➤ CAPÍTULO 11 •

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• CAPÍTULO 11 •
Os canibais

    O grupo estava encurralado no quarto de Nathan, quando uma janela foi brutalmente quebrada por uma força desconhecida. Cacos de vidro choveram sobre eles, alguns causando arranhões na pele. Quando todos olharam para a fonte do estrondo, depararam-se com uma criatura aterradora e grotesca.

    A entidade parecia estar em estado avançado de decomposição, com pele derretendo e exalando um odor insuportável. Seus olhos, completamente negros, quase saltavam de suas órbitas. A mandíbula parecia quebrada, com dentes amarelados e pontiagudos escorrendo um líquido negro. A criatura emitiu um arrepiante som gutural e todos no quarto gritaram em desespero.

    Nadya agiu rapidamente, sacando sua arma e mirando na cabeça da criatura. Ela puxou o gatilho, e um buraco se abriu onde antes estava a cabeça da entidade. Parecia que o tiro surtiu algum efeito. Arthur agarrou Nadya e a puxou para fora do quarto enquanto a criatura se levantava de forma distorcida, com membros contorcidos, ossos quebrando e se deslocando.

    A porta foi fechada a tempo de evitar que a criatura avançasse, mas ela começou a socar a porta, fazendo-a tremer com a violência dos impactos. O grupo não esperou, com gritos de terror, eles correram pelo corredor, quase tropeçando nas escadas e finalmente escaparam da casa. Eles não pararam de correr enquanto se afastavam da fazenda. Nadya, ainda ofegante, olhou para trás com tristeza, sabendo que haviam deixado sua amiga e Nathan para trás, enfrentando a ameaça horrível que os havia atacado naquela fazenda misteriosa.

    A noite estava se tornando terrível para os cinco amigos, que avançavam pela floresta densa e sinistra. Cada som estranho e sombra nas árvores provocava calafrios em Nadya, fazendo-a suar frio a cada olhar desviado para os arredores sombrios. A escuridão parecia envolvê-los, tornando a floresta ainda mais amedrontadora.

    Apesar da situação desesperadora, ninguém comentava muito sobre o que estava acontecendo. Estavam perdidos, famintos e sentindo o frio penetrar em seus ossos naquela escuridão profunda. Arthur quebrou o silêncio ao fazer uma observação.

    — Eu estava pensando... — começou Arthur, atraindo a atenção do grupo. — Acho que deveríamos voltar. Nossas coisas ainda estão naquela fazenda e não vamos sobreviver sem nossas mochilas.

    — Eu não volto para aquele lugar nem sob tortura. Isso é loucura! — Tainé não estava disposta a voltar. Ellis, enquanto desviava de matos e galhos na escuridão comentou com certo sarcasmo

    — É, e cá estamos novamente, perdidos na floresta no meio da noite. — A ruiva comentou.

    — Concordo com o Arthur. Não sobreviveremos uma noite na floresta sem nossas mochilas. — afirmou Wendy, pensando prontamente em sua própria situação e o restante do grupo.

    — Eu preciso trocar de roupa, ainda estou suja de lama e minhocas. — Reclamou Tainé.

    Nadya começou a perder a paciência com Tainé e sua relutância em voltar, mas estava ciente da necessidade de encontrar suas mochilas para enfrentar os desafios da noite.

    A tensão no grupo estava no limite, e as palavras inflamadas voavam entre Nadya e Tainé, que trocavam insultos na escuridão da floresta. Nadya, visivelmente irritada, virou-se a Tainé de forma áspera

    — Se você não calar a boca, juro que vou usar a adaga de Arthur para calar você!

    — Por que você sempre quer ser a mandona do grupo, hein? — Tainé, por sua vez, cruzou os braços em sinal de desafio e retrucou.

━ Infortunia (Essa história n̶ã̶o̶ é de terror)Onde histórias criam vida. Descubra agora