Acordei atordoado, sem saber onde estava. Minha visão estava embaçada e eu me sentia levemente perdido, dopado. Tentei me levantar, mas algo me impediu e foi quando senti que tinha algumas coisas presas no meu braço. Ainda com a visão embaçada, tateei minha mão onde eu imaginava estar os aparelhos e comecei a retirar, cegamente, tudo que eu conseguia do meu braço. Antes que eu pudesse tirar tudo e sair dali, porém, ouvi a porta do quarto ser aberta e, de forma rápida demais para minha lentidão, mãos me alcançaram impedindo de continuar no processo de levantar.
— Ei, ei, você não pode levantar ainda, acalme-se. — uma voz atingiu meus ouvidos, me deixando ainda mais confuso. A pessoa me deitou novamente na maca, ajeitando no lugar tudo que eu tinha tirado e, por fim, lançou seu olhar sobre mim, parecendo me analisar. — Como se sente? — permaneci em silêncio após a pergunta, esperando que a tontura parasse e que eu pudesse me focar no rosto à minha frente.
Assim que pude reconhecer como o mesmo homem que havia visto horas antes, na ambulância, arregalei meus olhos ao ser acometido por uma sensação totalmente estranha para mim, sentindo-me estranhamente nervoso, meus batimentos aumentando de forma audível pelo aparelho conectado ao meu corpo. Continuei em silêncio, apenas o encarando de olhos arregalados até que este se preocupasse o suficiente com meu silêncio — e provável reação — e começasse a me examinar.
— E-eu estou bem. — consegui sussurrar assim que o mesmo se aproximou, me deixando inquieto.
— Hum, sente alguma dor? — perguntou, ainda examinando-me e parei para analisar tudo o que estava sentindo — fisicamente falando — e foi com grande surpresa que eu senti, além da sensação estranha no peito, uma leve dor nas costas, onde minhas asas ficam. Estranhei, mas não disse nada, afinal, eu não poderia revelar minha verdadeira identidade.
— Não, dor nenhuma. — murmurei. Meu peito doía fisicamente, mas não era nada para se preocupar, eu provavelmente estaria curado em um dia. Mas, se fosse falar sobre dor emocional, aí sim seria diferente.
— Você tem certeza? — ele me olhou, sério, seguindo para o pé da minha cama, de onde tirou uma prancheta onde provavelmente continha meus dados médicos. — Você foi encontrado em um estado bem... Crítico, noite passada. — comentou, lendo alguma coisa no prontuário e logo voltando a atenção para mim.
Era estranho o fato de eu estar me sentindo tão afetado e hipnotizado por aquele humano. Na verdade, eu queria descobrir como raios eu ainda estava vivo.
— Hm, como vocês me encontraram? — perguntei, curioso. Não tinha como eles me acharem rápido o suficiente para salvar do meu suicídio. Ele não tinha como ter sido falho.
— Por uma chamada anônima.
— Chamada anonima? — questionei, arqueando as sobrancelhas. — Mas isso é meio impossível. — disse para mim mesmo, baixinho.
— Sim. Disseram que precisávamos ir ao seu endereço com urgência e, bem, quando chegamos lá, entendemos o porquê de todo o desespero da pessoa que ligou. Se tivéssemos demorado um minuto a mais, você provavelmente não teria resistido. — o médico, do qual eu não sabia o nome ainda, explicou e eu suspirei pesadamente, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos, frustrado.
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Give me love
FanfictionCansado. Era como eu me sentia naquela época. E como, na verdade, me senti durante alguns bons anos. Olá, meu nome é Park Jimin, eu sou um anjo-cupido e estou aqui pra te contar a história de como minha vida chegou ao fim e como eu fui capaz de enc...