𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟎𝟕

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SENTIMENTO DE SOLIDÃO

   Assim que voltou para o quarto, Hoseok falou sem rodeios para Taehyung ir embora, não fez questão de ser educado ou gentil com as palavras. Yoongi não impediu o marido, estava cansado demais para fazer qualquer coisa. Além disso, não queria meter Taehyung em seus problemas pessoais. Era muito egoísmo seu complicar a vida do Kim com seus próprios problemas.

Nos seis dias seguintes, Yoongi e Hoseok não trocaram uma palavra, mas Hoseok conseguia sentir o olhar magoado de Yoongi todas as vezes que o ômega o olhava. O alfa não pôde ter muitos momentos com o bebê, já que o mesmo nem mesmo reconhecia seu aroma, mas ao menos chegou perto do filho durante o tempo em que passou ali. Sua mente teimosa insistia em lhe dizer que toda a situação era apenas algo normal e temporário.

Quando Yoongi foi liberado pelo médico para voltar para casa, Hoseok o ajudou a juntar as suas coisas e as coisas do bebê espalhadas pelo quarto. O clima ainda não era dos melhores. O Jung tentava aliviar a situação fazendo alguns comentários, mas Yoongi apenas respondia com resmungos ou em alguns momentos nem respondia, achava melhor nem abrir a boca, pois sabia que responderia grosseiro.

Então quando chegaram em casa, foi mais um momento de tensão. No andar de baixo, haviam dois quartos, um de hóspedes e um que ficaria para Siwoo. Yoongi foi direto para o quarto que seria do filho, mas travou assim que abriu a porta e ligou a luz. Em um canto do quarto estava o berço, ainda desmontado. As paredes ainda estavam brancas e as prateleiras e objetos estavam todos dentro de caixas.

Yoongi sentiu seu peito doer e uma vontade incontrolável de chorar. Não segurou as lágrimas, já estava aos soluços quando Hoseok finalmente entrou na casa segurando o bebê-conforto.

— O que foi? — Hoseok perguntou preocupado, analisando o ômega tentando encontrar algo errado.

— O berço... continua do mesmo jeito. — Falou entre soluços.

— Podemos pedir para alguém montar amanhã, enquanto isso o bebê dorme com a gente.

— Era para nós montarmos o berço e arrumar o quarto, juntos! — Se virou indignado para o alfa. Se lembrava de ter pedido no mínimo dez vezes nos últimos seis meses para que ele fizesse aquilo, mas suas palavras pareciam não terem efeito. — E para de se referir a ele como 'bebê', o nome dele é Siwoo! Ou você colocou nos registros que o nome dele é 'bebê'!?— Ironizou com o rosto vermelho. Estava em uma mistura de raiva e mágoa inconstantes.

— Por que de repente você está inventando motivos para brigarmos?

— Acha que isso não é motivo? — Questionou ofendido, o alfa estava lhe dando nos nervos.

— Não, não acho. — Viu o rosto de Yoongi vacilar por um momento. — Vamos dormir e amanhã eu ligo para o montador. — Se virou, mas Yoongi o intervir antes que subisse a escada.

— Para onde está indo?

— Ele pode dormir com a gente no quarto.

— E eu? — Yoongi dizia enquanto sentia seus lábios tremerem. Hoseok lhe olhou como se não entendesse do que estava falando, aquilo lhe deixou mais raivoso. — Você é um filho da puta, Jung! — Xingou de repente, com a voz a toda altura. Foi até o marido e pegou o filho do bebê conforto, caminhou até o quarto de hóspedes e fechou a porta.

— Yoongi...

— Eu não posso subir escadas, sua besta quadrada! — Esbravejou de dentro do cômodo, sem abrir a porta. — E a cama não é grande o suficiente para nós três dormimos, você dorme lá e nós dois aqui.

— Mas... — Começou, mas respirou fundo quando viu que o marido não iria mudar de ideia. Toda aquela confusão só piorava com a teimosia de ambos, sabia que Yoongi poderia ser mais orgulhoso do que parecia. Apenas desistiu e subiu para o quarto.

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