Um acordo com o Min

Capitulo Nove

POV YOONGI 💭

Assim que o avião pousou, Enrico, um de meus guarda costas mais fiel, estava nos esperando na escada, com o carro disponível para nós.
Eu vi quando o mesmo olhou para S/N de cima a baixo quando a garota passou por ele e entrou rapidamente no carro, eu a instruí a não falar com ninguém.

- Signor Min, quanto tempo... (falou o homem com seu sotaque carregado)

- Olá Enrico, tenho assuntos por aqui. Cuidou de tudo o que pedi?

- Sì signore... è tutto pronto. (respondeu prontamente e caminhei com Enrico ao meu lado até o carro)

Quando entrei no veiculo, S/N estava com um óculos escuros e estava com a cabeça encostada no vidro da janela, o cabelo caía em camadas pelo seu rosto mas ao que tudo indica não estava incomodada nem um pouco com ele.
A garota olhou rapidamente para mim quando me viu sentar ao seu lado e depois voltou o olhar para a paisagem.

- Bem vinda à Itália, senhorita Min. (falei e a vi sorrir minimamente para mim porém nada disse e eu me dirigi para Enrico, que nos olhava curioso, mas principalmente olhava para ela) Se continuar olhando assim para a minha mulher, eu acabo com você aqui mesmo, Enrico. (falei e o vi arregalar os olhos e se virar para frente rapidamente, ligando o carro e dando partida).

S/N apenas me olhou com uma sobrancelha arqueada e voltou seu olhar para a janela, enquanto eu respondia a mensagem de Maria, a avisando que já estávamos chegando em casa, a mulher estava louca para conhecer minha esposa... se ela souber que eu e S/N não somos nada, ela me dará muitos sermões.

Maria é como uma mãe para mim e ela nunca quis que eu entrasse para o ramo da máfia.
O sonho dela era que eu me tornasse advogado ou médico, tivesse uma boa esposa e filhos...
Maria não tem filhos, pois se descobriu infértil ainda muito nova, mas desde que minha mãe a contratou como minha babá, a mulher me adotou e cuidou de mim como um filho.
Ela sabe o necessário sobre o ramo que trabalho, e lhe dou uma boa vida como forma de agradecimento por tanto carinho em todos esses anos. Me sinto até um pouco mal de apresentá-la para S/N, já que tudo isso é uma farsa, mas agora com esse novo sócio, que não é nem um pouco confiável, deixar S/N sozinha na Coreia ou em qualquer lugar longe das minhas vistas seria burrice, e eu preciso da garota viva.

E era por isso que viemos para cá, para fechar o acordo com o novo sócio.

Chegamos a minha casa e Maria já nos esperava na porta de entrada, com seu grande sorriso doce e angelical. Eu amo essa mulher.
Saí do carro mas antes que eu pudesse ir até a porta do lado de S/N, Enrico já estava lá e a garota lhe deu um sorriso imenso em resposta e a vi piscar para ele.
Ali se foi toda a minha paciência e sanidade.

Por favor me entendam, eu fui criado muito bem, conhecendo as leis e os valores que uma mulher tem e merece, afinal de contas, uma mulher incrível me criou.
Porém no ramo em que trabalho, ser piedoso e submisso é ser uma piada, e ser corno era algo que eu realmente não admitiria.
Nesse momento eu já havia voado para perto de S/N e a agarrei pelo braço sem nenhum cuidado e a puxei para dentro de casa. Com a raiva que senti, nem sequer falei com Maria e eu receberia uns bons tapas depois mas no momento eu precisava ensinar uma lição para minha querida esposa.

- Yoongi você tá me machucando! Me solta! (a garota pedia enquanto eu a arrastava escada acima)

- Presta bastante atenção, amorzinho. (comecei assim que chegamos ao quarto e eu tranquei a porta atrás de nós) Lembre-se do nosso acordo: enquanto estiver ao meu lado ou na frente de paparazzis ou conhecidos, você é minha e só minha. (falava cada palavra devagar e pausadamente para que a menina a minha frente entendesse, ela estava assustada) Se eu ver você de gracinha para o Enrico ou para qualquer um dos seguranças daqui, eu vou ter que matar todos eles e você vai ter que assistir, como uma forma de castigo já que você não consegue se segurar! (ameacei)

- Você é algum tipo de psicopata? (perguntou e eu ri)

- Você ainda não viu nada, amor. Então não me teste e agora ajeite sua cara e vamos descer para você conhecer a Maria. (finalizei e apontei a porta do banheiro para ela)

Eu sabia que ela ficaria assustada.
No início de tudo eu prometi a mim mesmo que não a trataria assim, que viveríamos nossas vidas tranquilamente, como se aquele casamento nunca existisse, porém vê-la flertar com Enrico em menos de 3 dias depois do casamento e de ter lido e assinado os termos do contrato me causou uma fúria gigantesca.
Ela não podia me desobedecer assim.
Não na frente de todos.
Eu não podia ser taxado de corno e idiota assim, ainda mais por uma garotinha.

Quando abri a porta do quarto me surpreendi ao ver Maria ali, ela me olhava com tristeza e eu sabia que escutaria muito depois.

- Eu pensei que você tivesse mudado, figlio. (foi a única coisa que disse, pois S/N apareceu atrás de mim e a Maria sorriu para ela) Venha querida, você deve estar com fome. (falou puxando minha esposa em direção à escada)

Eu rolei os olhos e as segui.
Eu aguentaria o sermão depois.
Mas Maria já estava acostumada.
Nenhuma de minhas namoradas duravam muito tempo devido o meu temperamento.
Por vezes eu passei do ponto e Maria cuidou delas para mim.

- Você não precisa ser como seu pai, figlio. (era o que ela me dizia)

Mas eu nunca consegui não ser como ele.
O maldito ferrou com a minha cabeça e com a da minha mãe. Por vezes eu o via espancar e humilhar a mulher e depois ele me dizia que "ela gosta assim, filho, aprenda."
E eu aprendi. Infelizmente.
Anos de terapia não curaram e então eu entrei no ramo com o meu pai e as coisas pioraram quando eu comecei a não só comercializar como também a ser dependente.
Só nunca fui preso pois o dinheiro ajuda muito nessas horas, se é que me entendem.
Não que eu me orgulhe disso, mas é algo que eu não consigo controlar, quando percebo, já fiz.