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RAFAELA MORAES
"Eu preferia estar usando os meus dedos para fazer uma outra coisa"

— ai, congelou meu cérebro! — Gerson resmungou fazendo eu e Gigi dar risada de sua cara

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— ai, congelou meu cérebro! — Gerson resmungou fazendo eu e Gigi dar risada de sua cara. — ei, vocês ainda dão risada da minha cara?

Eu e a garotinha nos olhamos, e acabamos rindo mais ainda.

— é que foi engraçado. — falei levantando meus ombros e levando mais uma colherada daquele sorvete de chocolate até a boca.

— quero ver se você vai achar isso engraçado. — disse e eu franzi o cenho, e nem tendo tempo de responder antes de assistir ele pegar um pouco de sorvete com o polegar e passar no meu nariz.

A menina ao nosso lado riu.

— e você também não escapa dessa não, princesa. — o jogador disse antes de também passar sorvete no nariz dela.

— ah não papai. — Gigi reclamou.

— ah sim, quem mandou dar risada de mim. — Gerson rebateu.

Peguei um papel para limpar a sujeira que ele tinha feito mas quando iria fazer isso fui impedido pelo mesmo que tirou da minha mão.

— deixa que eu faço isso. — falou, e eu não rebati.

Só que com certeza no exato momento que ele intercalou seu olhar entre meus olhos e minha boca e depois umidece os lábios, e rapidamente passa seu dedão em meu lábios antes de subir e passar em meu nariz limpando o pouco de sorvete que tinha ali.

E depois o levou até a sua boca.

Pode até não ter sido de propósito, mas aquela cena tinha me despertado coisas que de jeito nenhum eu deveria estar sentindo agora.

Porra, a filha dele tava bem ali. Esse cara só poderia ser louco, é isso.

— pra ser bem sincero... — começou e percebi a movimentação de seu corpo para frente, ficando ainda mais próximo de mim, e o tom de sua voz começar a soar mais baixo. — eu preferia estar usando os meus dedos para fazer uma outra coisa.

Assim que terminou de dizer seu corpo voltou a distância que mantia anteriormente e eu fiquei ali estática ainda processando o que ele tinha acabado de dizer, e sem acreditar que ele nem se importava com a criança que estava bem ali.

A criança estava nos olhando, e certamente querendo saber o que cochichavamos naquele instante.

Involuntariamente mordi meu lábio, na tentativa de tirar a imagem dele fazendo exatamente o que disse para mim da minha cabeça.

— vem aqui mocinha, vamos limpar esse nariz também. — disse o jogador passando a sua atenção toda para a filha.

Voltei a tomar o sorvete, e como estava gelado poderia ser uma boa alternativa para apagar todo o fogo que tinha consumido o meu ser.

— o gato comeu sua língua? Ficou quieta do nada. — Gerson perguntou com um puta de um sorrisinho sarcástico no rosto. — vai, conta aí tava pensando no que? Ou melhor, imaginando o que?

Filho da puta.

Desgraçado.

Nesse exato momento todos os palavrões e xingamentos possíveis se passaram por minha cabeça. Era óbvio que ele sabia que sua fala tinha feito a minha imaginação fértil imaginar coisas que não deveria.

— não estava imaginando nada que seja da sua conta. — menti.

Claro que ele estava envolvido em meus pensamentos. Para ser mais sincera, ele era exatamente o motivo de meus pensamentos.

— e aí Gigi, como foi a aula? — mudei de assunto o mais rápido possível assim que me recordei que ainda tinha alguém junto de nós.

— foi legal tirando a aula de matemática. — a mais nova fez careta o que fez nós dois rirmos. — eu nunca entendo nada.

— se quiser depois daqui a posso te ajudar a entender. — sugeri e ela abriu um sorriso balançando a cabeça para mostrar que havia topado.

Olhei novamente para seu pai que no mesmo instante também voltou a me encarar.

— eu posso ir pra sua casa depois para fazer isso? — perguntei para ele.

— lógico, ela vai adorar estudar com você, né filha? — o jogador perguntou a menina concordou com a cabeça enquanto ainda de deliciava com o sorvete. - aliás, valeu mesmo por ter topado vir aqui com a gente.

Dei um sorriso de lado por conta da sua última frase. Como esse homem poderia mudar de cafajeste para fofo em apenas alguns segundos? Isso eu não sabia, mas mesmo assim adorava.

— é um prazer passar um tempinho com a sua filha, ela é um amor. — respondi ainda com um sorriso no rosto.

— teve a quem puxar né? — se gabou erguendo os ombros.

Dei uma risada sarcástica.

— tava demorando pra voltar a ser o mesmo Gerson de sempre. — comentei e ele ergueu uma de suas sobrancelhas mostrando curiosidade.

— como assim o mesmo Gerson de sempre? — me questionou.

— o que só sabe fazer gracinhas. — fiz uma careta logo depois de falar.

— então você voltou também a ser a mesma Rafa de sempre. — soltou aquela do nada.

Agora eu quem havia ficado confusa com seu comentário.

Nem precisei perguntar sobre para obter uma resposta do motivo daquela fala porque só pela minha cara ele já entendeu que não tinha entendido e tratou de me explicar.

— a que sempre reclama das minhas gracinhas, mas não consegue viver sem elas. — fez mais um comentário convencido me fazendo revirar os olhos.

— e quem te disse que eu não consigo viver sem? — perguntei rindo.

— gatinha, é só olhar a sua volta. Acha mesmo que se não tivesse caído nos meus encantos estaria bem aqui agora? — me respondeu com uma pergunta.

É, isso eu não poderia negar se eu não estivesse descumprido totalmente o que tinha prometido para mim mesma de que nós dois não passaríamos de um lance casual não estaria bem aqui tomando um sorvete com a sua filha.

Puta que pariu Rafaela onde você está se metendo?

NOTAS.

Acho que tem alguém começando a se entregar ao Gersin hein?

Espero que estejam gostando e se quiserem podem deixar aqui nos comentários o que gostariam de ver aqui na história. Adoraria receber ideias!

Lembrando que os votos e comentários de vocês são super importantes para o desenrolar da história!

Até a próxima...

Olhares || Gerson Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora