✰1|A colheita e a voluntária.

793 78 19
                                    


Distrito doze, distrito de mineração, mais conhecido pela costura.

Grawne Agean, o mais velho da família Agean saia todos os dias para a mineração. Ele tentava sustentar as barrigas famintas de sua pequena família tentando negociar esquilos com algum vendedor que lhe oferecesse algo comestível.

E no final do dia, voltava para casa com comida ou tentando preparar algo que caçou junto de seu colega de caça, Gale Hawthorne.

Sua única família era Pérsia Agean. Sua irmã mais nova com um ano de diferença. Sua mãe, Gracia Agean, a protegia de tudo. Tentando não expor o lado de fora do mundo.

Pérsia ficava presa dentro de sua própria casa com as palavras de sua mãe na cabeça, as únicas vezes que ela saiu de sua casa foi em dias de colheita. Ela sabia o que era, e por isso acreditou mais ainda nas palavras de sua mãe e evitando contato com o lado de fora.

Seu irmão sabia que sua mãe não estava totalmente errada, mas odiava a mãe por causar mais traumas na garota. Pérsia acordava dos pesadelos que tinha com os pacificadores que sua mãe tanto amaldiçoava.

Gracia também tinha os seus demônios, ela tinha pesadelos com seu marido sendo morto dentro da arena. Viu outro tributo o matar a sangue frio dentro da arena enquanto estava grávida de Pérsia.

Todos têm os seus demônios, até Grawne tinha, mas preferia guardar para si.

Faltava poucas horas para a colheita, a mãe de Pérsia a arrumava dentro de uma vestido cor de cobre. Estava um pouco apertado, mas coube perfeitamente para a situação. Todos do distrito se reuniram na praça para a colheita. Duas famílias estarão condenadas ao sofrimento ao ver algum membro de sua família ir em direção a morte, se tiverem sorte sairão vivos. Mas nunca os mesmos.

Usando uma pequena sapatilha que ficou apertada em seus pés, agora com sua mãe ajustando seu longo cabelo loiro. Pérsia estava pronta para ir.

Não tinha a mínima chance dela ser escolhida, ela sabia disso e mesmo assim temia ser. Ela tinha medo de sua mãe ou seu irmão serem escolhidos em direção a essa crueldade.

Hoje ela completaria seus 15 anos, e hoje ela estaria indo para a colheita. É tudo tão injusto.

Ela agarrou a mão de sua mãe e de seu irmão e andou seguindo a trilha de tributos que estavam indo para a praça.

Ela não tinha conhecimento sobre muita coisa, não sabia caçar, não sabia interagir com os outros. Ela era inútil, completamente inútil.

Ela observou as pessoas se dividirem, os homens à esquerda e as mulheres à direita. Ela apertou a mão de sua mãe ao observar seu irmão se afastando.

Ela deu um pequeno sorriso para confortar a garota, o que deu certo. Ela também sorriu e deixou sua mãe a levar para a sua posição.

Quando todos ficaram quietos, Pérsia conseguiu manter a atenção na mulher cor-de-rosa em pé no palco, e um homem loiro que parecia acabado.

As duas grandes bolas de vidro cheio de papel fizeram Pérsia ficar nervosa. Ela não sabia o que iria sair de lá de dentro.

- É não só um tempo de arrependimento como também um tempo de agradecimento - entoa o prefeito.

Ele começa a ler a lista de vencedores do distrito doze, o único vencedor vivo que tiveram, Haymitch Abernathy.

Ele tentou abraçar a mulher cor-de-rosa que falhou ao tentar afastá-lo.

Pérsia sabia que tudo o que estava acontecendo estava sendo transmitido para a capital, sua mãe lhe contou cada uma das atrocidades.

O prefeito tenta voltar ao foco da colheita anunciando Effie Trinket, a mulher cor-de-rosa.

Com animação, ela se dirige até ao microfone. Pérsia perguntou se o cabelo dela era peruca ao ver o cacho de seu cabelo mudar de posição após o desajeitado abraço de Haymitch.

- Feliz Jogos Vorazes! E que a sorte esteja sempre a seu favor! - ela sorriu enquanto falava sua marca registrada.

Ela segue falando um pouco sobre a honra que é estar ali, embora todos saibam que ela está ansiosa para ser levada logo a outro distrito. Pérsia sabia que seu distrito era uma chacota.

Pérsia se vira para olhar para o seu irmão que estava um pouco mais acima na fileira dos homens, ele deu um sorriso amarelo e falou que "vai ficar tudo bem". E ela retribuiu com um "eu amo você". Mesmo que não pudessem ouvir, eles leram a boca um do outro.

Pérsia sorriu e voltou a olhar para frente.

- Primeiro as damas! - Effie Trinket sorriu e caminhou até a primeira bola de vidro.

Seu sorriso se desfez, ela estava mais nervosa do que nunca. Sentiu sua mãe apertar sua mão forte como se não quisesse a soltar nunca.

Ela se aproximou do vidro e enfiou a mão. Fundo ela girou a mão e pegou um dos pequenos papéis.

São tantos papéis, impossível ser Pérsia ou alguém de sua família. Ela desejou que não fosse ninguém que ela amasse, ela se sentiu egoísta com o pensamento, mesmo que todos os tributos fossem egoístas nesse momento.

Ela se dirigiu novamente até ao microfone e leu o papel em voz alta.

- Primrose Everdeen. - Ela disse e sorriu para os tributos.

Pérsia conseguiu ver uma garota loira de tranças cair em lágrimas em sua frente.

Ela era Primrose Everdeen, sua irmã a abraçou. Ela era nova demais para ir para a arena, ela não podia ir. Pérsia pensou. Pérsia sabia que a garota não passava dos onze ou doze anos.

Pérsia que estava com o rosto abaixado, levantou sua cabeça e ergueu a mão.

Ela sabia que alguém poderia se voluntariar no lugar, e ela queria deixar a pequena Everdeen longe de tudo o que ela poderia sofrer na arena.

Agora Pérsia poderia ser útil para algo, se sacrificando por uma vida. Era a sua hora de parar de se esconder do mundo de fora.

- Eu me voluntario como tributo! - Ela disse alto em bom tom.

O que estava feito não poderia ser desfeito.

Votem por favor!

Perdão qualquer erro, eu estou lendo o livros para ter mais conhecimento sobre a saga então sou um pouco inexperiente.

¹𝐁𝐋𝐔𝐄 𝐖𝐇𝐈𝐑𝐋. - 𝘗𝘦𝘦𝘵𝘢 𝘔𝘦𝘭𝘭𝘢𝘳𝘬.Onde histórias criam vida. Descubra agora