples, de algodão cru, por baixo de um avental marrom. Seus cabelos estavam presos em um coque que já tinha se desfeito parcialmente, com muitos fios soltos, deixando-a com uma aparência ainda mais apavorada. Ela era seguida por um outro Magnor, que tentava alcançá-la, porém sem sucesso.
— Você é um Mago, não é? Por favor, cure ele! Ele não pode morrer! — A mulher disse, enquanto agarrava Spes pelos ombros.
O Lagomorfo tinha ficado atordoado com a bolha de água formada em volta de sua cabeça, demorando a voltar ao normal. Aquele chacoalhão que levou, no entanto, o trouxe de volta no mesmo instante, fazendo-o se dar conta de que precisava tomar uma atitude imediatamente. Ele se desvencilhou das mãos fortes da enorme mulher, materializou seu cajado e analisou o Magnor caído a alguns metros, correndo em sua direção.
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Os Guerreiros do Destino
Fantasy🧙 RPG 🦖 Batalhas ✨ Magia 💥 Aventura Seis improváveis companheiros são unidos pelo destino, aventurando-se pelo planeta no que, ao início, parece ser somente uma busca por emoção e novas experiências. No entanto, conforme novas informações são des...