Um acordo com o Min

Capitulo Quinze

POV S/N 💭

- Bom dia... é... eu vou tomar um banho, com licença. (Eu estava com vergonha?)

Não esperei por uma resposta do homem ao meu lado, me enrolei em um dos lençóis e corri para o banheiro.

A verdade é que eu não sabia como me comportar depois da noite que tivemos. Como ficaríamos? Agora realmente nos tornamos marido e mulher.
Culpa dos hormônios!
Eu estava subindo pelas paredes e me desculpem, mas meu querido marido realmente é um gostoso.
Qualquer mulher que tivesse a vida sexual ativa e depois ficasse sem nada por tanto tempo, enlouqueceria! Ainda mais morando sobre o mesmo teto com um homem tão bonito quanto Min.
Não havíamos feito nada de errado, não é?
Então porquê diabos eu estava tão envergonhada?

Os flashes da noite passada iam e vinham em minha mente e eu não pude evitar pensar em querer que repetíssemos aquilo o quanto antes.
As mãos fortes e que sabiam muito bem onde apalpar... todos os beijos... as palavras baixas que excitavam...tudo nele era viciante.

Quando sai do banho, torci para que Yoongi não estivesse mais naquela cama, mas para o meu azar - ou não - ele estava lá, porém agora já estava com uma calça, mas o tronco continuava à mostra... tão convidativo.

- Você está arrependida, docinho? (A voz rouca se fez presente e eu precisei me controlar para não pular nele... Que ódio de homem dos infernos!)

- Arrependida? Nem um pouco, na verdade estava pensando quando vamos repetir, amorzinho.

- Engraçado... eu estava pensando a mesma coisa... (respondeu e o vi me olhar de cima a baixo, eu estava somente de toalha ainda)

Eu iria responder, mas duas batidas soaram na porta e logo a voz de Maria foi ouvida por nós.

- Figlia, está tudo bem? (Perguntou por trás da porta)

Yoongi se levantou em direção a porta e eu corri até ele.

- O que está fazendo?

- Ué, vou falar com a Maria, algum problema?

- Ela vai saber que você dormiu aqui.

- S/N, somos casados.

E eu então percebi que realmente não tinha nada demais em Yoongi abrir a porta do nosso quarto.

- Desculpa, alguns hábitos são difíceis de esquecer. (respondi e segui para o closet, rindo ao lembrar das vezes em que eu levava algum desconhecido de uma noitada qualquer para meu quarto escondido de meus pais)

- Hábitos? (perguntou curioso e eu dei de ombros dando uma piscadela para ele) Depois você vai me contar sobre isso... Olá madre, bom dia, o café está pronto? (Falou carinhosamente com a mulher e percebi que ela se assustou um pouco ao ver Yoongi ali)

- Ôh! Figlio! Sim, eu ia até o outro quarto lhe chamar, mas já que estão os dois aqui, vamos descer, vamos bambini.

- Você vem? (perguntou para mim)

- Podem ir na frente, preciso me vestir. (falei baixo e o vi apenas balançar a cabeça em afirmação e saiu conversando com Maria)

(...)

Os dias que se passaram foram tranquilos, até consegui dar um passeio novamente pela cidade, dessa vez, com Yoongi ao meu lado.
Estávamos mais próximos.
Parecíamos até um casal de verdade, e eu me sentia bem ao lado dele.
Mas nada me tirava da cabeça aqueles recibos com o nome de meu pai e de Park Jimin. Ainda cogitei em perguntar à meu marido o que meu pai tinha a ver com o trabalho dele, mas ainda não estávamos tão bem para isso, e o escritório dele continuava trancado para mim.

Alguma coisa tinha ali que eu não podia saber, mas eu iria descobrir.
Na casa dos meus pais, meu pai tinha um armário cheio de vinhos, dos mais variados tipos, mas meu pai o mantinha trancado e eu aprendi a abrir com um grampo de cabelo, no pior dia da minha vida... por causa disso quase entrei em coma alcoólico.
Abrir uma porta era fichinha.
E eu consegui.
Aproveitei mais uma das saídas de Yoongi para resolver seus assuntos e resolvi que iria entender o que estava acontecendo.
Dessa vez fui certeira nos papéis em cima da mesa e comecei a ler tudo...

Herdeira.
Herança.
Grana.
Muita grana.
Casamento.
Pagamento.
União das empresas.
Porcentagem para Choi SungJin.
Vendida. (Nesse aqui, continha uma foto minha) e eu então eu entendi tudo.

Eu não havia me casado apenas para a união das famílias, para a união do dinheiro... eu havia sido vendida. Vendida em troca de drogas.
Meu marido e meu pai haviam entrado em um acordo: eu e em troca meu pai entraria no negócio paralelo de Yoongi, a máfia.

Então os boatos eram verdadeiros, afinal.
E eu estava puta.
Muito brava.
Com todos. Com Yoongi. Com meus pais. Com a droga do mundo.
Eu havia sido vendida como uma mera mercadoria. Uma Zé ninguém. Uma mulher sem direito de voz e sem poder sobre si...
Mas eles iam me pagar. Todos eles.