Cansado. Era como eu me sentia naquela época. E como, na verdade, me senti durante alguns bons anos.
Olá, meu nome é Park Jimin, eu sou um anjo-cupido e estou aqui pra te contar a história de como minha vida chegou ao fim e como eu fui capaz de enc...
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Acordei no dia seguinte com barulhos na cozinha e me permiti enrolar na cama por alguns longos minutos. Não me lembrava a última vez que tivera um sono tão sereno e, pela primeira vez em vários dias, acordei me sentindo minimamente bem.
É claro, ainda tinha certas dores no corpo, mas estas estavam se limitando somente na região machucada de minhas costas. Me sentei na cama quando pude sentir o fraco cheiro de café entrando no quarto e abri um pequeno sorriso, sentindo meu coração se aquecer com tanto cuidado que eu estava recebendo de Jeongguk.
Talvez eu devesse aproveitar um pouco daquilo, certo? Fazia tanto tempo que eu não me permitia tal coisa e... Respirei fundo, bagunçando meus cabelos. Não queria me apegar ao paramédico para sofrer com sua morte no futuro mas... Eu já estava sozinho a tantos anos, eu podia aproveitar um pouco agora, não podia? Já que o humano estava tão disposto a não largar do meu pé...
Levantei da cama num pulo, ansiando afastar aquele tipo de pensamento da minha cabeça no momento, e segui para fora do quarto após arrumar a cama exatamente como ela estava na noite anterior. Logo que abri a porta, o cheiro de café me atingiu com mais força e sorri, sentindo meu estômago roncar de fome.
Parecia que quanto mais eu mantinha uma alimentação saudável, mais fome eu sentia.
Segui primeiro até o banheiro, lavando o rosto e escovando os dentes com uma escova novinha que Jeon tinha separado para mim. Novamente me analisei no espelho por alguns bons minutos, ainda vendo a mesma expressão deplorável, mesmo que as olheiras parecessem cada vez mais suaves. Passei a mão por meus fios loiros de cabelo, vendo a raiz escura enorme por fazer e o quão longo ele estava, completamente desgrenhado e visivelmente sem cuidado algum. Talvez eu precisasse cortá-lo.
Pensando sobre esse assunto caminhei para fora do banheiro, seguindo até a cozinha, de onde o barulho de panelas e frituras vinha, passando pela sala e a vendo perfeitamente arrumada, o travesseiro e a coberta muito bem dobrados em cima da poltrona.
Adentrei a cozinha com um estranho bom humor, sorrindo.
— Bom dia Jeong— e a frase morreu ali quando, em choque, reconheci quem estava ali.
Parado em frente ao fogão, parecendo travar uma batalha entre a massa de panqueca e a frigideira, Seungcheol estava terrivelmente concentrado no que fazia e me olhou assim que ouviu minha voz, um enorme sorriso se abrindo em minha direção.
— Jiminnie! Bom dia. — ele disse animado, segurava uma espátula na mão e vestia um avental que tinha escrito um "salva os lindos, afoga os feios" como se imitasse o uniforme de salvas-vidas.
Tinha tanta coisa errada naquela cena que eu senti minha mente entrando em pane, em completo choque, antes de olhar assustado para os lados, à procura do dono da casa.
— Ele foi ao mercado faz uns vinte minutos. — parecendo ler meus pensamentos, o rapaz respondeu, voltando a atenção para a frigideira no fogão e juntando mais àquela panqueca a outras já prontas em um pratinho.
