1| Lately I've been waking up alone

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Bem, acho que posso dizer que tudo começou quando eu tinha oito anos

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Bem, acho que posso dizer que tudo começou quando eu tinha oito anos. Nascido e criado em Busan, minha família era pequena – apenas eu, meu appa e omma – e deveras simples. Apesar de tudo, éramos uma família unida e nada nunca me faltou em casa, principalmente o amor de meus pais. Sempre fui uma criança agitada e deveras curiosa, o que por vezes deixava minha mãe maluca.

Mas, tudo na minha vida desmoronou quando, em uma noite de inverno enquanto voltávamos pra casa, meu pai acabou perdendo o controle do carro e um acidente horrível se seguiu. Naquela noite eu perdi meus pais; naquela noite, eu também deveria ter morrido.

Entretanto, por algum motivo que até hoje me é desconhecido – algo como eu ser uma criança pura, na época – naquela mesma noite, eu fui salvo; me deram uma escolha de vida, uma segunda chance. Eu poderia retornar à Terra, mas como um anjo-cupido. Eu viveria normalmente entre os humanos, seria praticamente um humano, com apenas algumas diferenças por, agora, ser um escolhido dos Céus.

Eu não mais envelheceria como os humanos, não mais sofreria por doenças ou qualquer fraqueza e possível morte relacionadas a tal, viveria séculos a mais que os humanos e apenas ferimentos não-naturais poderiam causar-me a morte – um acidente, um tiro, uma facada, coisas deste gênero –, seria gratificado com um belo par de asas brancas e brilhantes, que apenas apareceriam com a minha bel vontade e, o principal de toda a minha existência: juntaria àquelas almas destinadas a ficarem juntas, ajudaria as almas gêmeas a se encontrarem de alguma forma, mesmo que cada uma se encontrasse em um hemisfério do mundo.

Meu objetivo como Anjo-Cupido era único e claro: juntar as almas gêmeas e trazer felicidades para aqueles espíritos e, assim, ter a confirmação de que depois que morressem, essas mesmas almas pudessem viver felizes no Paraíso.

Para uma criança de oito anos, é uma puta responsabilidade decidir algo desse porte, certo? Eu havia acabado de perder meus pais em um acidente, deveria ter perdido a própria vida também, mas uma segunda chance estava sendo me oferecida, por ser uma criança inocente e pura. O que eu deveria fazer? A primeira pergunta que eu fiz para aquele anjo, e provavelmente a que me fez tomar a decisão da minha vida – literalmente – foi: meus pais eram almas gêmeas? E, com um aceno positivo, eu obtive minha resposta.

Eu tinha perdido tudo, ao mesmo tempo que ganhava uma proposta de vida nova, querendo honrar o amor de meus pais, eu aceitei; disse que sim, me tornaria um anjo-cupido, pois a ideia de juntar as almas e fazê-las felizes me parecia suficientemente boa para estar de volta na Terra.

É claro que eu não fui simplesmente enviado de volta à Terra, tendo apenas meus oito anos de idade, para atuar como um cupido. Passei alguns bons anos no Reino dos Céus, no que podemos chamar de treinamento, afinal, existiam regras a serem cumpridas e coisas que podíamos ou não fazer em cada missão que nos era dada. Sem contar que era necessário uma idade mínima para ser mandado de volta para o Reino dos Humanos – ou a terra, se preferir.

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