MEU PESADELO EM FORMA DE VIDA

☆CASTIGO☆

Estou na frente do hotel que me hospeda. O frio é crescente há cada minuto que passa, junto com a neve a cair.

Hiroshi está há quase meia hora esbanjando seus ciúmes através da nossa conversa pelo meu celular. Tive que me segurar para não desligar na cara do mesmo mais de sete vezes, até então.

— Sakura, não zombe de mim! — chama minha atenção por eu ter soltado um fino riso. — tem noção de quantas pessoas vê vocês dois como um casal?! Tem edits de vocês por todo o lado, com a legenda "PRIMEIRA ENTREVISTA JUNTOS E, COM TODOS ESSES TOQUES, DEVEM SER MAIS QUE AMIGOS. APENAS ESCONDIAM PARA NÃO CAUSAR ESCÂNDALO!"

Pior que Hiroshi não mente. Após assistir ao vídeo gravado, notei o quão próximos estávamos. Foi um erro.

— Hiroshi, não precisa se preocupar — digo, a voz mais leve que consigo ter. — eu e ele nunca teríamos alguma coisa. Nunca cogitei que tivéssemos e também, ele está com a Temari — suspiro. Sorrio para o vento batendo em meu rosto. — e eu com você.

Ele esvazia os pulmões. Volto a falar:

— Então deixa de encucar com isso, pois uma Haruno JAMAIS ficaria com um Uchiha — fixo o olhar em um ponto específico do hotel. Em uma certa varanda. — apenas confie em mim.

Pode até ser difícil de acreditar em mim, porque nunca tive um relacionamento sério, e sim apenas casos que não passavam de uma noite. Mas desta vez, quero algo diferente. Talvez isso me ajude.

Hiroshi faz um ruído grave.

— Se você diz, ninja médica — comenta ele, por fim. — espero que volte logo, para que eu possa te ver.

— Eu também. Se cuida, tá bom? — me despeço.

— Espera! — ele chama antes que eu possa desligar.

— O quê?

— Você estava linda.

Sorrio e então desligo a chamada. Acho que acertei na decisão de aceitar ele como meu parceiro, de agora em diante. Mesmo assim, meu corpo não me obedece, fazendo-me continuar encarando a pessoa parada na varanda do décimo sétimo andar.

— O que esse maluco está fazendo nesse frio?! — resmungo. Começo a caminhar em direção à entrada do hotel.

Adentro o hotel e comprimento o recepcionista ruivo. Pergunto sobre meus amigos e ele responde que dois dos mais novos estão no andar de jogos, enquanto os dois mais velhos bebendo assistindo à um jogo de hóquei.

Apresso os passos até o elevador e aperto o número dezessete.

— Opa! — uma mão impede as portas automáticas de se fecharem. — foi mal aí — se desculpa o homem alto desconhecido.

Apenas acinto com a cabeça. O observo pelo canto do olho; o maxilar marcado, barba por fazer, cabelo loiro e uma BOA estrutura corporal. Um bom partido, eu diria.

— Você apertou em que andar? — pergunta, virando a cabeça para mim.

— Dezessete.

Ele sorri e aperta no andar dito.

— Você tem um ótimo senso de moda — elogia ele, aponta para as minhas vestimentas. — e além do mais, você tem um beleza muito... — exótica? — exótica. — acertei!

Ajeito meu cachecol e viro meu corpo para examiná-lo melhor.

— Você também não é nada mal — aponto, dando um pequeno sorriso. O mais alto começa a se aproximar de mim. — estou ocupada — digo assim que vejo as portas se abrirem. — espero não encontrá-lo novamente.