A água fria, caia sobre meu corpo e flashs dos últimos dias se passaram na minha cabeça, parte de mim amava cada segundo da feita justiça por quem é mais fraco, uma justiça que nunca fizeram por mim.
A minha outra parte, sentia angústia e culpa, quem não morria nas minhas mãos, tinham uma marca pro resto da vida na pele e em suas memórias, assim como eles fizeram com suas vítimas.Me considero um karma a quem as pessoas "ruins" atraem a partir do momento que fazem a escolha deles.
— Eu não sou um monstro... - pensei alto.
De fato, querer que a verdadeira justiça seja feita, não me torna um monstro, me torna uma consequência, a consequência deles.
Desliguei o chuveiro, e me enrolei na toalha, pensei em por uma roupa mas o roupão branco e macio me pareceu mais confortável.
Me deitei após encher uma taça de vinho e respirei fundo.
~ Lia... - Era Max.
— Entre...
— Você está bem?
— Por que eu não estaria bem, Max?
— Por não está dormindo e nem comendo direito a três dias, será que pode por favor se alimentar... E parar de tomar essa merda!
— Ooh Doutor Max está bravo... Que gracinha
— Não, estou preocupa-... Ok estou bravo!
Não me segurei e ri alto, Max sabe que odeio a frase "preocupado com você".
— Não seja ridículo estou bem, aliás, chegou alguma coisa hoje?
— Não, a Hashtag também caiu..
— Isso é um bom sinal, ou talvez não, será que as pessoas estão com medo de fazer denuncias...
— Bom talvez com medo de acharem os denunciantes...
— Então chame Hoong... Precisamos de um programador... Vamos criar um "falso twitter"
— Lia...
— Sim, meu bem?
— N-nada
....
Horas e horas depois, um dos irmãos de Hoong programou a Hashtag da Fúria para ocultar o Id dos usuarios, agora até os não anônimos poderiam falar qualquer coisa com a Hashtag.
Mesmo assim, nada ainda, nenhum mensagem nem denuncia, parecia que meu propósito de vida estava morrendo aos poucos.
— Que merda... - Resmunguei.
— Não se preocupe, tenta aproveitar a folga, de manhã talvez tenha alguma coisa... - Hoong diz e sai junto de seu irmão.
— Que merda ... - tornei a repetir.
— Lia, precisa dormir, vem...
— Vai bancar a babá uma hora dessas Max, sai, tira a mão.
— Certo... - Levantou suas mãos rendido e saiu de meu quarto.
Finalmente sozinha, passei o tempo de "folga" sem saber o que fazer amolei as minhas facas limpei minhas botas e a mascara, ainda era meia noite e vinte quatro.O tempo havia congelado.
" e se eu desse uma saída?"
Fui até o quarto de Max, parecia dormir profundamente mas notei o desajeito no travesseiro o celular não estava na bancada como ele sempre deixa com medo de derrubar no chão.

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A Fúria
AksiO rancor e o ódio pode ser uma chave irreversível de vingança, sentir prazer ao ver quem já te fez mal cair por terra, ou parar em baixo dela. Lia nunca pediu para ter a mente perturbada por tais pensamentos e imagens mas a maldade do mundo corrom...