Caminhei por horas pelas ruas, já era tarde da noite, os saltos já machucavam meus pés mas eu nao queria voltar para casa, nao queria encarar o olhar de pena de todos para mim. Eu estava cansada, meus olhos ardiam e doiam de tanto chorar.
— Love. — O som daquela voz invade meus ouvidos e eu sinto um alivio tao grande, tudo que eu faço é correr para abraça-lo. — Vai ficar tudo bem, love. — Ele passava as maos em meus cabelos para tentar me acalmar.
Klaus me levou para a mansao Mikaelson e preparou um café pra mim e eu fui me acalmando, o que mais me surpreendeu foi saber que Davina avisou Klaus que eu precisava dele, aquela bruxinha era a melhor amiga desse mundo.
Klaus me levou lá pra cima, e me deitou em sua cama, se deitou ao meu lado e passou horas ouvindo eu falar de Abby, de quando ela disse mamae a primeira vez, contei do meu parto que foi bem dificil, até que eu peguei no sono.
No dia seguinte eu acordei com a mesma roupa e olhos inchados, minha cabeça doía, desci as escadas e fui direto para a cozinha.
— Eu tenho uma surpresa pra voce. — Klaus aparece em minha frente me dando um susto.
— Oi. — Aquela voz conhecida faz meu coraçao acelerar.
— Gia. — Eu falo surpresa e começo a chorar, ela vem em minha direçao e me abraça.
— Nao chora, voce já passou por muito. — Eu a olho intrigada. — Klaus me ligou de madrugada, e por acaso eu nao estava muito longe, ele sabia que voce ia ficar feliz em me ver. — Eu o encaro e Klaus esta com um sorrisinho no rosto. — Eu já mandei preparar um café da manha pra voce, vem.
— Eu preciso ir embora, preciso ver minha filha.
— Primeiro voce vai comer. — Ela me conduz até a cadeira. — Voce tem muita coisa para me contar, como Tessa Salvatore virou mamae.
Klaus deixou que eu e Gia conversassemos um pouco antes de me levar para casa. Era impressionante como esse homem me conhecia, como ele era importante pra mim.
Fomos no seu carro e Klaus pegou em minha mao varias vezes dizendo que ia ficar tudo bem, ele estacionou na porta da pensao e eu respirei fundo, ele abriu a porta do carro e estendeu a mao me dando um olhar acolhedor. Nós entramos em casa e tinham pessoas na sala.
— Finalmente. — Care corre em minha direçao e me abraça, eu retribuo.
— Mamae. — Abby estava no colo de Stefan se debatendo para vir no meu colo, eu a abracei sentindo seu cheirinho, a apertei contra meu corpo. Klaus permaneca atras de mim com a mao em minha cintura.
— Vem. — Damon estende a mao pra mim. — Voce precisa descansar.
— Nós vamos com voce. — Care e Elena se aproximam para vir comigo.
— Nao. Eu quero ficar sozinha. — Digo triste e entrego Abby para Elena, que começa a fazer mãnha.
— Filha, a mamae só vai tomar um banho e desce pra ficar com voce. — Eu dou um beijo na testa dela e subo.
Entro na banheira e fico lá pensando em tudo que aconteceu nas ultimas 24 horas, a aproximação de Klaus ontem, foi tão bom reencontrá-lo, mas em um momento tão triste, o que o Enzo fez, a avó da Bonnie querendo levar Abby embora. Ouço alguem entrar no meu quarto mas ignoro.
— Voce sabe que vai ter que reagir né? — Damon diz parado na porta do banheiro.
— Voce sabe que eu to pelada né? — Eu encaro ele de dentro da banheira.
— Nao adianta ficar em negaçao, Enzo e bombom estao vindo pra cá, se arruma. — Eu bufo.
Me troquei e desci, conversei um pouco com Care e Elena. Estavamos sentadas no sofá, Abby nao saia do meu colo, ela era uma menina muito esperta e sabia que algo estava acontecendo.
— Cade o meu papai? — Ela mexia no meu cabelo e nao parava de perguntar pelo Enzo, eu apenas respirei fundo.
— Daqui a pouco seu papai está ai Abby. O que voce acha de comer um sorvete bem grandao com a tia Care?
— Eu quero o papai. — Ela enterra a cabeça no meu pescoço mas nao dura muito, ela ouve o barulho da porta e sai correndo para o colo de Enzo.
Ele vem andando pela sala com ela no colo, Bonnie e Sheila ao seu lado, eu apenas virei o rosto pro outro lado e Elena passa a mao em meu ombro.
— Nós viemos buscar a Abby. — Sheila diz arrogante.
— O que? — Eu me levanto.
— Sheila por favor. — Enzo diz irritado, Bonnie tenta pegar Abby no colo mas ela se assusta.
— Eu quero minha mamae. — Ela estende os braços para que eu a pegue, e assim eu o faço, Bonnie começa a chorar.
— Vamos conversar, por favor. — Enzo se aproxima de mim e eu o olho com raiva. Entrego Abby para Stefan e vou para a biblioteca com Enzo.
— Antes de tudo, me perdoa fazer tudo pelas suas costas. — Eu desvio o olhar. — Eu nao sabia se ia dar certo ou nao, eu nao sabia que iamos conseguir trazer ela de volta no dia da festa da Abby, eu sabia que voce estava aqui me esperando, eu nao planejei nada disso. — Ele segurava meu rosto.
— Voce sempre disse que eu era a mae da Abby, e agora chega aqui sem mais nem menos querendo levar ela embora. — Eu começo a chorar e tiro as maos dele mas ele segura meu rosto de novo.
— Tessa olha pra mim. — Eu chorava. — Olha pra mim. — Eu olho em seus olhos. — Voce sempre vai ser a mae da Abby. Eu te agradeço por tudo que voce fez por ela, você é uma das mulheres mais importantes da minha vida, você gerou minha filha, se não fosse por você eu não a teria em meus braços, eu só to pedindo a sua ajuda nessa situação complicada que nós estamos, a Abby é nova nao quero bagunçar a cabecinha dela.
— Eu vou te ajudar. — Eu fecho os olhos enquanto uma lagrima cai e ele me da um selinho demorado. — Obrigado por tudo, o que vivemos foi lindo, ter vivido uma vida de casado com você, foi incrível. — Ele me abraça e nós ficamos abraçados por um tempo antes de sairmos da sala para começar a conversar com Abby.
