6| After my blood turns into alcohol

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Estar sozinho na casa de Jeongguk foi mais difícil do que eu achei que seria, a princípio

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Estar sozinho na casa de Jeongguk foi mais difícil do que eu achei que seria, a princípio.

A ociosidade me fazia pensar e pensar era meu maior problema. É aquele velho ditado, mente vazia é oficina do Diabo, e, no meu caso, eu era meu próprio Diabo.

Quase duas horas depois que Jeon saiu para o serviço, eu já me via ansioso demais, inquieto e cheio de coisas na cabeça. Quando me dei conta, estava agachado em frente ao armário do banheiro, caçando qualquer coisa cortante que pudesse ter ali.

Com as mãos trêmulas alcancei uma tesoura e fiquei longos minutos parado em frente à pia, desviando meu olhar dá tesoura em minhas mãos para meu reflexo deplorável no espelho, as mãos trêmulas enquanto eu sentia a agonia me preencher mais uma vez.

Eu estava sozinho. Completamente sozinho. "Jeongguk prometeu que nunca me deixaria sozinho de novo, mas aqui estou", me ouvi dizendo e fechei os olhos, negando com força. Aquele pensamento era irreal, Jeon estava trabalhando, ele não tinha me abandonado.

"Mas e se ele não voltar?" A maldita voz insistia em criar inúmeras paranóias em minha cabeça, "e se ele sofrer um acidente durante o trabalho? Você vai voltar a ficar sozinho, de novo, como deve ser. Por que insiste em fugir da verdade? Você não tem ninguém, absolutamente ninguém."

Eu fechei os olhos, largando a tesoura na pia enquanto levava ambas as mãos até meu cabelo, puxando-os com força enquanto gritava, tentando calar aquela voz que, constantemente, me fazia lembrar da minha cruel verdade. Puxei meu cabelo com força, batendo na minha cabeça em seguida, cansado de ser meu inimigo, sem forças pra continuar naquela constante luta.

Parte minha sabia que aquilo era irreal, que eram apenas paranóias, é apenas uma crise, vai passar; mas, mesmo assim, eu não era forte o suficiente para acreditar na voz da razão. Eu simplesmente não era forte o suficiente...

O barulho estridente do telefone fixo me assustou, me fazendo abrir os olhos com o susto, olhando pela porta aberta do banheiro em direção ao corredor que levava a sala, de onde vinha o barulho. O aparelho continuou tocando, até cair na caixa postal, e permaneci estático no lugar, ainda assustado, o rosto banhado pelas lágrimas que sequer havia notado até o momento.

A casa permaneceu em um silêncio mortal até o toque alto voltasse a reverberar por todo o apartamento vazio, me fazendo sair do transe de susto que eu me encontrava e seguir em passos apressados até a sala, em busca do aparelho que tocava desesperadamente. Jeongguk que me desculpe pela invasão de privacidade.

— A-alô? — perguntei, confuso, com a voz trêmula pela crise que eu me encontrava momentos antes.

Jimin? Tá tudo bem? — a voz de Jeongguk soou pelo aparelho e senti minhas pernas vacilarem, me fazendo sentar em um baque surdo no chão, um suspiro de alívio saindo por meus lábios. — Jimin? — ele perguntou de novo, o tom de voz preocupado era nítido. Engoli em seco, tentando formular alguma frase que fosse.

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