EU CONSEGUIA sentir e ouvir tudo a minha volta, tive dificuldade de respirar nas primeiras horas depois da cirurgia e agora mesmo desacordada eu sentia a dor na região atingida. Nunca achei que sentiria a dor que Gus sentiu, e em saber que estava extremamente igual a ele a quinze anos atrás me deixava triste. Abraham estava sempre do lado da cama, ouvia o mesmo ler suas revistas do x-man e conversar comigo, mesmo eu não podendo responder.Até o dia em que recebi uma visita diferente das outras, Ele chegou cabisbaixo e se aproximou da cama, eu o senti, e senti seus olhos e a forma que me olhava, era como se eu estivesse acordada, mas não pudesse conversar com ele. Era uma sensação horrível estar alí e ninguém saber que você realmente estava alí.
—— Oi, Amber. — sua voz fez meu coração bater ainda mais rápido e sentir uma felicidade enorme.— é o Mike, eu não sei se você tá me ouvindo... — ele começou. — mas por favor, acorda! — seu tom era desesperado e completamente melancólico. — eu acho que eu preciso de você.
Senti a sua mão descansar sobre a minha, e com toda as forças que o meu corpo adormecido tinha, me esforcei para realizar um simples movimento com os meus dedos, para avisar para Mike que eh estava alí. Uma movimentação veio do homem e ouvi uma riso baixo do mesmo, um riso esperançoso.
—— Ambee? — Aquilo fez uma onda de alegria me atingir e mesmo sabendo que estava adormecida tive vontade de pular de alegria.
A mão do homem tocou o meu rosto enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, senti o calor do seu corpo próximo do meu e em seguida um selar longo em minha testa,aquilo aqueceu o meu coração de uma maneira tão boa.
—— Acorda logo.
Sua voz saiu como um sopro fraco e derrepente não senti mais a sua presença no quarto, havia ido embora.
E eu me lembro de ver uma luz forte bem distante naquele lugar escuro, e a cada passo que eu dava para me aproximar da luz, mas as minha lembranças vieram em minha mente, as mais felizes. Desde quando os meus pais eram vivos e estávamos em uma praia comemorando o quatro de julho, até recentemente quando Mike me beijou na dispensa do Freddy's, aquelas eram as memórias chave.
E eu estava tão próxima da luz que não conseguia nem manter os meus olhos abertos, fechei os mesmos esperando a ardência e logo os abri, estava em um lugar diferente, era bem iluminado e tinha um cheiro estranho, cheiro de hospital. A minha visão estava embaçada então levei a mão até os olhos para poder coçar, e esse meu simples gesto chamou a atenção de alguém.
—— Olha, mãe! — era a vo de Abraham que agora segurava minha mão com firmeza. — ela acordou!
—— Abraham, calma, dá um tempo pra ela! — a voz de Sam se fez presente e eu olhei para os dois de pé ao lado da cama. — Amber, está me ouvindo?
—— Quanto tempo eu fiquei aqui? — Perguntei com a voz rouca enquanto me esforçava para me sentar.
—— Uma semana, querida. — ela falou enquanto me ajudava a sentar na cama e sorria para mim. — agora está tudo bem, vai ficar tudo bem...
EU FINALMENTE havia recebido alta do hospital, andava pelos corredores do lugar lembrando de quando era criança e havia conhecido Mike aqui, saí pela porta sentindo o vento bater em meu rosto e o sol esquentar a minha pele, Abraham segurou a minha mão com cuidado enquanto me levava até o carro onde Sam abriu a porta, nem me lembrava da última vez que havia sido bajulada.—— Que tal um sorvete para comemorar a volta da Amber? — Samantha perguntou assim que todos estavam no carro e pude sentir Abraham saltar no banco de trás.
—— Sim! — Ele concordou divertido e se inclinou no banco da frente.
Passamos na sorveteira do shopping e o tempo inteiro Abraham falou sobre ter passado o tempo com Abby durante as tardes na praça, e que agora eram bons amigos, e mesmo rodeada de toda aquela atenção que estava recebendo ainda sentia falta de uma pessoa alí.
Depois da sorveteira entramos no carro e nos dirigimos até em casa, no caminho passamos em frente ao Freddy's, o local parecia pior doque antes, estava barrado e o ar alí parecia tenso, evitei manter o olhar sobre o local até que o carro se afastesse. Ao chegarmos em casa, Abraham correu para o quarto e Sam me ajudou com algumas coisas.
Mas também não demorei para ir até o quarto de Abraham e entrar no mesmo e ver o menino sentado em sua cama com as HQs.
—— Eae, Bram... — minha voz era baixa e rouca devido ao ematoma na garganta. O menino olhou para mim e em seguida desceu o olhar para o meu pescoço.
—— Vai ficar uma cicatriz maneira! — Ele falou sorridente me arrancando uma risada baixa.
—— É, vai mesmo... — Falei e ficamos em silêncio, ele voltou sua atenção as HQs, eu soltei um longo suspiro pensando se deveria perguntar sobre oque ele fazia no Freddy's na noite fo incidente. — Abraham. — chamei e o menino olhou novamente. — oque fazia no Freddy's?
—— Abby me falou que iria me apresentar aos seus amigos... — Falou baixinho. — eles até pareciam ser legais.
—— Não importa, nunca mais vá naquele lugar, nem você e nem a Abby. — Falei colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — é um lugar muito perigoso.
—— A Abby fez de propósito?
—— Claro que não... Ela não tinha noção do perigo. — Falei e o mesmo assentiu com um sorriso pequeno.
Ele abaixou o olhar e ficou em silêncio, levei a minha mão até o seus cabelos e os baguncei enquanto me levantava e saía do quarto, andei até a cozinha e olhei para Sam que estava sentada na mesa tomando uma xícara de café.
—— Mas tarde eu vou sair, ir ver uma pessoa. — Falei me sentando em sua frente e a mulher sorriu ladino.
—— O Mike, não é?
Um sorriso se abriu em meu rosto e senti minhas bochechas queimarem após ouvir o seu nome, Sam soltou uma risada enquanto tomava outro gole fo café. Eu realmente esperava que apartir daqui as coisas fossem melhores.
streetdenver.
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( ✓ ) game over, michael schmidt
TerrorAMBER WALSH, uma menina Estudiosa, poucos amigos e vista como uma pessoa incógnita. Cresceu com os avós, foi criados por eles, juntamente com o seu irmão August. O mais novo que era completamente diferente da irmã, e muito novo entrou para as drogas...