capítulo dois

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ELA NÃO se lembrava da última vez que uma criança da sua idade havia puxado assunto, talvez havia feito isso devido ao momento tenso, ou não

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ELA NÃO se lembrava da última vez que uma criança da sua idade havia puxado assunto, talvez havia feito isso devido ao momento tenso, ou não. Mike e Amber haviam trocado pouquíssimas palavras e mesmo assim o garoto ficou em sua mente. Só naquele dia, ela havia se pegado pensando no menino exatamente cinco vezes.

Acordou pensando nele, e quando seu avô falou o apelido do irmão, lembrou do apelido que Mike havia à dado.  Ela sabia que o menino estudava na mesma escola, eram apenas de sala diferentes.  De vez em quando até se esbarravam no intervalo, mas Amber evitava falar com qualquer pessoa que não fosse seu irmão.

Ela não sabia o porquê fazia aquilo, mas era como se falasse algo para alguém, nós próximos cinco minutos todos estariam sabendo, ela não confiava em ninguém.  Sentia inveja de seu irmão pelo modo que era bajulado, mas era nele quem ela confiava até mesmo de olhos fechados.

——  Amber? — a voz de seu avô soou pelo quarto iluminado apenas por uma luz pequena da escrivaninha. — está na hora de dormir,  você tem um depoimento para dar amanhã cedo. — Falou da porta.

—— Eu preciso ir mesmo? — sua voz saiu fraca, ela sabia que mesmo se contasse, ninguém acreditaria no acontecimento, nem ela mesmo acreditava no que ocorreu.

—— É claro que sim, alguém quase matou o seu irmão! — Ele falou abrindo a porta por completo e adentrando o quarto. — você não seria tão ingrata, não é, Amber? — sua pergunta a deixou tão nervosa.

Ela queria se levantar e gritar em sua cara o quão estúpido essa ideia seria, e que ninguém nunca iria acreditar nela. Também queria cuspir na cara do avô, o homem arrogante que ele era, ela queria muito, muito mesmo, mas não fez.

—— Não, vovô. — soprou abaixando o olhar.

—— Bom mesmo, boa noite, anjinho. — Ele falou num tom que quase a fez rir, se virou e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

Ela sentiu nojo da maneira que o avô a chamou, repugnância. Ela nunca gostou do tratamento forçado do homem, era como se ele fosse obrigado a dar atenção para ela,  desde que seus pais morreram, não teve um dia em que ela se sentiu acolhida pelos avós.

Era sempre a mesma coisa, era ignorada. As vezes se deixava escapar e tratava os avós com uma certa estupidez, e se culpava por aquilo, pedia perdão logo após, mas seus avós não a perdoavam. Fazia de tudo para infernizar a vida da garota.

Ela não se sentia bem, nem mesmo com a própria família, uma que deveria sempre a acolher e estar ao seu lado, uma que deveria a respeitar e ter tamanho carinho.

Seus pais morrem quando ela tinha seis anos de idade, desde então morou com os avós. No começo ela tentava ser a neta boa, igual ao irmão, mas depois de alguns anos, ela desistiu de tentar,  virou a neta relaxada com apenas dez anos de idade, se viu perdida.

( ✓ ) game over, michael schmidt Onde histórias criam vida. Descubra agora