Briga

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Chico

Minha vida virou um inferno desde que Maria Flor me viu com Benício na cachoeira. Já fazia dias que ela estava ameaçando contar para nossos pais e para a esposa de Benício, mas nunca fazia e aquilo já estava me dando nos nervos. Eu mesmo já estava quase indo falar com papai e mamãe e dizer para Stephanie que o marido dela era um infiel e que eu era o amante dele, mas é claro que não o fiz. Sabia que aquilo poderia piorar ainda mais as coisas então me contive, apenas esperando para o que quer que ela fosse fazer. Benício já havia percebido que tinha algo de errado, e Ana também, mas eu contei para ela o que estava acontecendo, diferente do que eu fiz com o alfa. Preferi não falar nada para ele, porque o conhecendo como eu conheço, já sei que Benício irá querer chamá-la para conversar e tentar convencê-la de que não seria bom dedurar-nós, mas eu duvido um pouco que ela vá escutar.

Surpreendentemente, só estavam minhas irmãs e eu em casa. Fazia uma cota que aquilo não acontecia e ao que parecia, papai e mamãe saíram juntos para fazer alguma coisa que eu não tinha prestado a atenção muito bem e Benício tinha ido ficar na pescaria para substituir o meu pai naquele dia. Então, ficamos apenas Ana, Iara, Maria Flor, Iracema e eu e estava tudo tranquilo até o momento. Eu estava jogado no sofá como sempre assistindo ao noticiário local na tv, Iara estava lavando algumas roupas, Iracema enfurnada em seu quarto como sempre e Ana preparando o almoço com a ajuda de Maria Flor. Não demorou muito para que elas terminassem e nos chamassem pra comer, entretanto, o aroma do ensopado que elas haviam feito me embrulhou o estômago e eu não entendi o porquê. Decidi ignorar a sensação porque sempre amei o peixe de Ana e estava azul de fome. Então coloquei o meu prato e me servi a mes, entretanto, não consegui comer normalmente, toda hora me vinha ânsia de vômito e eu me sentia nervoso porque Maria Flor toda hora me olhava como se estivesse me fuzilando com uma metralhadora. No fim, disfarcei e guardei o prato para depois. Tentei sair da cozinha, mas não consegui porque a beta se colocou na frente da porta. Eu ia tentar sair mais uma vez, mas percebi que já havia atraído a atenção das outras.

— Tá tudo bem? — Iara perguntou com a sobrancelha franzida e eu ia responder quando Maria Flor me interrompeu.

— Daqui a pouco mamãe e papai chegam e eu finalmente vou contar pra eles o que você fez. — Ela falou bem alto para que todas ouvissem.

Aparentemente, o plano dela era me dedurar primeiro para minhas irmãs e depois para meus pais, mas o que ela queria com aquilo? Não acho que as meninas vão fazer algo contra mim. Talvez Maria Flor só estivesse querendo atenção como sempre e eu não deveria me preocupar. Cão que ladra não morde, não é mesmo?

— O que eu fiz? — Rebati cínico e Ana pareceu desviar o olhar, como se soubesse de algo e não quisesse contar. Em seguida, as outras também fizeram a mesma coisa e eu não entendi muito bem.

— Você sabe o que voce fez. Ou quer que eu fale bem alto pra todo mundo ouvir como você é uma puta? — A garota agarrou meu braço fortemente e eu soltei meus feromônios agressivos, mas logo lembrei que não ia fazer efeito nenhum sobre ela pois a garota era beta.

— Então fala, Maria Flor. Fala pra elas como eu sou uma puta. — Tentei me manter calmo, mas não consegui. A sanidade já estava indo para o ralo.

— Hm. — Ela pareceu meio contrariada ao ouvir minhas palavras, mas logo desviou o olhar de mim, observando Iracema que já lavava seu prato.

— Vocês sabiam que Chico está transando com Benício? Essa puta tá dando pra homem casado. — Ela contou como se eu fosse um qualquer e aquilo me machucou um pouco. Eu sabia que o que eu estava fazendo era errado, mas também não era pra me tratar que nem uma biscate.

— Maria, não fala assim do seu irmão. — Ana se levantou, também indo até a pia, e a garota soltou uma risada sarcástica.

— Se ele quer respeito, é melhor se dar o respeito. — Soltou, me olhando com certo nojo e eu saí de perto dela, me soltando de seu aperto.

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