☆VERDADE COM CONSEQUÊNCIAS ☆

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Flash Flash Flash Flash Flash

Escuto o som de máquinas fotográficas.

— Escutou isso? — pergunto, desgrudando meus lábios dos de Hiroshi.

— O quê? — diz ele, franze o cenho.

Espio os quatro cantos em busca de alguma mínima locomoção, mas não vejo nada além de uma gaivota voando.

Hiroshi pousa uma de suas mãos em meu rosto. Um toque leve, e muito bom por sinal, que eu perceberia se tivesse tomado os meus remédios.

Me afasto antes que ele chegue até meus lábios outra vez.

— Está tudo bem? — pergunta Hiroshi.

— Tá sim - respondo, me recompondo. — olha, eu acho que é melhor eu voltar. Não quero meus agentes atrás de mim.

Levanto da cadeira de sol e passo a andar até a saída do setor. Hiroshi faz o mesmo, ajeitando seu cabelo e a camisa social que usa.

— Não vai ao menos me dar o seu número?

— Não.

— E por que não?

— Porque não sou de ficar dando meu número para estranhos — replico, jogando meu isqueiro em uma lata de lixo.

Um homem careca com óculos de sol passa por nós e comprimenta Hiroshi, que acente com a cabeça.

— Mas beija um estranho — Retruca ele, voltando à conversa.

— São coisas diferentes. E mesmo se eu quisesse te dar o meu número, eu não poderia porque não gosto de celulares e o que eu tenho é apenas para trabalho.

O bom é que ele poderá me ver pela TV, enquanto eu nunca mais o verei novamente. É o que eu espero pelo menos, penso.

Sinto sua mão me puxar pela cintura.

— Com sorte, nos veremos outra vez, Senhorita Sakura.

Sorrio e me desprendo de seus braços.

Volto a caminhar em direção do meu quarto com a certeza de que não estou sendo seguida por ele.

Maldito eu.

Por que não tomei mais doses de uísque hoje antes do evento? Fui burra tendo o achismo de que eu ficaria bem sóbria, mas isso só me deixa mais insegura.

Estou limpa há uma semana, só que não sei se aguento mais. Preciso de uma carreira de cocaína ou uma droga mais forte pra tirar essas paranoias da minha cabeça.

Infelizmente um simples cigarro não ajuda.

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— NÃO SEUS RESTOS DE ABORTO, NÃO É PRA ACABAR COM A GARRAFA TÃO RÁPIDO!

Escuto assim que abro a porta do quarto.

— Calma, Karin, tem mais sete garrafas ali — diz Chouji, o cabelo castanho preso em um penteado mal feito de Marias chiquinhas.

— Uau, gente! — solto assim que vejo o estado do quarto.

Ele não está tão bagunçado, apenas parece que rolou — ou vai rolar — uma orgia intensa.

Não que todos estejam nus, até porque nem todo mundo está. Talvez seja só o calor, já que, pelo que vejo, eles quebraram o ar-condicionado.

Tiro o vestido que uso, ficando apenas de sutiã e calcinha.

— Eu falei pra se divertirem, mas não tanto. E ainda por cima sem mim!

MEU PESADELO EM FORMA DE VIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora