III - Sobre festas e preparativos

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Caçada de
Inverno

Capítulo 3​ -  Sobre festas e preparativos

Mas, então, as consequências de seus longos minutos no frio não demoraram a aparecer.

Mingyu nunca imaginou que, em algum momento de sua vida, sentiria tanta falta de ocupar seu dia com qualquer tarefa exaustiva que Jisoo lhe passasse. Preferia tal coisa ao que estava sendo obrigado a aceitar de bico calado e com cinco metros de comprimento.

— Appa, isso é mesmo-... — e então espirrou, interrompendo sua própria frase antes de fungar e terminar com os olhos lacrimejando, semi-abertos e a voz nasalada — ...necessário?

— Não adianta, Mingyu, você vai ter que esperar esse resfriado passar, e se não colaborar, não vai sair dessa cama nem tão cedo. Perdi meu pai, não vou perder meu precioso filhote. — resmungou levemente magoado, não só pela lembrança e o medo, mas por seu filho ter sido tão descuidado. 

Sabendo daquilo, Mingyu suspirou derrotado, logo cedendo. Não queria dar trabalho a ninguém por algo que havia sido culpa sua, assim como não suportaria ficar quieto por mais do que metade de um dia. Céus, sequer tinha conseguido esticar as pernas direito desde que acordara espirrando e com o nariz entupido. Tudo aquilo somado a sua garganta dolorida não lhe deram tempo para pensar, ou talvez estivesse com o cérebro muito lento para raciocinar, pois, quando viu, já tinha sido posto na cama outra vez.

— E sabe que seu pai não gostaria de te ver fazendo birra com essa idade, um ômega jovem na época de casar. — seu appa o lembrou, fazendo-o ter de segurar o revirar de olhos que queria dar. 

Jisoo quase sempre apelava para aquele lado, mas, no final, como todas as vezes, conseguia fazê-lo notar que suas ações, às vezes, realmente não condizem com a conduta que já deveria ter.

— Quer mesmo passar essa vergonha, Gyu?

— Não... — resmungou mais calmo, só que, ainda, sim, um tanto inconformado e sem conseguir conter seu bico.

— Esse é o meu bebê. — elogiou carinhosamente, depositando um beijo na testa do filho antes de se levantar da cama deste, ficando mais feliz ao ver que tinha conseguido ao menos um mínimo sorriso do filho com seu último gesto — Está com frio? Dói em algum lugar?

— Não, appa. Não se preocupe. Sou forte, uh? — tentou confortá-lo — E eu nem me sinto tão mal assim para estar recebendo todo esse cuidado, deve ser um resfriado leve.

— Sendo leve ou não, sabe que prefiro não arriscar. — declarou enquanto tentava se manter firme e forte. 

Droga. Deveria ter pensado em como seu appa ficaria se pegasse outra daquela doença que havia levado seu avô, mas nunca imaginou que aquilo pudesse acontecer. Deveria tentar lembrar que não era de ferro, afinal.

— Eu preciso ir agora, mas venho te ver mais tarde, sim? Qualquer coisa você grita, sempre alguém estará por perto.

— Não se preocupe, depois disso tudo é impossível eu não melhorar. — sorriu pequeno, tendo seu gesto retribuído — Mas, appa, pode avisar o Wonwoo e o Kwan?

— O Jeon também? — Jisoo apertou os olhos maliciosamente e Mingyu corou ao imaginar o que estava passando na cabeça de seu pai naquele momento.

— E-ele é um pretendente, não é? E nós fizemos um acordo de nos conhecermos até a Caçada. — explicou com um leve bico, quase sussurrando por estar encabulado. 

E, droga, odiava quando Jisoo dava aquele sorrisinho de canto.

— Ah sim. Eu compreendo, meu filho. — sua voz continha um leve tom risonho, mas Mingyu decidiu que era melhor ignorá-lo — Você ia levá-lo para assistir os preparativos pro festival?

Caçada de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora