Jeongguk realmente cumpriu a promessa de estar ao meu lado quando eu recebesse alta. E minha secreta felicidade por isso durou apenas até o momento em que ele proferiu as seguintes palavras.
— Você vai ficar na minha casa, por enquanto.
E isso não fazia o menor sentido!
— Eu acho que sou grande o suficiente para me cuidar sozinho, não preciso de uma criança de olho em mim. — respondi, amargurado e com a antiga mania de achar que todos os humanos eram crianças. Ele me olhou, com as sobrancelhas arqueadas e um divertimento claro na expressão.
— Certo, você é um ancião comparado a mim, né? — respondeu com um claro deboche, enquanto caminhava ao meu lado para fora do hospital. Apesar de eu ter recebido alta e minha saúde estar bem comparada às minhas circunstâncias, eu ainda sentia dores nas feridas das costas e uma certa dificuldade para fazer qualquer coisa num geral; o esperado para a minha situação.
Eu resmunguei ao passo que me levantei da cadeira de rodas, já na parte de fora do hospital. Parte do procedimento de alta dos pacientes, apenas. Jeongguk logo estava ao meu lado, segurando em meu antebraço de forma delicada como uma forma de apoio e revirei os olhos mesmo que tenha internamente agradecido pelo cuidado.
— Posso não ser muito mais velho. — torci o nariz, contrariado, por saber que era sim — Mas ainda sou grandinho o suficiente para precisar de babá.
— Você perdeu o direito de dizer isso depois de ter tentado suicídio por dois dias consecutivos. Sem contar que eu estive na sua casa e, honestamente, ela está um lixo. — ele disse de forma extremamente séria enquanto, com a mão apoiada levemente em minhas costas, me direcionava pelo lado de fora do hospital até onde seu carro estava, me fazendo acompanhá-lo meio no automático.
Suas palavras, porém, me atingiram em cheio e desviei o olhar, envergonhado e incomodado. Ele tinha um bom ponto. Suspirei.
— Você sabe que estou certo. — ele disse após uns instantes de nosso silêncio e voltei meu olhar em sua direção, observando sua expressão convencida — Mas é orgulhoso demais para admitir. — arqueou as sobrancelhas em minha direção e, por um momento, tive vontade de socar seu rosto bonito.
— Você é um idiota. — disse, parando de andar logo que ele o fez, em frente a um carro preto.
— Talvez eu seja. Mas estou realmente preocupado com você então, por favor, aceite minha ajuda, pelo menos por enquanto. Você teve alta do hospital mas isso não significa que esteja bem, porque você não está. Me deixe te ajudar. — ele disse, parado em minha frente, olhando fundo nos meus olhos e engoli em seco, sentindo meu coração acelerado no peito.
Não conseguia me lembrar quanto tempo fazia desde que tive alguma pessoa se preocupando dessa maneira comigo. Eu não queria me apegar novamente a um humano que eu veria morrer, não seria capaz de passar por mais uma perda dessas.
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Give me love
FanficCansado. Era como eu me sentia naquela época. E como, na verdade, me senti durante alguns bons anos. Olá, meu nome é Park Jimin, eu sou um anjo-cupido e estou aqui pra te contar a história de como minha vida chegou ao fim e como eu fui capaz de enc...