Caçada de Inverno

XI - Sobre rosas e seus espinhos.

Caçada de
Inverno.

Capítulo 11 — Sobre rosas e seus espinhos.

Música: this is what
autumn feels like - JVKE

Hm…

Estava escuro…

O que… o que era aquilo?

Queria falar alguma coisa, produzir algum som para quebrar aquele vazio absoluto, mas quando separou seus lábios e encontrou sua voz, sua garganta doeu. Estava seca.

Água. Mingyu queria água. 

E, então, uma dor na barriga lhe ocasionou uma careta de dor, e qualquer movimentação que estivesse tentando fazer, parou.

Aquilo estava tão estranho. Por que tanta escuridão? E porque seus olhos pesavam tanto?

Ao mesmo tempo que se sentia cansado e com sono, queria despertar.

E, de tanto silêncio, era capaz de ouvir até mesmo seus batimentos cardíacos, como se estivessem em seu ouvido.

Ba-dump.

Ba-dump.

Ba-dump.

E, de repente, um som que surgiu como um amanhecer na madrugada escura reverberou naquele vazio silencioso.

— ...Vamos ao Soojung.

Que voz era aquela? O que estava acontecendo?

— Eba! Soojung! Soojung!

Quem é Soojung?

— Appa...

— Sim, querido?

— Purquê não vamus maix ao Soojung? Quelo vê Soojung!

— O papai está muito ocupado ultimamente, vou te levar lá mais tarde, sim?

— Hm… Sim!

Haah… Nada disso importa. 

Estava tão silencioso antes… Quanto barulho…

— Papai! Quelo vê Soojung!

— Não fale.

Novamente.

— Uhm?

— Não fale esse nome. Não fale mais sobre Soojung.

Conhecia aquela voz…

— Porquê não?

— O nome daquele lugar é Campo das Flores de Cristal.

— Mas… é muito grande…

— Então chame de Lumière.

Era tão estranho, e, ainda assim, tão familiar…

— Filho…

Filho?

— …Esqueça Soojung.

O que era aquele sentimento? Era incômodo... Apertava seu peito e tirava o ar. Uma sensação tão ruim.

E, antes que Mingyu pudesse concluir qualquer coisa a respeito, sentiu-se sugado para fora daquela consciência escura e atemporal.

Quando o ômega acordou, não se dera conta que havia esquecido do sonho estranho e breve que tivera. Mas, ao seu redor, seus olhos vagaram com a visão embaçada enquanto seu cérebro só conseguia processar a boca seca de sede e as dores no corpo, evidenciando que algo havia acontecido.