3| Told you I'd let them go

3 1 0
                                    


Antes mesmo de abrir os olhos eu pude sentir em meu braço as agulhas, ouvir cada gota de soro caindo, o aparelho contando meus batimentos, o cheiro do hospital e a desastrosa verdade de que eu ainda estava vivo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Antes mesmo de abrir os olhos eu pude sentir em meu braço as agulhas, ouvir cada gota de soro caindo, o aparelho contando meus batimentos, o cheiro do hospital e a desastrosa verdade de que eu ainda estava vivo.

E, sem sequer abrir os olhos, as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto enquanto um desespero estrondoso tomava conta de meu ser. Por que tinha que ser assim? Por que?

Segurei na barra de segurança da maca, como uma forma de apoio, quando comecei a me debater perdido no meu próprio sofrimento e, quando senti mãos firmes segurando meus ombros, eu abri os olhos, completamente assustado e alheio a qualquer coisa que fosse à minha volta.

Olhos grandes e negros me encaravam talvez tão assustados quanto eu com a situação, e quando a compreensão e o reconhecimento me envolveram, parei de me mexer, ficando completamente estático enquanto olhava, mais uma vez, para o rosto do paramédico do dia anterior.

— Eu estou realmente começando a ficar preocupado com você, Jimin. — ele disse depois de um tempo, quebrando o silêncio e me deixando ainda mais surpreso por ele saber o meu nome.

— Não lembro de ter me apresentado. — consegui responder em um sussurro, sentindo a garganta extremamente seca enquanto virava o rosto para não mais encarar os olhos jabuticabas que me analisavam tão de perto.

Parecendo notar a repentina aproximação, Jeongguk se afastou, um pouco sem jeito, e voltou a sentar-se na cadeira ao lado da maca que estava momentos antes.

— Dessa vez a ligação anônima me deu o mínimo de informação sobre você. Tem certeza que não conhece ninguém próximo para ligar? — questionou verdadeiramente intrigado com a situação.

— Achei que não tinha permissão para ficar aqui. — rebati, fugindo de sua pergunta porque, honestamente, nem eu estava entendendo aquilo. Quem caralhos estava salvando minha vida, afinal de contas? Me questionei com certo desgosto enquanto olhava para cima.

— Como paramédico, não. — a voz do outro homem soou novamente — Mas como seu acompanhante, sim. Parece que hoje vai ser um pouquinho mais difícil você conseguir fugir daqui. — completou por fim em um tom sério, me fazendo desviar o olhar do teto até si.

Eu não conseguia entender a situação. Não conseguia entender porque ele estava aqui de novo. Não conseguia entender porque ele parecia me olhar de forma preocupada mesmo que eu fosse um completo estranho. Não conseguia entender porque ele me fazia sentir coisas tão estranhas no meu corpo.

Respirei fundo mais uma vez, deitando de costas de novo e sentindo uma repentina e inusitada dor, que me fez grunhir e franzir as sobrancelhas, confuso.

— Você não é meu acompanhante. Sequer te conheço. Porque está mentindo pra continuar aqui? Por que se importa, afinal? — joguei tudo aquilo que rondava minha cabeça, todas as minhas aflições e estranhezas enquanto me perguntava se estaria fadado a continuar vivendo com esse sofrimento pra sempre.

Give me loveOnde histórias criam vida. Descubra agora