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• CAPÍTULO 10 •
Lembranças[04, Março de 1980]
[...] Nadya sempre enfrentou uma socialização limitada, com poucos amigos e escassos colegas de classe. As crianças eram notavelmente cruéis com ela, o que a levou a se isolar, evitando qualquer tipo de atenção indesejada. Esse isolamento a fazia sentir como se estivesse encurralada em uma sala imaginária, onde todos os olhos estavam fixos nela, e o som de cochichos maldosos ecoava em seu entorno.
No entanto, um ponto de virada em sua vida ocorreu quando Nadya tinha apenas seis anos de idade. Ela estava sentada solitária em um parquinho, vestindo calça jeans, uma blusa azul escuro e sapatos pretos, observando melancolicamente as outras crianças se divertindo. Sua cabeça estava apoiada na corda do balanço, refletindo sobre sua solidão.
Foi nesse momento que um garotinho da mesma idade, com cabelos castanhos escuros e uma aparência um tanto desengonçada, se aproximou dela. Esse menino estranho se destacava, mas de uma maneira encantadoramente peculiar.
— Oi, menina! Posso me sentar aqui? — cumprimentou o menino com gentileza, perguntando se poderia ocupar o balanço vago ao lado de Nadya. Ela simplesmente assentiu, embora tenha sentido certo estranhamento, pois não estava acostumada a receber tal consideração, dada sua experiência de ser tratada de forma diferente por ser uma garota negra, conforme era rotineiramente lembrada pelas outras crianças.
No entanto, o garoto que se aproximou também era alguém que vivenciava uma forma de exclusão social. Ele não tinha muitos amigos e não se importava com a opinião alheia, frequentemente optando por brincar sozinho. Nadya, por sua vez, era uma observadora perspicaz.
Os dois permaneceram ali, compartilhando o balanço em silêncio, iniciando um vínculo que prometia ser uma amizade única e significativa.
— Qual seu nome? — Perguntou o menino com um olhar amigável, demonstrando um sincero interesse em Nadya.
— Ah... Nadya. — Ela respondeu com timidez e voz suave.
— Que nome legal e diferente, — elogiou o menino, revelando ser chamado Arthur. Com um desejo genuíno de criar um ambiente amigável, ele propôs uma brincadeira. — Quer brincar de 'o chão é lava'? — Arthur desceu do balanço e estendeu a mão para a menina. — Não vou te machucar como as outras crianças, prometo. — Com um misto de hesitação e esperança, Nadya desceu do balanço e segurou a mão de Arthur. Um leve sorriso surgiu no canto do rosto dele, enquanto começavam a construir uma amizade baseada na confiança mútua.
Desde aquele dia, são amigos até atualmente. Nadya, ao passar dos dias e meses percebeu o quão incrível era seu novo amigo, sua mãe, também adorava ele e ficou muito feliz com a nova amizade de sua filha. Sra. Meave, mãe de Nadya, também fez um vínculo forte com a mãe de Arthur.
Há exatamente seis meses que Nadya e Arthur cultivavam uma amizade que, naquela manhã, se via posta à prova enquanto aguardavam o ônibus escolar com Arthur e junto com a Sra. Meave, mãe de Nadya.
A atmosfera estava permeada por uma tensão suave à medida que a Sra. Meave interrogava sua filha. Primeiro, indagou se Nadya havia pego o lanche para a escola, e em seguida, questionou se ela havia se lembrado de pegar o estojo de lápis. As respostas de Nadya foram breves e afirmativas, seu olhar ansioso varrendo os lados da rua em busca do ônibus.
O motivo dessa ansiedade compartilhada por Nadya e Arthur era que este marcava o primeiro dia do novo ano letivo. A incerteza de estarem na mesma sala de aula era um pensamento insuportável para eles. A ideia de ficarem separados era quase um desastre.
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━ Infortunia (Essa história n̶ã̶o̶ é de terror)
HorrorInfortunia (Desventuras) Essa história n̶ã̶o̶ é de terror 𝙉𝙖𝙙𝙮𝙖 ❚ ❝Sou uma entusiasta dessa data, pois é o único dia no ano em que todos escolhem vestir uma máscara e não apenas eu. As pessoas gostam de simular serem monstros, enquant...