X - As Nuances da Lua.

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Caçada de
Inverno

Capítulo 10 — As Nuances da Lua.

A euforia da juventude pode vir de várias maneiras. Seja com uma liberdade recém adquirida, o alcance de um grande sonho ou até mesmo a conquista de algo desejado. Para Jisoo, foi a descoberta do seu primeiro amor.

Tinha tudo para dar errado. Yoon Jeonghan viera como o mais novo Líder dos Lobos Brancos do Sul, à procura de um casamento no Sudoeste que lhe fosse proveitoso. Seria um casamento arranjado sem sentimentos, mas foi amor à primeira vista. Como as flechas do cupido que atingem diretamente o coração das almas gêmeas, como nos livros que Jisoo lia, assim foi para o jovem ômega. Não imediatamente, mas logo, Jeonghan notou Jisoo e o viu não mais como uma união política, mas alguém que queria ter e amar pelo resto de sua vida, e o que antes deveria ser uma obrigação, tornou-se o maior desejo de seu coração.

E, quando Hong Jisoo o conheceu, Yoon Jeonghan era como um sonho. Um alfa respeitoso, paciente, firme, corajoso, e, acima de tudo, o tratava como se fosse seu mundo. Chegou a pensar que era uma máscara para lhe fisgar e enganar, mas, naquela época, conhecia os olhos de uma pessoa sincera, uma pessoa honesta, e o alfa tinha aqueles olhos.

Chegou a pensar que, talvez, o tempo todo, ele estivera apenas mentindo para lhe ganhar. Não sabia dizer.

Na verdade, talvez, a culpa fosse sua, pois Jisoo não conseguiu enxergar que Jeonghan nunca mentiu. Ele sempre foi o que demonstrava ser. Se o ômega seria capaz de enxergar todas as suas nuances, já era outra história.

E, então, quando se casaram, Jisoo e Jeonghan mudaram-se rapidamente para o Sul, onde o Alfa retomou sua liderança com Jisoo, seu esposo e auxiliar, ao seu lado, e assim foram nomeados. E, sendo um costume antigo, no ápice da paixão que a Lua de Mel proporcionava, ambos declararam sua maior demonstração de amor.

Seus nomes gestacionais.

— Antes de eu nascer, meus pais me chamaram Jihye, desejando sabedoria e beleza em meu desabrochar. — o ômega contou, sorrindo distraidamente enquanto fazia desenhos invisíveis com seu indicador no peito do alfa, que, internamente, não pôde deixar de achar adorável.

— Meu nome já foi Haneul, que significa Céu. — um céu que perdeu sua estrela, quis emendar, mas se conteve. E, apesar de não saber, Jisoo percebeu a mudança no ambiente.

— E Jeonghan seria "Via-láctea"? — perguntou, verdadeiramente curioso.

— Sim. Veio como uma derivação de Haneul. — explicou — E Han também significa "Líder". Acho que dá pra saber porquê.

— Uhm. Você foi o único herdeiro de sua alcatéia.

Mas Jeonghan não confirmou, porque a história não acabava ali. E apesar disso, não quis dizer tudo.

Estava com medo. Medo daquela vulnerabilidade, de se sentir exposto, mesmo que contar seus nomes gestacionais já fosse algo extremamente pessoal.

No fundo, seu medo era ser rejeitado pela culpa que sentia daquele seu passado. Uma culpa que nunca deveria ter carregado, mas não houve ninguém para lhe dizer aquilo.

Caso Jisoo descobrisse, o que pensaria de si?

Talvez também lhe culpasse, se soubesse. Talvez sentisse nojo de si. Mas não queria arriscar para ver aquilo acontecer, então, o assunto foi esquecido.

Mas nunca pudera ser totalmente abandonado.

Afinal, os frutos são a alegria de um casamento. Suas crianças são os frutos de um relacionamento bem cultivado, ou do que deveria ser ao menos um bom relacionamento. No entanto, havia várias controvérsias quando se tratava daquele assunto.

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